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"Portugal está a apostar muito na relação com a RPC, isso justifica esta vinda, liderada pelo Presidente da República. E compreende-se porquê, não só porque Portugal se pretende posicionar como uma primeira escolha do investimento chinês localizado na Europa, e com a visão também para outros continentes, com os quais Portugal tem uma relação privilegiada, como é o caso de África e da América Latina"
O ministro português recordou ainda a participação maioritária da China no programa de privatizações elaborado por Portugal, na sequência do resgate financeiro da Troika. Particularmente, com a aquisição de 21,35% do capital da EDP, pela Three Gorges, a participação da chinesa State Grid na REN e a compra da Fosum de acções equivalentes a 80% do grupo Fidelidade. No sentido oposto, Pires de Lima realça os investimentos feitos por empresas portuguesas no país asiático.
"Há um número crescente de empresas portuguesas a realizar negócios aqui, seja através de investimento, por exemplo, na construção de autocarros de aeroporto, com a Salvador Caetano, componentes de automóveis, como é o caso da sodesia, ou centros comerciais. Vimos nesta viagem a assinatura de mais de uma dezena de acordos comerciais, protocolos empresariais, entre empresas dos dois lados. Há muitas empresas na área dos serviços, da engenharia, da arquitectura, do design, empresas portuguesas que se estão a instalar na China. E há um volume muito interessante de exportações que está a crescer, em 2014, no primeiro trimestre, 40%."
Em declarações proferidas em Xangai, na passada quarta-feira, o ministro português apontou que as vendas de Portugal à China poderão superar mil milhões de euros este ano, depois de terem totalizado 650 milhões em 2013. Para o futuro, Pires de Lima aponta a diversificação das exportações com a inclusão dos sectores alimentar, energias renováveis e turismo.
"Eu creio que se está a avançar paulatinamente, mas de uma forma muito sólida, na área alimentar, na área agrícola. É preciso certificar os nossos produtos alimentares, e essa é uma área de desenvolvimento importante, e também na área das industrias ligadas ao ambiente e às energias renováveis, eu creio que existem oportunidades que se estão a desenvolver, e depois, como já lhe disse na área do turismo, isto só para dar três exemplos, que foram alvos de acordos importantes. No final, têm de ser os empresários portugueses a aprofundar essas relações. E esses dois seminários que organizamos foram oportunidades excelentes. "
Em 2013, a implementação do programa Visto Gold, uma "autorização de residência" para entrada e permanência em território português, para fins de investimento, veio trazer um considerável aumento do investimento chinês em Portugal. O ministro Pires de Lima garante que o programa vai continuar.
"Sim, sem dúvida, é uma aposta estratégica de Portugal, atrair investimento residencial, ou que crie emprego em Portugal, e este programa iniciou-se há um ano, já captou 700 milhões de investimento, e uma boa parte de investidores chineses. Nós queremos acolher muito bem os investidores de todo o mundo, e nomeadamente da China, este é um programa que vai ter continuidade. "