Fed dos EUA deve aumentar taxas esta semana em meio à disparada da inflação
Espera-se que o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) comece a aumentar as taxas de juros de quase zero esta semana, já que o conflito na Ucrânia pode aumentar ainda mais a inflação nos EUA, que vem subindo para o maior nível em quatro décadas, disseram economistas.
"Apesar dos desenvolvimentos geopolíticos, ainda esperamos que o FOMC aumente a taxa de fundos federais em 25 bps (pontos básicos) na conclusão de sua reunião de 15 a 16 de março", disse Jay Bryson, economista-chefe da Wells Fargo Securities, em um recente relatório, referindo-se ao Comitê Federal de Mercado Aberto, comitê de formulação de políticas do Fed.
"Uma recuperação quase completa do mercado de trabalho e uma inflação bem acima da meta do banco central tornam claro o início do ciclo de aperto", disse Bryson, acrescentando que os preços das commodities dispararam e mais interrupções na cadeia de suprimentos devido ao conflito na Ucrânia criam mais fontes de pressão inflacionária.
O índice de preços ao consumidor (IPC), no mês passado, subiu 7,9 por cento em relação ao ano anterior, o maior crescimento em 12 meses desde o período encerrado em janeiro de 1982, segundo o Departamento do Trabalho dos EUA.
Em uma audiência no Congresso no início deste mês, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que estava inclinado a apoiar um aumento de 25 pontos-base na reunião de política monetária de março, o primeiro movimento desde o início da pandemia de COVID-19.
Quando questionado sobre como os eventos internacionais afetariam a decisão do Fed, Powell observou que antes da crise na Ucrânia, o Fed deveria iniciar uma série de aumentos de juros este ano.
Powell disse que é muito cedo para dizer com certeza como o conflito em andamento, a resposta das nações ao redor do mundo, incluindo as sanções, podem ter mudado essa expectativa, mas, por enquanto, o Fed prosseguirá com esse plano cuidadosamente.