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A China conseguiu, pela primeira vez, crescimento zero no uso de pesticida em 2016, disse hoje (7) o ministro da Agricultura, Han Changfu, na entrevista coletiva regular da Assembleia Popular Nacional da China.
Nos últimos anos, a agricultura do país tem registrado um desenvolvimento sustentável. No entanto, enfrentou, alguns desafios, como queima de palha, emissão de excrementos e uso excessivo de fertilizantes químicos e pesticidas, ações que prejudicam o meio ambiente nas zonas rurais. O Ministério da Agricultura chinês tem elaborado um planejamento geral sobre a melhoria do meio ambiente no campo. Em 2015, as autoridades chinesas iniciaram uma campanha de proteção ambiental, exigindo o controle no uso da água agrícola, redução do uso de fertilizantes químicos e pesticidas, bem como tratamento adequado de palha e excrementos de aves e rebanhos. Segundo Han, as medidas registraram um resultado satisfatório.
"Em 2016, pela primeira vez, o uso de pesticida na China parou de crescer, enquanto o uso de fertilizantes químicos permaneceu praticamente estável. Esses números estavam em constante crescimento nos últimos anos. Em algumas províncias, o índice já é zero, sem nenhum aumento. Por outro lado, a taxa de reutilização de excrementos de aves e rebanhos aumentou, de 50% em 2012 para até 60% no ano passado."
Han Changfu disse que o desenvolvimento verde será a prioridade dos futuros trabalhos, que destaca de forma igual a proteção de recursos e a gestão de resíduos. A meta é que, em 2020, nas principais zonas de produção de frutas, hortaliças e folhas de chá, o uso de fertilizantes químicos seja reduzido pela metade.
Ainda segundo o ministro, a questão fundiária é o principal aspecto da reforma rural na China. A transferência de terra, disse ele, é o caminho certo para a modernização agrícola.
"Estamos fazendo um registro da terra contraída pelos agricultores. Vamos saber os detalhes exatos de cada agricultor, como e onde está a terra, quantas áreas ele possui, qual é a capacidade produtiva, entre outros itens. Após fazer o registro, o agricultor terá um certificado, que será uma proteção aos seus interesses."
Em 2016, a produção de alimentos da China sofreu uma redução de 5,2 bilhões de quilos em comparação com o ano anterior, primeira retração após 12 anos de crescimento constante. Han disse que, apesar da redução, a produção ainda foi abundante. Na realidade, a redução representa exatamente o resultado previsto pelos reajustes do governo.
"A China registrou aumento na produção e na importação de milho nos últimos anos. Por isso, o estoque estava em um nível relativamente alto, gerando excesso de oferta. No ano passado, o país iniciou uma reforma sobre o estoque de milho para resolver a questão. As políticas no setor de produção de grãos, que têm sido aplicadas há oito anos, sofreram uma mudança. A reforma registrou progressos notáveis, revitalizou o mercado, aumentou a competitividade, e, por consequência, a área de plantação de milho no ano passado foi reduzida em cerca de 2 milhões de hectares."
Han acrescentou que o Ministério de Agricultura da China vai se esforçar ainda mais para implementar a estratégia nacional para garantir a segurança alimentar.
Tradução: Li Jinchuan
Revisão: Rafael Fontana