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A China lançou com sucesso o primeiro satélite quântico do mundo à 1h40 da manhã desta terça-feira (16) no Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, noroeste do país.
Com uma nuvem de fumaça, o satélite QUESS (Quantum Experiments at Space Scale, em inglês), foi lançado para o espaço a bordo de um foguete de Longa Marcha-2D.
Pan Jianwei, cientista-chefe do satélite de comunicação quântica, disse que o satélite foi projetado para estabelecer comunicações quânticas ultras seguras, pois um fóton quântico não pode ser separado nem duplicado, sendo impossível grampear, interceptar ou decifrar as informações transmitidas por comunicação quântica.
"No começo, o satélite pode ser apenas utilizado nas áreas de finanças, defesa nacional e assuntos políticos. Mas esperemos que lancem mais satélites quânticos na próxima década para dar um grande avanço na segurança informática."
A maior diferença do satélite quântico é que todos os satélites anteriores podiam apenas trabalhar no espaço e enviar dados para a terra. Mas para este satélite, existe uma área experimental muito maior. Com a ajuda do novo satélite, os cientistas poderão testar a distribuição da chave quântica entre o satélite e as estações na Terra. O Comandante-chefe do programa QUESS, Wang Jianyu, apresentou que durante a sua missão de dois anos, o QUESS está desenhado para estabelecer comunicações quânticas à prova de ataques informáticos, através da transmissão de chaves impenetráveis do espaço à terra, e fornecer a compreensão do fenômeno mais estranho na física quântica, o entrelaçamento quântico.
"Vou dar um exemplo, queremos lançar as moedas de um avião, uma a uma, para uma caixa rolante na Terra. A maior dificuldade é a colimação e a sensibilidade de detecção. O nosso satélite deve identificar cada fóton no espaço, ou seja, devemos perceber um fósforo batido na Lua."
Os cientistas da Itália, Cingapura e do Reino Unido também testaram a mesma tecnologia nos últimos dois anos, mas a China é o primeiro país a experimentar todo o processo. Pan Jianwei afirmou que a China planeja lançar mais satélites quânticos para formar uma rede de satélites, e até 2030, construir uma rede de telecomunicação mundial.
"Atualmente, a Alemanha e a Itália já assinaram acordos conosco, para procurar a possibilidade de testar a construção de uma rede global de comunicação quântica. Podemos liderar a direção de pesquisa em todo o setor."