Comentário: Regularidades econômicas não permitem desacoplamento dos EUA e China
Os EUA anunciaram recentemente que seu completo "desacoplamento" da China ainda está dentro das opções políticas. Ao mesmo tempo, porém, oficiais de alto nível norte-americanos nas áreas de economia e comércio disseram que a dissociação das economias sino-norte-americanas "não é viável".
Cada vez mais personalidades do setor econômico internacional e da mídia acreditam que a divulgação de comentários extremos sobre o desacoplamento da China nada mais é do que um estilo sensacionalista voltado às eleições dos EUA.
A essência da dissociação, de fato, é uma questão de regularidades econômicas. Devemos considerar sua viabilidade em primeiro lugar.
Recentemente, alguns estudiosos americanos apontaram que a eliminação apressada da dependência da China pode acabar não apenas cortando relações econômicas importantes e saudáveis com a China, mas também bloqueando seus laços econômicos com outros países.
Eles comparam a economia sino-norte-americana a um par de "gêmeos siameses", "conectados por tecidos nervosos e compartilhando um sistema comum de órgãos e circulação sanguínea". "Dissociar" países com relações econômicas complicadas é como fazer uma operação complicada. Antes de usar o bisturi, é melhor entender cuidadosamente onde os órgãos vitais do paciente estão localizados.
De fato, coisas semelhantes já aconteceram nas sanções dos EUA contra empresas chinesas. Observa-se que o Departamento de Comércio dos EUA anunciou o cancelamento da ordem que proibia empresas norte-americanas de realizar negócios com a empresa chinesa Huawei, permitindo que elas cooperem no desenvolvimento de padrões da rede 5G.
Muitos analistas apontaram que as empresas de tecnologia chinesas lideram atualmente o mundo em pesquisa e desenvolvimento de 5G, e suas vozes na formulação dos padrões deste setor continuam a aumentar. Se os EUA não cancelarem a ordem anterior, as empresas do país não poderão participar totalmente da formulação dos padrões da rede 5G, o que inevitavelmente prejudicará sua própria competitividade.
E as regras econômicas no cenário internacional não são algo que os políticos americanos possam mudar à vontade. O jornal Wall Street Journal noticiou recentemente que, apesar dos atritos econômicos e comerciais, o volume comercial bilateral entre os EUA e a China subiu para quase US$39,7 bilhões em abril, um aumento de quase 43% em relação a fevereiro. Isso significa que a China se tornou mais uma vez o maior parceiro comercial dos EUA. Isso também comprova mais uma vez o absurdo do chamado "desacoplamento".
Não apenas as mídias norte-americanas reconheceram isso. Filippo Gori, CEO da JP Morgan Asia-Pacific, disse recentemente em uma entrevista exclusiva ao Grupo de Mídia da China que a China está começando a mostrar sinais de recuperação em forma "V" e que a recuperação econômica do país beneficiará a recuperação do mercado global. Ele também disse que o ano de 2021 é o ano do centésimo aniversário da operação da JP Morgan na China e a empresa espera alcançar um desenvolvimento abrangente dos negócios no país.
No que diz respeito à China, a sua posição na cadeia industrial global de hoje é muito importante e possibilita um equilíbrio ideal entre o custo e a eficiência com a integração orgânica de recursos por empresas de todo o mundo durante muitos anos. O impacto de curto prazo da epidemia do novo coronavírus não muda a vantagem competitiva da China. A saída da China às pressas só fará as empresas norte-americanas perderem esse mercado com grande potencial.
Tradução: Paula Chen
Revisão: Gabriela Nascimento