Brasil ampliará número de testes para detectar COVID-19, anuncia governo
O governo brasileiro anunciou nesta quarta-feira que ampliará seu programa de testes para detectar o novo coronavírus, que deve contaminar cerca de 46 milhões de pessoas, 22% da população.
Em entrevista à imprensa, o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, assegurou que o Ministério da Saúde passará a oferecer os testes para detectar a COVID-19 também aos pacientes que apresentem sintomas leves da doença.
Segundo Correia, até o momento já foram distribuídos 11,3 milhões de testes aos estados e laboratórios para detectar o vírus e que se espera chegar ao restante nas próximas semanas. Dos 46 milhões de testes esperados, a metade será do tipo RT-PCR, mais precisos, e a outra metade será de testes rápidos, de anticorpos.
A intenção do Ministério da Saúde é que, aumentando o número de testes realizados, ajude a identificar o deslocamento da pandemia para o interior do país.
"Tivemos alguns problemas ao longo do programa, inclusive de oferta de produtos. Houve uma época na qual não tínhamos a disponibilidade de tubos devido ao processo demanda mundial com relação a isso. Havia outra questão que era a capacidade tecnológica dos laboratórios para fazer a testagem molecular. Fomos vencendo etapas e hoje temos condições de avançar nesta testagem para nossa população", explicou.
Apesar de ser o segundo país do mundo com mais casos, chegando a 1,2 milhão, calcula-se que existe uma grande subnotificação de contágios no Brasil devido aos poucos testes realizados na população, o que faz temer que o número de infectados seja muito maior.
Segundo Correia, "na perspectiva de que nas últimas semanas víamos que a doença caminhava para o interior, existe uma população brasileira que está nos municípios e necessita ser assistida e diagnosticada nesta fase que temos um pequeno número de casos que podemos cuidar fazendo esse diagnóstico".
O secretário de Vigilância em Saúde admitiu também que o número de casos de COVID-19 subiu nos últimos dias. "Na semana passada, dissemos que parecia que a curva tendia a uma certa estabilização ou diminuição no número de casos, mas vimos que esta semana tivemos um aumento significativo de casos", afirmou.
Segundo divulgou o governo nesta quarta-feira, o Brasil registrou 1.185 mortos nas últimas 24 horas, elevando a 53.830 o total de óbitos causados pela COVID-19, além de contabilizar 42.725 novos casos em um dia para alcançar um total de 1.188.631 infectados.