Comentário: Quem sufocou a voz dos afro-americanos nos EUA?
Em 1968, Martin Luther King, líder do movimento dos direitos civis dos negros nos EUA, foi assassinado. O incidente desencadeou sérios conflitos raciais no país. Para encontrar a causa radical, o então presidente, Lyndon Baines Johnson, nomeou uma comissão e obteve uma conclusão: “Nosso país está caminhando para duas sociedades, uma é a sociedade dos negros e a outra, dos brancos, e as duas são separadas e desiguais.”
Infelizmente, mais de meio século depois, essa conclusão ainda faz sentido nos EUA. Dias atrás, George Floyd, homem afro-americano, morreu depois que um policial branco se ajoelhou em seu pescoço por sete minutos. A fala “Eu não consigo respirar” se espalhou por todo o mundo, o que faz muitas pessoas lamentarem a situação dos direitos humanos nos Estados Unidos.
O incidente de George Floyd desencadeou protestos em mais de 70 cidades no território norte-americano, exercendo também influências em outros países como Reino Unido, Alemanha e Canadá.
“Não consigo respirar” descreve um verdadeiro retrato de grupos étnicos minoritários dos Estados Unidos que lutam sob a névoa da discriminação racial. Segundo estatísticas, em 2019, a polícia norte-americana matou 1.099 pessoas, das quais, 24% eram negras. No entanto, os negros representam apenas 13% da população total do país. A alta comissária de direitos humanos das Nações Unidas, Michelle Bachelet, afirmou que a discriminação racial está “arraigada” nos EUA, salientando que é necessário tomar “ações sérias” para impedir que mais pessoas negras morram nas mãos da polícia e pela discriminação racial.
Em 2013, um estudante afro-americano foi baleado pela polícia e o policial que causou o incidente foi absolvido por causa de evidências insuficientes. A história é surpreendentemente semelhante. Desta vez, a morte de George Floyd é apenas mais uma manifestação de repetidos casos de discriminação racial e aplicação violenta da lei pela polícia dos Estados Unidos. Segundo comentou o jornal “The Washington post”, a história mostra que isso ainda se repetirá.
No seu famoso discurso “Eu tenho um sonho”, Martin Luther King disse: “Eu tenho um sonho de que um dia, meus quatro filhos vivam em uma nação onde não sejam julgados pela cor de sua pele, mas pelo seu caráter”. Infelizmente, a luz desse belo ideal nunca foi capaz de brilhar na brutal realidade racista dos Estados Unidos.
tradução: Shi Liang
revisão: Erasto Santos Cruz