Com 50 milhões de infectados, por que a pandemia nos EUA não tem freio?
Os dados mais recentes da Universidade Johns Hopkins mostram que, até o dia 13 de dezembro, o número acumulado de casos diagnosticados da Covid-19 nos EUA havia atingido 50.078.410 e o número acumulado de mortos havia alcançado 798.416.
A pandemia nos EUA registrou um rebote nos últimos tempos e o sistema de saúde de vários estados norte-americanos enfrenta uma crescente pressão. Mesmo com a situação preocupante, os “catalisadores” do vírus, como as teses anticientíficas e as disputas entre republicanos e democratas, continuam se espalhando no país.
Atualmente, os EUA são o país com o maior número de casos e óbitos do mundo. Por trás da frieza desses dados, fica a dor e a tristeza de inúmeros idosos no país.
Conforme estatísticas publicadas pelo jornal New York Times no dia 13, entre os quase 800 mil mortos da Covid-19 nos EUA, 75% eram pessoas com idade superior a 65 anos, isso quer dizer cerca de 600 mil. A cada cem idosos nos Estados Unidos, um já morreu em decorrência do novo coronavírus. E a proporção de pessoas com menos de 65 anos é de uma por 1.400.
A reportagem apontou que a Covid-19 já se tornou o terceiro maior motivo de morte entre idosos estadunidenses, seguindo apenas as doenças cardíacas e cânceres e superando significativamente diabete, acidentes e doença de Alzheimer. Desde o início de 2020, 13% dos sêniores norte-americanos já morreram por causa da Covid-19.
Preocupadas com a pandemia, muitas pessoas idosas continuaram restringindo suas atividades, como viagem, visita a netos e ter refeições fora de casa. Além disso, a promoção da recuperação de trabalho de muitas empresas também aflige os trabalhadores de idade avançada.
Além disso, embora os EUA sejam um dos países com a maior produção de vacinas e que primeiro começaram a vacinação da população, até o dia 12 de dezembro, só 60,8% havia recebido todas as doses necessárias, com a taxa ficando atrás de muitos países. Análises apontam que, entre as razões do fenômeno está, sem dúvida, a ruptura política.
Já no início do surto, republicanos e democratas, assim como seus apoiadores, entraram em divergências sobre questões como o uso de máscara, as medidas de quarentena e os prejuízos do novo coronavírus, levando os dois partidos para o dilema de “opor para opor”.
Por influência dos confrontos políticos, o entendimento e a colaboração da população norte-americana acerca da luta antiepidêmica apresentaram uma divergência polarizada. Em redes sociais do país, as falas antivacinação, como “existência de chips para controlar o gene humano em doses” e que “o número de pessoas mortas pelas vacinas é mais do que o causado pelo vírus”, estão se disseminando veementemente.
A agência de análise sobre políticas de saúde KFF selecionou oito informações falsas para realizar um levantamento e descobriu que 78% dos adultos ouviram pelo menos uma delas e que eles acreditaram ou não conseguiram confirmar se era real ou falsa.
Tradução: Paula Chen
Revisão: Diego Goulart