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Os títulos emitidos pelo NBD são denominados também como "dívidas do panda", uma designação às dívidas emitidas por instituições estrangeiras e que têm como destino o mercado chinês. Sediado na cidade chinesa de Shanghai, o Novo Banco de Desenvolvimento do Brics foi estabelecido em três de julho de 2015 por cinco países - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, com cada país destinando 20% do capital inicial. Para o pesquisador do Centro Chinês dos Intercâmbios Econômicos Internacionais, Wang Jun, os títulos do Banco dos Brics, apesar de ter um pequeno volume, ajudam a aumentar o mercado das dívidas do panda.
"Os três bilhões de títulos de dívida são contabilizados em renminbi, que no total são menos de 500 milhões de dólares, um volume menor. No entanto, eles constituíram o primeiro título que o Banco dos Brics emitiu no mercado chinês, contribuindo para que as instituições internacionais realizem financiamento na moeda chinesa, e favorecendo também a abertura do mercado de dívida do nosso país."
Entre os objetivos do banco dos Brics está o de fornecer financiamento para projetos de infraestrutura e de desenvolvimento sustentável nos países do grupo e noutras economias emergentes. Os três bilhões de yuans angariados serão destinados para os projetos amigáveis ao meio-ambiente. Razão pela qual os títulos dessa espécie ganharam também outro nome, de títulos verdes.
"Os títulos verdes designam os títulos que investem nos setores relacionados ao meio ambiente ou desenvolvimento sustentável. Apesar de surgir nos recentes anos, eles vem ganhando cada vez mais atenção tanto no interior como no exterior. Mas, sendo ainda um conceito novo, esse tipo de dívidas não representa um grande peso no mercado chinês."
As dívidas do panda, desde que surgiu em 2005, vem aumentando constantemente nos últimos anos. O atual volume do mercado chinês de dívidas é de 57 trilhões de yuans e dos quais, 28 bilhões são das dívidas do panda, um peso de um dois mil avos.
A internacionalização acelerada da moeda chinesa eleva a atração do mercado chinês de dívidas, onde o Banco de Investimentos e Infraestrutura da Ásia (AIIB) planeja também lançar seus títulos.
"Além do grande volume, o funcionamento estável da economia chinesa é outro fator para que o mercado de títulos chinês fique sedutor, porque ele apresenta menores riscos sistemáticos num contexto de estagnação financeira e franca recuperação da economia mundial."
Tradução: Laura
Revisão: Layanna