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O aprofundamento da reforma do lado da oferta é o foco da reunião anual do Fórum de Desenvolvimento da China para este ano, organizada pelo Centro de Pesquisa do Desenvolvimento do Conselho de Estado (DRC, na sigla em inglês). O evento, que começou ontem (19) em Beijing, capital chinesa, conta com a presença do vice-premiê chinês, Zhang Gaoli, que proferiu discurso na cerimônia de abertura.
"Neste ano, cortaremos mais 50 milhões de toneladas da capacidade de produção siderúrgica e 150 milhões de toneladas na produção de carvão. Eliminaremos, suspenderemos e adiaremos mais de 50 milhões de quilowatts da energia eléctrica gerada por carvão. Persistiremos em adotar medidas diferenciadas conforme a situação real de cada cidade para absorver o estoque excessivo no mercado imobiliário. Promoveremos também a desalavancagem das empresas. Reforçaremos o corte dos impostos para baixar o custo de transações das companhias."
O diretor da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, He Lifeng, disse no encontro que a reforma do lado da oferta obteve resultados preliminares no último ano.
"O principal efeito reside na otimização contínua da estrutura econômica chinesa. No ano passado, o consumo contribuiu para 64,6% do crescimento da economia nacional. O valor agregado do setor de serviços ocupou 51,6% do PIB. Houve uma melhora visível nos lucros obtidos pelas empresas."
Para o presidente do Banco Asiático de Desenvolvimento, Takehiko Nakao, a economia chinesa continua a se transformar em um modelo puxado pelo consumo. O setor de serviços é o mais destacado.
"Obviamente a China tem alguns problemas urgentes a resolver, tais como o excesso da capacidade de produção e a alta alavancagem. São provavelmente causados pelos projetos de investimentos promovidos após a crise financeira mundial. Eu dei pleno apoio às diversas medidas lançadas pela China durante a reunião central de economia realizada em dezembro do ano passado, que visam baixar o excesso da capacidade de produção e do estoque no mercado imobiliário."
Na opinião da presidente executiva (CEO) do Banco Mundial, Kristalina Georgieva, a reforma do lado da oferta é um tema importante e oportuno.
"É importante porque a série de reformas é crucial para acelerar o crescimento econômico e gerar postos de empregos. Se não as implementarmos, não conseguiremos cumprir os compromissos feitos para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. É oportuno porque a série de reformas concerne ao estímulo do crescimento econômico, pedido cada vez mais urgente. A economia mundial não consegue retornar à órbita de crescimento antes da crise financeira global. O ano de 2016 foi marcado pela estagnação do comércio global, baixa dos investimentos e aumento da incerteza."
Tradução: Inês Zhu
Revisão: Tatiana Molina