Comentário: Tiroteios nos EUA não vão parar se a situação política não mudar

Published: 2022-05-25 21:21:34
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Um tiroteio em uma escola de ensino fundamental no Texas, Estados Unidos, deixou 19 crianças mortas, além de vitimar uma professora e um outro adulto nesta terça-feira (24). O senador democrata Chris Murphy afirmou no mesmo dia que esse tipo de desastre só vai acontecer nos EUA, não em qualquer outro país. “Em nenhum outro lugar, as crianças vão se preocupar em serem mortas a tiro”, acrescentou.

Apenas dez dias atrás, ocorreu um tiroteio em um supermercado no Estado de Nova Iorque, e pelo menos dez pessoas morreram no ataque.

Vale lembrar também que dez anos atrás, ou seja, em dezembro de 2012, um atirador de 20 anos chamado Adam Lanza, abriu fogo na escola Sandy Hook, em Newtown (Connecticut), disparando contra os alunos e funcionários da escola, causando 26 mortos.

As estatísticas mostram que na última década ocorreram mais de 3500 grandes tiroteios que causaram pelo menos quatro vítimas fatais nos EUA. No entanto, a produção de armas no país não diminuiu. Entre 2000 e 2020, os fabricantes norte-americanos de armas produziram mais de 139 milhões de equipamentos para o mercado civil.

É difícil proibir o uso de armas nos EUA porque tal decisão viola a Constituição do país. Mas a questão não é tão simples. Ela tem muito a ver com as disputas entre os partidos, grupos de interesses e, principalmente, a política estadunidense serve aos votos e ao dinheiro.

Por exemplo, a Associação Nacional de Rifles da América possui mais de cinco milhões de sócios e muito dinheiro. Em 2020, a organização empregou mais de US$29 milhões nas eleições federais. Esse complexo militar-industrial, ou seja, políticos somados aos comerciantes de armas, influencia profundamente a política dos EUA.

Além disso, a polarização política e a divisão social também são razões para o abuso de armas nos EUA. A política de veto se intensificou nos últimos anos e a "oposição pela oposição" se tornou um obstáculo para muitos projetos de lei do país. Nos últimos 20 anos, os dois partidos dos EUA tiveram grandes divergências no controle de armas, resultando no fracasso em aprovar alguma lei relevante..

Os políticos norte-americanos não ligam para a vida de seu povo. Nem a morte dos alunos, nem mais de um milhão de óbitos causados pelo COVID-19 podem mudar a prioridade política de procurar e defender sua hegemonia, e assim prestar mais atenção aos interesses cotidianos dos americanos.

Tradução: Luís Zhao

Revisão: Gabriel Fragoso

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