Portugal tem ambição em relação com a China, diz embaixador de Portugal

Published: 2019-02-08 18:00:30
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No dia oito de fevereiro de 2019 comemora-se o 40º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e Portugal. Na entrevista com a mídia chinesa, o embaixador de Portugal na China, José Augusto Duarte, disse que o país europeu quer tomar a ocasião como um novo ponto de partida, levando as relações bilaterais para um novo patamar.

Os intercâmbios entre a China e Portugal datam de mais de cinco centenários. Em 1979, os dois países estabeleceram as relações diplomáticas, dando início a uma nova era do relacionamento bilateral. Em 2005, os dois países anunciaram a plena parceria estratégica. No ano passado, Portugal se tornou o primeiro país europeu a criar a “parceria azul” com a China. De acordo com o embaixador, ao longo das quatro décadas, a cooperação pragmática entre os dois países nas áreas política, econômica-comercial, cultural e de ciência e tecnologia tem se desenvolvido rapidamente. As populações também se compreendem cada vez mais e aprofundam a amizade entre si.

“Este restabelecimento das relações diplomáticas vem provar aquilo que já existia há uns séculos, é que a relação entre Portugal e a China foi sempre uma relação de amizade, uma relação onde se desenvolveram os interesses que uniam os chineses e os portugueses através do comércio, através do diálogo da paz, da ciência e também uma relação caracterizada pelo respeito por aquilo que nos tornávamos diferentes. Com essa relação de respeito mútuo, obviamente se desenvolveu uma grande amizade ao longo dos séculos e que foi comprovada também nestes 40 anos. ”

As estatísticas da alfândega chinesa mostram que entre janeiro e setembro de 2018, o volume comercial entre a China e Portugal chegou a US$4,5 bilhões, um aumento de 7,6% em relação ao registrado no ano anterior. Hoje, a China é o maior parceiro comercial de Portugal na Ásia, e o país europeu é o quinto país que absorve mais investimento chinês na Europa. Nos últimos anos, Portugal também aumentou seu investimento na China. Até junho de 2018, o investimento acumulado superou o patamar de US$200 milhões.

“Portugal tem muita ambição nessa relação com a China. Podemos evoluir mais numa parceria que é efetivamente benéfica. Temos de ter mais acordos comerciais com a China nas áreas agroindustriais, onde podemos exportar produtos de altíssima qualidade para os consumidores chineses. E podemos importar também produtos de altíssima qualidade chinesa que demostram a criatividade, o engenho e a força de trabalho chinesa.”

Sendo o líder dos Grandes Descobrimentos, Portugal deixou seus vestígios significativos na antiga rota da seda marítima. Hoje, ele é um dos países mais importantes no âmbito da iniciativa Cinturão e Rota. No ano passado, quando o presidente chinês, Xi Jinping, visitou Portugal, os dois países firmaram o memorando de entendimento sobre a cooperação na Iniciativa Cinturão e Rota. Com isso, Portugal quer reforçar o papel na cooperação do quadro, disse o embaixador português.

“E Portugal, sendo o primeiro país do continente europeu, quando se vem da África ou da América, é um ponto estratégico fundamental do ponto de vista de geografia para a conectividade do continente africano com o europeu, e, por sua vez, da Europa com o próprio Extremo Oriente. Portanto, o programa Faixa e Rota e o programa da conectividade da ligação aérea, terrestre e marítima entre a China e a Europa só fica efetivamente completo se chegar a Portugal e não se acabar antes de Portugal.”

Em abril deste ano, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Souza, virá a Beijing comparecer ao 2º Fórum do Cinturão e Rota para a Cooperação Internacional, além de realizar uma visita de Estado à China. O embaixador defende a importância da conectividade da iniciativa Cinturão e Rota, que, segundo ele, cria oportunidades para o desenvolvimento e cooperação dos países.Sonora 4

“Portugal vê com muito interesse e com muita atenção. É um programa que é complementar à estratégia de conectividade entre a Europa e a Ásia, lançada pela União Europeia. E, portanto, todos esses programas contribuirão para uma dinamização dos contatos entre Ocidente e Oriente, entre povos, criando sinergia de interesses entre todos. E, portanto, facilita o comércio, facilita a troca de contatos, facilita a paz.”

Portugal é uma tradicional potência marítima, com ricas experiências na exploração dos recursos marítimos. O embaixador não deixou de salientar a cooperação sino-portuguesa na área, que contou com vários acordos que envolveram o lançamento de microssatélites para monitorar a poluição e acidentes marítimos, bem como a pesquisa conjunta no setor entre a Universidade de Shanghai e a Universidade de Algarve.

“O mar foi sempre uma ponta na ligação entre Portugal e a China, nunca foi uma separação. Os oceanos, efetivamente, uma parte inalienável do futuro da humanidade, indispensáveis para estudar o combates às alterações climáticas, a preservação do meio-ambiente e de qualidade da vida. Acho que Portugal e a China, com a tradição de diálogo construtivo que têm, poderão certamente dar grande contributo. ”






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