Comentário: Visita de funcionário estadunidense a Ilhas Salomão será performance de hipocrisia
O coordenador dos assuntos do Indo-Pacífico do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Kurt Campbell, realizará uma visita, ainda esta semana, às Ilhas Salomão e a outros dois países insulares no Oceano Pacífico, anunciou a Casa Branca nessa segunda-feira (18).
Conforme um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, as preocupações com a China serão um dos temas principais da visita. A opinião pública considera, porém, que a viagem de Campbell tem um provável motivo de obstruir a cooperação de segurança entre a China e as Ilhas Salomão.
Embora a Casa Branca tenha alegado que a visita de Campbell visa a garantir a “prosperidade, segurança e paz” de países insulares do Pacífico, isso só será revelado como uma performance de hipocrisia.
A China e as Ilhas Salomão assinaram recentemente um quadro do pacto sobre a cooperação em segurança. Conforme o documento, os dois lados vão colaborar na salvaguarda da ordem social, na proteção da segurança das vidas e propriedades das pessoas, no fornecimento de ajuda humanitária e no tratamento de desastres naturais.
Sendo aberta, transparente e inclusiva e não voltada a nenhum terceiro país, essa cooperação representa intercâmbios normais entre dois estados soberanos e independentes e constitui uma parte importante de sua cooperação abrangente.
Entretanto, os EUA, assim como a Austrália, estão sempre prestes a interferir nos assuntos de países insulares do Pacífico, conduta que revela sua natureza de hegemonia e colonialismo.
De fato, esses países-ilhas não são “quintais” de nenhum outro país, nem ferramentas para a realização de confrontos geopolíticos alheios. Eles precisam de cooperações externas diversificadas e têm o direito de selecionar parceiros automaticamente.
As Ilhas Salomão optaram por cooperar com a China porque haviam recebido e receberão ajuda real. Em novembro do ano passado, o país sofreu com o caos social e pediu assistência à China. Em resposta, o governo chinês ofereceu um grande montante de materiais de segurança e enviou conselheiros para auxiliar no reforço da capacidade policial.
Já os EUA nunca deram atenção às turbulências e crises na região. A embaixada norte-americana no país ficou fechada por 29 anos e só foi reaberta em fevereiro deste ano. Qual é a intenção por trás desse movimento? Afinal de contas, Washington só quer aproveitar o país insular para confrontar a China e tomar controle da região Indo-Pacífico.
Tradução: Paula Chen
Revisão: Patrícia Comunello