Comentário: É preciso promover o diálogo para resolver a crise da Ucrânia
A Rússia reconheceu nessa segunda-feira (21) as duas “repúblicas” no leste da Ucrânia. Os EUA anunciaram, em seguida, a realização de sanções financeiras aos russos. Alguns países também manifestaram disposição de lançar sanções contra Moscou.
Durante uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU sobre a questão ucraniana, a China apelou pela contenção das partes envolvidas para evitar ações em prol da intensificação do atual quadro.
A questão da Ucrânia evoluiu com o emaranhamento complicado de interesses de várias partes desde 2014.
Depois do fim da Guerra Fria, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) procurou a ampliação para o leste. Uma vez que a Ucrânia se integre à OTAN, a segurança estratégica da Rússia enfrentará ameaças severas. Por isso, Moscou persiste na afirmação jurídica, por escrito, para que a organização pare com a ampliação para o leste e não instale armas de ameaça.
Preocupada com prejuízos à sua soberania e segurança nacional, a Ucrânia, que fica na braçadeira de jogos entre as potências, depositou sua esperança na adesão à OTAN para obter abrigo.
A situação atual é resultado de uma série de fatores complexos, entre os quais a provocação dos Estados Unidos. Recentemente, Washington divulgou informações sobre uma “possível invasão” da Rússia à Ucrânia, com o objetivo de desviar a atenção do público aos conflitos internos. Ao mesmo tempo, os EUA também esperam aproveitar a tensão geopolítica para conter a Europa e encobrir sua intenção de não querer dar respostas pragmáticas aos apelos por segurança de Moscou.
Ao mostrar atitudes fortes sobre a situação na região, as afirmações de muitas partes envolvidas também deixaram espaço para diálogo. O premiê alemão, Olaf Scholz, assinalou que os meios diplomáticos ainda são o caminho para resolver a questão da Ucrânia perante o risco de guerra na Europa.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, destacou que a disseminação de manifestações sobre a possibilidade de guerra entre a Rússia e a Ucrânia está prejudicando a economia e a vida da população no país.
A melhor forma de resolver a crise da Ucrânia reside no diálogo, em vez de provocar tensões. Por ser um país membro do Conselho de Segurança da ONU, a China apresenta uma posição coerente, defendendo que a segurança de todos os países deve ser respeitada e que as normas e princípios da Carta das Nações Unidas devem ser observados.
Durante a 58ª Conferência de Segurança de Munique, a parte chinesa frisou que é necessário retornar o mais rápido possível ao Novo Acordo de Minsk. O documento foi celebrado após negociações entre as partes interessadas e aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU. Ele foi o único caminho para solucionar a questão ucraniana.
Atualmente, a situação na Ucrânia está se deteriorando. As partes envolvidas devem se conter e evitar o agravamento da crise. Forças externas, como os EUA, devem concentrar as ações na promoção do diálogo e da paz. Os grandes países do mundo devem liderar esforços para tornar o mundo melhor.
Tradução: Paula Chen
Revisão: Patrícia Comunello