Comentário: Região Ásia-Pacífico deve estar alerta com truques de Washington
O presidente dos EUA, Joe Biden, que está em visita ao Japão, anunciou no dia 23 o início do Quadro Econômico Indo-Pacífico (IPEF, na sigla em inglês). Esta iniciativa foi apresentada pelo líder estadunidense na Cúpula do Leste Asiático em outubro do ano passado. Segundo a representante do Comércio dos EUA, Katherine Tai, o pacto comercial vai contrariar efetivamente a crescente influência da China. De fato, este quadro, com alvo contra a China, é um círculo econômico exclusivo e uma ferramenta política para defender a hegemonia econômica regional dos EUA, e não tem nada a ver com acordo de livre comércio caracterizado pela redução do imposto alfandegário e abertura do mercado. Este "pseudo-multilateralismo" só trará divisão e confronto para a região, ao invés da liberdade, abertura e prosperidade reivindicadas pelos EUA.
Na visita de Joe Biden à Ásia, as palavras chaves são chip, tecnologia, cadeia de suprimentos, e reforço dos laços militares, de segurança e econômico. O que os políticos de Washington pensam é integrar as vantagens tecnológicos, reforçar sua hegemonia econômica e conter a China.
Entretanto, os EUA subestimaram o julgamento da maioria dos países da região Ásia-Pacífico.
Washington disse que irá cooperar com os países da região sobre a economia digital, a estabilidade da cadeia de suprimentos, as infraestruturas de energia limpa e o combate à corrupção. Mas muitos países da região Ásia-Pacífico duvidaram da forma, função e sustentabilidade desta cooperação.
Por outro lado, os EUA estão enfrentando alta inflação e fracasso no combate à pandemia. Quando Washington não puder providenciar benefícios pragmáticos, a execução do Quadro Econômico Indo-Pacífico será duvidosa.
Outro ponto importante é que os países da região estão preocupados com o desrespeito do acordo de Washington. Alguns anos trás, a Parceria Transpacífica, promovida pelos EUA, concluiu várias rodadas de negociação, mas foi rasgada pelos próprios estadunidenses porque a Casa Branca mudou seu dono.
O alvo de Washington é a China, mas Washington não tem como dominar o desenvolvimento da região. A Ásia-Pacífico é uma região com alta aceitação da globalização e do livre comércio com realizações notáveis. A China já se tornou o maior parceiro comercial para a maioria dos países da região.
A Ásia-Pacífico é uma terra quente para a cooperação e o desenvolvimento, não um jogo de xadrez geopolítico. O Quadro Econômico Indo-Pacífico promovido pelos EUA, que cria artificialmente o desacoplamento econômico, o bloqueio tecnológico e a desconexão da cadeia industrial, inevitavelmente prejudicará os interesses fundamentais da região.
Tradução: Xia Ren
Revisão: Diego Goulart