Comentário: Políticos dos EUA demonstram que votos são a prioridade na questão das tarifas
Recentemente, veículos de imprensa dos EUA têm informado com certa frequência que a Casa Branca está considerando o cancelamento de algumas das altas tarifas impostas pelo governo Trump sobre os produtos chineses. O objetivo é aliviar as pressões inflacionárias que atingiram seu máximo. Várias mídias estadunidenses citam uma fonte anônima dizendo que a Administração de Joe Biden abolirá os impostos alfandegários para uma quantidade muito pequena. Mas o quão pequena? Será de US$ 10 bilhões, representando cerca de 2,7% dos produtos chineses no valor de US$ 370 bilhões que já foram tarifados.
De fato, práticas semelhantes são comuns nos EUA. Os políticos estadunidenses não arcarão com perdas políticas pessoais pelos interesses do país, nem por demandas de empresas e do povo. O que conta são os votos. Quanto mais o governo norte-americano adiar a remoção das tarifas sobre a China, maiores serão os danos à economia dos EUA.
Nos últimos quatro anos, inúmeros fatos e dados mostram que a guerra comercial dos EUA contra a China fracassou completamente. De acordo com as estatísticas da organização Americans for Free Trade, de meados de 2018 a abril deste ano, esta guerra comercial custou aos americanos mais de US$ 129 bilhões.
Segundo a previsão do Instituto Peterson para a Economia Internacional, se as tarifas impostas à China forem canceladas, o índice de preços ao consumidor dos EUA cairá imediatamente 0,26 ponto percentual. Diante desta situação, por que Washington hesita?
O fator mais essencial ainda são os votos. Os políticos de Washington são na verdade “escravos eleitorais”. Com a aproximação das eleições, os tomadores de decisão dos EUA terão mais consideração em como obter mais votos. Atualmente, grupos de interesses distintos têm demandas diferentes quanto à questão do cancelamento de tarifas à China, fazendo com que a Casa Branca fique muito hesitante antes de tomar uma decisão clara. Segundo informações anônimas, Biden planeja remover as tarifas sobre a China em uma quantidade mínima, mas por outro lado, pretende aumentar fiscalizações tarifárias em áreas chaves, como os semicondutores. Segundo o jornal britânico Financial Times, o governo Biden quer ajudar os consumidores estadunidenses, mas ao mesmo tempo, espera evitar que pareça ter “pulso fraco com a China” devido às reduções de impostos antes das eleições de meio de mandato.
Como as duas maiores economias do mundo, a China e os EUA devem cooperar para alcançar benefícios e evitar perdas comuns. O cancelamento de impostos será benéfico tanto para a China e os EUA quanto para o mundo inteiro.
Tradução: Zhao Yan
Revisão: Erasto Santos Cruz