Pudong: 30 anos de intercâmbio financeiro para o crescimento mundial

Fonte: CRI Published: 2020-11-11 16:50:43
Share
Share this with Close
Messenger Messenger Pinterest LinkedIn

No ano de 2020, uma das regiões mais importantes da China completa 30 anos: a área de Pudong, uma das principais Zonas Comerciais do mundo. Diz-se início dos anos 2020 porque a data de sua criação é imprecisa. Ela foi oficialmente declarada em 1993, mas já vinha sendo construída e planejada desde o final dos anos 1980. Pudong é especial porque reúne uma série de características e legislações financeiras que permitem que ela atraia negócios e faça a economia chinesa - e mundial - crescer.

O lugar, antes, era pobre. Fica a Oeste do Rio Huanpu, próxima aos bairros de Huanpu, Yangpu e Huamu. Tratava-se de uma região praticamente despovoada, onde havia poucos pescadores e fazendeiros. Ali, porém, traçou-se uma estratégia. A saída fluvial e ótima localização poderiam ser facilitadores para negócios e turismo, por isso planejou-se a construção de um grande centro comercial.

A busca, desde então, foi por chamar a atenção para a região e atrair investidores. Uma das medidas foi flexibilizar as leis econômicas locais. Suspendeu-se localmente a economia planificada que o país, parcialmente, ainda vivia, e houve uma adequação às leis mundiais de mercado, com resguardo dos interesses do povo.

Isso foi facilitado por Shanghai ser um dos poucos Municípios chineses, o que tem um significado diferente na China, se comparado ao Brasil. Na potência oriental, Município não é o mesmo que Prefeitura. As Prefeituras respondem às Províncias, que têm acima o Governo Central. Já os Municípios têm status de Províncias, e, portanto, contam com alto grau de autonomia para tomar suas decisões econômicas. Atualmente, a China tem apenas quatro Municípios: Beijing, Chongching, Shanghai e Tianjin. Portanto, a cidade onde está Pudong é um deles. As restantes, são Prefeituras.

Gozando dessa autonomia, Shanghai uniu várias vizinhanças na chamada península de Lujianzui: Huangpu, Yangpu, Nanshi, Wusong e Chuansha. Hoje, todas estão no contexto de Pudong, uma chamada Zona Econômica Especial, que, como já se disse, guarda regras diferentes para investimentos e negócios. Hoje, para se ter ideia, sua Bolsa de Valores opera em US$ 5 trilhões, e já é a 5ª mundial em movimentação de capitais, atrás das duas de Nova York - Dow Jones e Nasdaq -, a de Tóquio e a de Londres.

A iniciativa já foi responsável pelo fechamento de uma série de contratos entre empresas, Estado e prestação de serviços chinesas, e também o setor privado e Governos dos mais diferentes países do mundo. São tantos que muitos edifícios são erguidos para comportar as empresas. Elas necessitam de campos de operação locais, com espaço e conforto adequados, o que une arranha-céus construídos nos últimos anos, que fazem a festa também dos turistas.

A Torre de Pérola, que é uma antena de TV, tem 468 metros e foi concluída em 1994. Numa esfera que antecede o seu pináculo e mirante, há um restaurante giratório com comidas de todo o mundo. A pessoa senta-se à mesa e vê a paisagem de Shanghai mudar à medida que gira a Torre.

A Torre Jin Mao também chama a atenção: são 493 metros, em obra concluída em 1998. Porém, as meninas dos olhos dos visitantes são o Centro Financeiro Comercial de Shanghai, com seu topo parecendo um abridor de cerveja, e seus 492 metros terminados em 2008, e a Torre de Shanghai, que impressiona o mundo com seus 632 metros. Ela tem uma arquitetura arrojada, em que o prédio parece retorcer-se até o alto. Foi concluída em 2015 e é o segundo edifício mais alto do mundo. De seu mirante, todos os outros prédios parecem pequenos.

Essas edificações abrigam escritórios das principais empresas financeiras do mundo. Algumas são chinesas, de Shanghai, Beijing, Hong Kong, mas algumas são ocidentais ou coreanas e japonesas. A importância é que as estruturas funcionem como um parque industrial, só que voltado ao sistema financeiro. Ou seja, mais contato, mais ideias novas e mais intercâmbio e fluxo de capitais, aumentando o crescimento regional e mundial e resguardando o mundo de novas crises econômicas.

Dessa reunião saem projetos de investimentos que seguem o pensamento chinês do Futuro Compartilhado, planejado para os 100 anos da República Popular da China, em 2049. Construtoras e financeiras, por exemplo, acertam seus empréstimos e planos de pagamentos para projetos no contexto da Iniciativa Cinturão e Rota, ou Rota da Seda. Tal projeto global de crescimento econômico, com distribuição de riqueza, foi lançado pelo presidente Xi Jinping em 2013.

O que começou com melhorias urbanas na região pobre de Pudong, hoje, 30 anos depois, é um dos maiores centros do intercâmbio financeiro mundial.

(Autor: Hélio Rocha, articulista, colaborador e ex-correspondente na China para o Jornal Brasil 247)

Share

Mais Populares

Galeria de Fotos

Artesanatos decorados com fios de ouro de 0,2mm
Artesão de Hainan produz instrumento musical com cocos
Artista polonês constrói uma casa em formato de chaleira
Escola primária em Changxing comemora o Dia Mundial da Terra
Vamos proteger a Terra com ações práticas
Terras abandonadas são transformadas em parque de chá em Yingshan na província de Sichuan

Notícias

Rússia diz que continua atacando armamento oferecido pelos EUA e Europa à Ucrânia
O “petróleo democrático” com preço subindo
Cidades e vilas chinesas geram 2,85 milhões de empregos no primeiro trimestre de 2022
EUA não querem paz na Ucrânia
Equipe médica chinesa oferece consultas médicas gratuitas em São Tomé e Príncipe
Comentário: Destino de Assange revela a realidade da “liberdade do estilo norte-americano”