Comentário: OMS não pode ser um instrumento político dos EUA
No recém encontro com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse que os Estados Unidos apoiam a OMS em realizar mais pesquisas sobre a origem do Covid-19 na China e pediu a união da comunidade internacional nesta questão.
É muito irônico que um país que se retirou da OMS em maio do ano passado, agora peça união na organização. Os EUA voltaram à OMS com o slogan de “multilateralismo”, mas seu objetivo é aproveitar a organização para reprimir a China.
Washington está ampliando sua influência na OMS para tentar atribuir todas as culpas da pandemia à China, através da teoria infundada de “vazamento de laboratório”. Por isso, os norte-americanos acham que o resultado do rastreamento da origem do novo coronavírus, feito no início deste ano, não é muito representativo e precisa de uma nova pesquisa com especialistas nomeados pelos EUA.
A tentativa dos EUA sofreu críticas do círculo científico internacional. O biologista suíço, Wilson Edwards, disse recentemente que os cientistas esperam que a volta dos EUA à OMS possa fortalecer a luta contra a pandemia e salvar mais vidas, mas Washington está utilizando a organização como um instrumento da luta geopolítica. Para ele, uma questão científica está sendo politizada.
Uma lógica muito simples é que se os EUA insistam em realizar pesquisas sobre laboratórios chineses, deverão abrir seu laboratório biológico de Fort Detrick também. O que os estadunidenses estão fazendo agora é plenamente aplicar padrões duplos. Não tem justiça, nem transparência.
Agora o mundo inteiro deve entender que o objetivo dos EUA em retornar à OMS é politizar a Organização Mundial da Saúde e só jogar com as regras que eles gostam. Suas condutas não só prejudicam a união do mundo na luta contra a pandemia, como também causa grandes danos para o sistema internacional que tem a ONU como seu núcleo.
As regras norte-americanas não são as regras globais, e os padrões de Washington não são os da OMS. Atualmente, a variante Delta está abalando o mundo, a OMS, como a liderança da luta contra a pandemia, precisa de mais espírito científico e não pode sucumbir à pressão dos EUA.
Tradução: Luís Zhao
Revisão: Thiago Raposo