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Até o momento, nove municípios e províncias chinesas como Tianjin, Jiangsu, Fujian e Shandong reajustaram para cima os padrões de tarifas do ensino superior. Outras seis províncias estão passando os trâmites para fazer o mesmo. O maior salto das mensalidades ocorre nas faculdades de arte e de medicina. O tamanho do aumento varia entre as diferentes regiões do país. No leste, porção mais desenvolvida, como as mensalidades já eram relativamente altas, o aumento parece bem atenuado. Já na região oeste, a alta das mensalidades é notável. Na Região Autônoma da Nacionalidade Hui de Ningxia, as tarifas para um ano letivo da faculdade de medicina aumentaram de 3000 para 5300 yuans. Para algumas faculdades particulares, a alta chega a 70%.
No ano de 2000, o país elevou em 15% as tarifas do ensino superior. Sete anos depois, em 2007, o Conselho de Estado emitiu um decreto proibindo a alta das mensalidades num período de cinco anos. O aumento neste ano, porém, gera preocupação de muitas pessoas que pedem a proteção dos interesses e direitos dos estudantes de famílias de baixa renda.
A maioria das universidades culpa a elevação do custo da educação pela alta das mensalidades. O diretor do centro de administração de financiamento aos estudantes do Ministério da Educação, Zhang Guangming, disse que o aumento está sob controle e há regras a serem observadas.
"A alta das tarifas para o ensino superior gera repercussão na sociedade chinesa, especialmente com questões levantadas pela mídia. O reajuste, porém, está seguindo o processo e a regra, e está sob controle. Desde 2007 até agora, as mensalidade não tinham avançado e o número de estudantes que recebem o financiamento governamental registrou um grande salto. O governo tem dois trabalhos, um é controlar as tarifas e o outro, reforçar o financiamento. "
Alguns especialistas argumentam que a alta de mensalidades se deve principalmente à falta de fontes de recursos das universidades, que, na maioria dos casos, dependem só das verbas públicas e do dinheiro vindo dos estudantes. Um levantamento realizado pelo Ministério da Educação indica que, em 2012, 68% dos recursos das instituições públicas vieram do investimento estatal e 17%, de mensalidades. Outro ponto difícil de ser explicado é as dívidas pesadas de universidades provocadas pela grande despesa de administração e de infraestrutura luxuosas. Um estudante, que preferiu anonimato, disse que a medida vai forçar muitas crianças camponesas a abandonar o caminho escolar.
"Talvez as universidade tenham suas razões para aumentar as tarifas. Mas quem deveria desembolsar esse dinheiro não são os alunos. Muitas crianças da zona rural podem abandonar o estudo, e só quem frequentarão universidades serão aqueles que vêm de famílias ricas. O país vai perder talentos."
O vice-diretor do Instituto de Pesquisa da Educação do Século XXI, Xiong Bingqi, defendeu que o país deve melhorar o sistema de financiamento para ajudar as famílias carentes.
"Por um lado, o governo tem que esclarecer o critério do aumento de mensalidades, não permitindo que as próprias universidades o façam descontroladamente. Por outro, o país deve ajudar os alunos mais pobres por diversos canais, em particular prorrogando o prazo de empréstimo escolar e expandindo a cobertura do financiamento. "
Tradução: Laura
Revisão: Luiz Tasso Neto