Comentário: ”Lacuna imunológica” tirou máscaras hipócritas de direitos humanos no Ocidente
O representante chinês discursou nessa terça-feira (28) na 48ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), apelando pela distribuição equitativa das vacinas no globo. O pedido feito pela China foi uma resposta à "lacuna imunológica". A China defende que os imunizantes devem ser “bens públicos” para atender todas as nações e que o "nacionalismo de vacinas" deve ser evitado.
Atualmente, a pandemia ainda está se espalhando pelo mundo. As vacinas são uma ferramenta essencial para superar a Covid-19 e uma arma poderosa para proteger o direito à sobrevivência e à saúde da humanidade. No entanto, alguns países desenvolvidos monopolizam a oferta, enquanto a maioria das economias em desenvolvimento registram séria escassez de vacinas.
O Relatório dos Países Menos Desenvolvidos de 2021, divulgado pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), realizada na última segunda-feira (27), mostrou que apenas 2% da população dos 46 países menos desenvolvidos do mundo foi vacinada, enquanto a cobertura nas nações desenvolvidas é de 41%. Diante da chocante "lacuna imunológica", algumas pessoas têm feito uma analogia a como comunidades enfrentam um desastre comum: os mais ricos (países) roubam os “botes salva-vidas" dos mais pobres.
No caso dos EUA, o país estoca uma grande quantidade de vacinas, muito além de suas próprias necessidades, e restringe a exportação de matérias-primas para a produção de mais imunizantes. Com isso, os Estados Unidos impedem que as nações pobres realizem e ampliem a imunização, exacerbando a distribuição injusta de vacinas. De acordo com a análise do Brookings Institution, um think tank norte-americano, a partir de 25 de setembro, os EUA podem ter acumulado um remanescente de 500 milhões de doses contra a Covid-19.
Sobre a assistência ao exterior, os imunizantes prometidos por Washington não chegaram a tempo aos países a que eram destinados ou, quando foram recebidos, foram entregues com preços e quantidades inadequadas.
Enquanto as autoridades norte-americanas e de outros governos do Ocidente usam vacinas como ferramentas políticas, a China está fazendo o melhor para fornecer doses para a comunidade internacional e promover ativamente a cooperação global anti-pandêmica.
O governo chinês já forneceu 1,2 bilhão de vacinas e insumos para mais de 100 países e organizações internacionais. Ao mesmo tempo, a China também trabalha para alcançar a meta de entregar 2 bilhões de doses de vacina até o fim de 2021. Com a doação de US$ 100 milhões ao COVAX, outros 100 milhões de imunizantes serão doados para países em desenvolvimento este ano.
Se os EUA e os países ocidentais realmente "respeitam os direitos humanos", devem estender a mão para ajudar a comunidade internacional, especialmente as nações mais pobres, para promover a distribuição equitativa de vacinas e eliminar a "lacuna de imunização". Caso contrário, suas máscaras hipócritas de direitos humanos se tornarão apenas uma piada.
Tradução: Xia Ren
Revisão: Patrícia Comunello