Comentário: Doutrina Monroe não tem mercado na América
A Cúpula das Américas deste ano pode se tornar um sinal de declínio da liderança dos EUA na América Latina, comentou um veículo de imprensa mexicano.
A nona edição da Cúpula das Américas está sendo realizada hoje, dia 6, em Los Angeles, nos EUA. Entretanto, líderes de vários países americanos criticaram ou boicotaram o evento. Além disso, a parte norte-americana decidiu não convidar Cuba, Venezuela e Nicarágua para participar do encontro.
A Cúpula das Américas começou em 1994. Esta é a segunda vez que os EUA sediam o evento. Em abril deste ano, o Departamento de Estado anunciou que não convidaria os três países latino-americanos ao evento devido a “questões relacionadas à democracia”.
Em resposta, líderes de países como México e Bolívia afirmaram que se recusariam a presenciar a Cúpula se Washington não convidasse os líderes de todos os países americanos. Muitos outros países questionaram se esta será uma cúpula das Américas ou só dos Estados Unidos.
De fato, a reação forte dos países latino-americanos tem origem na Doutrina Monroe. Desde sua proposta em 1823, os países da região têm sofrido interferências, manipulações e sanções dos EUA.
Em novembro de 2013, o então secretário de Estado norte-americano afirmou que “a era da Doutrina Monroe já havia terminado” e que os EUA tratariam os países latino-americanos como “parceiros com igualdade”.
Os fatos, entretanto, mostram outra coisa. Desta vez, os EUA pretendem aproveitar a Cúpula das Américas para pressionar os países esquerdistas da região. É a prova mais recente da Doutrina Monroe posta em ação por Washington.
Além disso, análises apontaram que a Casa Branca também tem a intenção de pressionar os países latino-americanos em temas relacionados à China, o que também será predestinado ao fracasso, uma vez que a demanda mais urgente da região latino-americana é a promoção da recuperação econômica, e não o envolvimento em conflitos geopolíticos.
Na realidade, a América é dos americanos, não dos estadunidenses. O maior significado desta edição da Cúpula das Américas pode ser só o de evidenciar o fim da hegemonia unilateral dos Estados Unidos.
Tradução: Paula Chen
Revisão: Erasto Santos Cruz