Vice-presidente do Brasil afirma que relação com a China tem "futuro extraordinário"

Brasília, 23 mai (Xinhua) -- O vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, disse nesta segunda-feira que a relação entre seu país e a China é "muito boa" e tem um "futuro extraordinário", qualificando o país asiático como "o principal e mais estratégico parceiro".

Em coletiva de imprensa no Palácio do Itamaraty, a chancelaria brasileira, depois da 6ª Reunião Plenária da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN), Mourão fez um balanço dos trabalhos do encontro virtual que presidiu junto com o vice-presidente da China, Wang Qishan.

A COSBAN, instituída em 2004, é o principal mecanismo bilateral de coordenação regular, com 12 subcomissões temáticas.

"Pude testemunhar pela segunda vez que o Brasil e a China conversam com regularidade, fluidez e espírito construtivo sobre os principais assuntos de nossa agenda bilateral", ressaltou o vice-presidente brasileiro.

"Na reunião de hoje cumprimos os compromissos assumidos há exatos três anos em Beijing, quando nossos governos se comprometeram a atualizar os documentos que orientam as relações entre nossos países", destacou.

Durante a reunião foram aprovados o Plano Estratégico 2022-2031, que estabelece as diretrizes de longo prazo para as relações bilaterais, e o Plano Executivo 2022-2026, que as implementa com objetivos concretos para os próximos 5 anos.

"A 6ª Reunião Plenária da COSBAN retrata a sintonia entre Brasil e China e demonstra a disposição de lado a lado para trabalhar em conjunto para superar desafios, identificar questões pendentes e melhorar o perfil de nossa relação", sintetizou Mourão.

O vice-presidente destacou que os planos aprovados foram negociados durante três anos, com grande complexidade de temas e interesses, com a participação de 14 ministérios e agências governamentais brasileiras.

Mourão ressaltou que a China é o principal parceiro comercial do Brasil desde 2009 e que o comércio entre os dois países vem crescendo ano a ano, "alcançando valores muito acima do que podíamos imaginar há alguns anos".

"Tivemos um aumento no ano passado, em meio à pandemia, e nos primeiros quatro meses deste ano continuamos progredindo, demonstrado a fortaleza dessa relação", relatou,

O vice-presidente brasileiro disse que "não temos a menor dúvida sobre o papel que a China tem hoje como motor da economia mundial", por sua capacidade de produção e por seu mercado, um país com 1,4 bilhão de habitantes.

Ele afirmou que, ao mesmo tempo, o Brasil tem a "nítida consciência de que nosso destino manifesto é ser o graneiro do mundo", por sua produção de alimentos cada vez maior, com novas áreas sendo conquistadas.

"Tudo isso vai permitir que o Brasil se apresente como um parceiro confiável, um parceiro capaz de responder a uma das grandes demandas chinesas, que é a questão da segurança alimentar", ressaltou.

Mourão concluiu expressando sua satisfação com os resultados alcançados no âmbito da COSBAN.

"Estou muito satisfeito porque cumprimos nossa missão, cumprimos aquilo para o qual nos preparamos ao longo desse período de governo para manter no mais alto nível nossa relação com nosso principal e mais estratégico parceiro comercial", afirmou.