Comentário: Tiros disparados contra afro-americanos envergonham o Dia da Independência
A polícia de Akron, no estado norte-americano de Ohio, divulgou no dia 3 um vídeo, no qual oito policiais estão envolvidos na morte a tiros de um homem afro-americano desarmado chamado Jayland Walker. Seu corpo foi encontrado com cerca de 60 ferimentos a bala depois de ter fugido de um controle de trânsito. Os oito policiais dispararam mais de 90 tiros.
Pela ocasião do Dia da Independência dos Estados Unidos, em 4 de julho, o sangue de Walker deixou o credo “todos os homens são criados iguais” na Declaração de Independência se tornar uma piada. Até o momento, a população de Akron realizou várias manifestações contra a aplicação violenta da lei pelos policiais. As celebrações locais também foram canceladas.
De acordo com um relatório de análise feito pela Universidade de Stanford na qual foram analisadas 100 milhões de infrações de trânsito realizadas pelos departamentos policias dos EUA, motoristas afro-americanos têm 20% mais chances de serem parados do que motoristas brancos. Uma vez impedidos, também têm duas vezes mais chances de serem revistados do que os brancos.
Os dados do site Mapping Police Violence mostram que de 2020 até o presente, o número de mortes na aplicação da lei dos policiais nos EUA chegou a 2.563, dos quais 565 foram afro-americanos, representando mais de 22%. Desde este ano, 49 afro-americanos foram baleados pela polícia. Nos Estados Unidos, esse grupo étnico tem 2,9 vezes mais chances de serem mortos pela polícia do que os brancos.
Além da aplicação violenta da lei, o racismo sistêmico está enraizado em todos os aspectos da sociedade estadunidense. Em junho deste ano, um grupo de trabalho especial da Califórnia responsável pelos estudos sobre a escravidão e seus impactos na comunidades afro-americanas publicou um relatório de 500 páginas. O documento aponta que as leis e práticas discriminatórias têm prejudicado os interesses dos afro-americanos nas áreas de moradia, educação, saúde, emprego e muito mais, levando ao caos como “racismo educacional e médico”.
A discriminação e opressão onipresentes estão relacionadas com fatores da estrutura racial e atmosfera social, sendo causadas também pelo fracasso da administração do governo. Os políticos estadunidenses estão sempre ocupados com lutas partidárias. Diante das eleições de meio de mandato dos EUA, que serão realizadas neste ano, o que os Republicanos e Democratas pensam agora é como obter votos. Ninguém ouve realmente as demandas das minorias e se preocupa em resolver o problema do racismo a partir da raiz.
Tradução: Zhao Yan
Revisão: Erasto Santos Cruz