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O Centro de Pesquisa do Desenvolvimento do Conselho de Estado (DRC, na sigla em inglês) concluiu ontem (20), em Beijing, a reunião anual do Fórum de Desenvolvimento da China 2017. Os participantes do evento discutiram a globalização sob o contexto do aumento da incerteza sobre o desenvolvimento econômico global. Para o presidente do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (BAII), Jin Liqun, todos os países são beneficiados da globalização.
"Acho que todos nós somos beneficiados. Podemos nos diferenciar um de outro na eficiência do desenvolvimento, mas eu nego absolutamente que existam perdedores. Se há perdedores, esses países devem reajustar suas políticas domésticas. Devemos observar que os países em desenvolvimento bem-sucedidos têm comportamento excelente no planejamento e execução das suas políticas domésticas. Devemos notar também que muitos países em desenvolvimento se beneficiaram com a globalização sob a ordem internacional dominada por países desenvolvidos."
Na opinião do Jin Liqun, o compartilhamento dos interesses e uma administração global melhor devem marcar o século 21. Mas isso não significa que todos os países serão beneficiados nesse processo. Isso porque, para alguns, a reforma doméstica será indispensável. Para o presidente do BAII, a disparidade dos benefícios é um dos motivos que leva a globalização a enfrentar certas frustrações.
"A globalização e a integração da economia global têm sofrido alguns reveses por uma razão: a polarização dos rendimentos e a diferença entre os países quanto aos benefícios que obtiveram. Essa é a maior preocupação do público, sobretudo nos países que não alcançaram benefícios significativos."
A opinião do Jin Liqun ganhou respaldo do ex-secretário do Tesouro norte-americano, Jacob Lew. Para ele, a diferença de políticas domésticas provocou o compartilhamento desequilibrado dos benefícios. O mundo deve estudar uma aceitação mais ampla da globalização, disse Lew.
"Os elaboradores de políticas como nós, numa reunião dessa ou no G20, devem explicar ao público não apenas questões técnicas complexas, mas também as mudanças que essas políticas podem causar à vida das pessoas e ao mercado de empregos. Devemos estudar minuciosamente uma aceitação mais ampla da globalização pelo mundo. Se o 'bolo crescer', convenceremos provavelmente com maior facilidade as pessoas a acreditar no lado positivo da globalização. No caso de cada um poder desfrutar de sua fatia, será mais fácil convencer a população."
Tradução: Inês Zhu
Revisão: Rafael Fontana