Comentário: EUA não devem decepcionar novamente o mundo inteiro na questão climática
A 26ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP26) foi encerrada na noite do dia 13 em Glasgow, no Reino Unido. As diversas partes participantes alcançaram um consenso quanto aos regulamentos de implementação do Acordo de Paris. Mas, como o próprio presidente da COP26 Alok Sharma disse, o processo foi muito difícil.
O evento foi prolongado por mais um dia e até o último minuto ainda tinha alguns países que queriam mudar a decisão final. Tudo isso mostra a dificuldade da cooperação da humanidade para enfrentar as mudanças climáticas. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, apontou que o documento final da COP26 é um grande progresso.
A China e os Estados Unidos publicaram no dia 10 em Glasgow a Declaração Conjunta sobre o Fortalecimento das Ações Climáticas nos Anos 20 do Século XXI, a qual é um importante resultado tanto para a cooperação bilateral sino-norte-americana quanto para a aprovação do documento histórico da COP26. O vice-presidente da União Europeia, Frans Timmermans, disse que esta declaração conjunta trouxe esperança e a cooperação entre a China e os EUA é muito incentiva, dando uma base para a elaboração do documento de Glasgow.
Os conteúdos da declaração sino-norte-americana também são pragmáticos. Os EUA definiram o objetivo de zero poluição de carbono na produção de eletricidade até 2035. A China disse que diminuirá passo a passo o consumo de carvão durante seu 15º Plano Quinquenal (2026-2030). Os dois países também prometeram relatar suas contribuições em 2025 e 2035.
Como um grande país em desenvolvimento, a China sempre foi um exemplo para enfrentar as mudanças climáticas. O país já elaborou seu projeto de ações para o pico da emissão de carbono antes de 2035. Atualmente, cerca de 1,2 mil hectares de florestamento são feitos na China por dia.
No entanto, a comunidade internacional ainda está muito preocupada com as promessas dos EUA. As políticas climáticas nunca foram um tema científico na Casa Branca, mas sim, uma ferramenta da luta política entre os dois partidos do país. O governo Clinton assinou o Protocolo de Kyoto, mas o governo Bush se retirou do acordo. O governo Obama assinou o Acordo de Paris, mas o governo Trump o rasgou.
Desta vez, Washington não pode decepcionar novamente o mundo inteiro. Os EUA devem tomar mais ações detalhadas, reduzir suas emissões e oferecer apoio financeiro e tecnológico aos países em desenvolvimento. Em resumo, devem agir como uma potência responsável.
Tradução: Luís Zhao
Revisão: Erasto Santos Cruz