Especialista brasileiro: BRICS receberá mais oportunidades e desafios
A 10ª Cúpula do BRICS será realizada entre os dias 25 e 27 de julho, em Joanesburgo, na África do Sul. Evandro Menezes de Carvalho, especialista em questões da China da Fundação Getúlio Vargas, considera que o BRICS receberá mais oportunidades e desafios na próxima década.
Ele salientou que os países membros do BRICS devem estreitar os laços bilaterais, enfrentar juntos as dificuldades e criar novos resultados. Segundo Carvalho, a cada ano, a Cúpula propõe temas significativos. Um exemplo é a Cúpula em Xiamen, no ano passado, na qual o governo chinês apresentou o mecanismo BRICS Plus, visando ampliar a círculo de amigos dos países do BRICS.
“Para este ano, a proposta do governo sul-africano consiste em estabelecer um grupo do trabalho sobre manutenção da paz. Este é um tema importante no momento em que o mundo vive de uma instabilidade também política, conflitos, o problemas das imigrações decorrentes desses conflitos internacionais, os movimentos extremistas, os movimentos separatistas. Então isso é uma agenda hoje é crucial. Uma outra proposta é criação de um centro de pesquisa em vacinas. Esse é um tema também interessante porque sobretudo com com a mudança climática, doenças que já tinha desaparecido, eles voltam a parecer. Além de novas doenças, decorrentes não só disso, mas também por exemplo, excessivo de agrotóxicos. Isso também tem gerado também consequências negativas a saúde, que pode ter repercussões, como caso, no Brasil, do Zika vírus.”
Carvalho ainda assinalou que o governo sul-africano vai focar em construção de uma plataforma para as mulheres, aumentando o nível de participação feminina em áreas como economia, política e vida social. Dessa forma vão desempenhar completamente seus papéis no desenvolvimento da sociedade. Isso vai combater a discriminação sexual e criar impactos positivos. Além disso, o BRICS impulsionará a estratégia da Quarta Revolução Industrial e as cooperações turísticas.
Falando dos desafios na área da segurança, ele considera que o problema existe nas áreas de comércio e de sociedade.
“A segurança é o tema bastante amplo. Ela pode envolver essa questão de segurança econômico e comercial. Mas a segurança é mesmo ponto de vista evitar os conflitos. Toda situação de crise econômica ela tem uma consequência, que é o aumento da instabilidade social. E essa instabilidade por conta do aumento do desemprego, da redução das condições de vidas, isso vai gerando tensão. E até mesmo vai gerir conflitos maiores entre nações também motivados pela busca de recursos. Então o tema da segurança ele é essencial, porque a instabilidade internacional, vai afetar a própria dinâmica do mundo, do comércio internacional e as relações entre os países. ”
A China e o Brasil, maiores países em desenvolvimento na Ásia e na América Latina, mantêm bons intercâmbios nas áreas política, econômica e cultural. Carvalho espera que os dois países possam desenvolver cooperações profundas na área de tecnologia.
“Óbviamente, o Brasil é uma potência agrícola, tem bastante recursos naturais. É o dado na natureza combinado com o desenvolvimento de tecnologia voltada para esses setores. Mas o Brasil precisa avançar ainda muito no que diz respeito por exemplo que a Quarta Revolução Industrial, poder fazer parte desse movimento, o país não perder esse novo momento da revolução tecnológica. O Brasil poderia intensificar mais a sua cooperação, sobretudo, com países como a China, que tem feito um bom trabalho nessa área e a Rússia também. Acho essa área o Brasil precisa evoluir, avançar, tem mais investimentos, ampliar sua cooperação é nessa área tecnológica.”
Entrevista: Virgília Han e Joaquina Hou
Tradução: Luana Xing
Revisão: Diego Goularte