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Numa altura em que milhões de chineses resistem pela noite dentro para assistir aos jogos do Mundial de Futebol, o clube brasileiro, Atlético de Mineiro, trouxe até ao país asiático um pouco do jogo "sambado" pelos pés do antigo internacional do Brasil, Ronaldinho Gaúcho.
O conjunto que conquistou a última edição da Taça dos Libertadores contou por vitórias os três jogos amigáveis disputados na China, mas ainda assim os adeptos locais não se cansaram de aplaudir: em campo esteve o jogador eleito melhor do mundo por duas vezes pela FIFA.
"O Ronaldinho é um ídolo mundial e arrasta multidões onde quer que vá", disse a directora executiva do Atlético, Adriana Branco.
E foi assim na China também. Os cerca de 20 mil adeptos presentes no jogo inaugural, disputado frente aos chineses do Guizhou Renhe, na cidade de Taiyuan, sopravam com força nas vuvuzelas – a corneta de plástico que se popularizou durante o Mundial de 2010 – de cada vez que Ronaldinho tocava na bola.
Quem estivesse nas imediações do estádio de futebol da cidade que é capital da província de Shanxi poderia pensar que a equipa do Guizhou Renhe estava a golear. Longe disso, o conjunto chinês acabou derrotado por três a zero.
Muitos chineses seguem com atenção as estrelas e campeonatos internacionais, em detrimento do futebol nacional. "Os jogadores chineses deviam trabalhar mais em equipa", comentou a professora de inglês Wangshu, que tem perdido noites de sono para assistir aos jogos do Mundial.
Para a professora natural de Tianjin, equipas como Itália, Portugal e Brasil têm um estilo de jogo "elaborado", enquanto que jogadores como "o Pirlo, Cristiano Ronaldo e Neymar tornam o futebol mais especial".
O despertar do país mais populoso do mundo para o "desporto-rei" não se tem traduzido na melhoria do futebol interno: a equipa nacional da China continua longe de repetir o feito de 2002, ano em que esteve pela primeira vez numa edição do Mundial.
Por isso, entre convites vindos dos Estados Unidos e da China, para realizar um torneio promocional, a administração do Atlético de Mineiro não teve dúvidas. "Sabemos que a China é um mercado com potencial", apontou Adriana Branco.
O Atlético de Mineiro defrontou ainda o Jiangsu Shuntian (5-3), em Nantong, e o Guangzhou Evergrande (4-3), em Nanning. E apesar dos muitos aplausos e inúmeros pedidos de autografo recebidos, Ronaldinho Gaúcho foi incapaz de brindar os adeptos locais com um golo.