Jovens de Caldeiras e da China promoveram diálogo para combater a pobreza
“Diálogo da Juventude contra a pobreza”, foi o slogan da acção de troca de experiências que reuniu jovens da comunidade agrícola de Caldeiras, o Conselho Nacional da Juventude, e os jovens diplomatas chineses em serviço na embaixada da China em São Tomé e Príncipe.
País que tem a segunda maior economia do mundo, a China é reconhecida pelas Nações Unidas como sendo um expoente máximo no combate contra a pobreza. As políticas de promoção de desenvolvimento implementadas pelo Estado chinês permitiram, nos últimos 10 anos tirar mais de 100 milhões de pessoas do fosso da pobreza.
O Banco Mundial garante que a China é responsável por 70% da população mundial que conseguiu vencer a pobreza nos últimos anos.
Uma experiência exemplar, que foi partilhada com a juventude de São Tomé e Príncipe em Caldeiras. Por sinal, uma comunidade onde está a ser implementado o projecto piloto de luta contra a pobreza, financiado e executado pela República Popular da China.
Um projecto que segundo o Conselheiro da embaixada da China em São Tomé e Príncipe, Hu Bin, nasceu no quadro dos projectos de cooperação pragmática entre a China e África, propostos pelo Presidente Xi Jinping.
«Na oitava conferência ministerial do Fórum de Cooperação – China-África em Senegal no ano passado, o Presidente da China Xi Jinping lançou uma proposta de criação de 9 projectos para a cooperação programática China – África…No contexto do qual foi criado o projecto piloto de combate a pobreza nesta comunidade de Caldeiras, focando os sectores da agricultura, saúde e educação», detalhou Hu Bin.
Combate contra a pobreza é uma prioridade da governação na China. São Tomé e Príncipe é sensibilizado a dar passos na mesma direcção. No diálogo em Caldeiras a juventude chinesa, disse aos colegas de São Tomé e Príncipe, que a China definiu planos a médio e a longo prazos, «com uma filosofia centrada nas pessoas».
China adoptou estratégias objectivas e adequadas de promoção do desenvolvimento nas regiões mais pobres ou desfavorecidas do país. Por isso, conquistou progressos contínuos na luta contra a pobreza.
«Elevar o nível de escolaridade e de qualificação laboral das populações mais carentes. A tecnologia digital permitiu desenvolver novas áreas de negócios como o ecoturismo e o comércio eletrónico», acrescentou o conselheiro da embaixada da China em São Tomé e Príncipe.
Calisto Nascimento, Presidente do Conselho Nacional da Juventude, considerou ser um grande privilégio para a juventude são-tomense, trocar ideias e experiências de combate a pobreza com um país tão relevante neste processo, como é a China.
«Estamos a aprender com a China…Queremos aproveitar a experiência da China para sairmos desse buraco em que nós nos encontramos, por causa da pobreza», declarou Calisto Nascimento.
Durante o diálogo em Caldeiras a juventude chinesa que desempenha funções diplomáticas em São Tomé e Príncipe, chamou a atenção dos jovens são-tomenses para as potencialidades do sector agrícola, das pescas, do turismo rural, e da protecção do ambiente.
No diálogo ficou demonstrado que a China é um país comprometido com o desenvolvimento, mas em perfeita harmonia com a protecção do ambiente. Entre os anos 2000 e 2017 a China foi reconhecida pelas Nações Unidas como sendo o país que mais contribuiu para o planeta verde, através do plantio de árvores.
O compromisso com o desenvolvimento sustentado, está a ser defendido no projecto piloto de luta contra a pobreza em Caldeiras. Para evitar o abate acelerado de árvores e arbustos para garantir lenha para cozinha, prática muito habitual no meio rural, a cooperação chinesa instalou fogões ecológicos na comunidade de Caldeiras.
Os novos fogões provocaram uma redução drástica do uso da lenha, em cerca de 80%. O sistema metálico do fogão absorve o calor, e garante temperatura suficiente para a cozinhar durante várias horas.
Estela dos Santos, técnica da creche de Caldeiras realça a mudança de vida provocada pela introdução dos novos fogões.
«A nossa dieta alimentar melhorou. O fogão ecológico e amigo da natureza reduziu o consumo da lenha. Já não há fumo na cozinha», precisou a responsável da Creche de Caldeiras.
Boas práticas ambientais que se juntam a produção hortícola através da estufa instalada no horto escolar.
Caldeiras, viu novas plantas e sementes oriundas da China a darem frutos abundantes. As técnicas de tratamento biológico das pragas e dos insectos, fortalecem a produção biológica e de alta qualidade dos produtos hortícolas.
A criação de aves, seguindo técnicas de alta produtividade, está a dar à população de Caldeiras muitos ovos e também carne para melhorar a dieta alimentar. João Ribeiro Fernandes, líder da comunidade de Caldeiras, assumiu que a mudança da mentalidade está a dar passos no seio da comunidade.
«Foi importante e enriquecedor. Transmitiram – nos aquilo que não tínhamos conhecimento há algum tempo. É uma comunidade com enorme potencial. Temos tudo nas nossas mãos, só faltava o apoio criactivo», pontuou o líder comunitário.
João Ribeiro Fernandes, garantiu para o Téla Nón que «daqui a pouco tempo começaremos a dar os frutos, por via da mudança de mentalidade».
Todas as equipas da missão de cooperação chinesa em São Tomé e Príncipe colaboram no projecto piloto de luta contra a pobreza em Caldeiras.
Equipa médica chinesa assegura os cuidados básicos de saúde. A luta contra o paludismo é uma das grandes prioridades. Todos juntos esforçam-se para evitar que o paludismo seja um factor de pobreza em São Tomé e Príncipe.
Vários métodos e técnicas de combate contra o paludismo estão a ser executados no terreno.
Abel Veiga
Fonte: Téla-Nón e STP-Press