Comentário: Falas arrogantes de Graham não encobrem falhas de políticos norte-americanos no combate antiepidêmico
“O governo chinês é responsável por 16 mil mortes de americanos e 17 milhões de americanos estarem desempregados”, estas palavras foram ditas pelo senador republicano norte-americano, Lindsey O. Graham, durante um programa recém-transmitido pela rede de televisão Fox News. De fato, políticos norte-americanos já repetiram muitas vezes falas semelhantes, com o objetivo de desviar conflitos internos ao culpar na China.
Em Washington, Graham é um aliado firme do líder norte-americano. Desde o surto do COVID-19, o senador tem agido com o propósito de jogar a culpa na China. A intenção dele é óbvia: ganhar vantagens para seu partido nas eleições presidenciais a serem realizadas em novembro deste ano.
Como dizem internautas norte-americanos, os republicanos estão sempre procurando bodes expiatórios. As falhas do governo norte-americano são tão grandes que nenhum outro país pode assumir as suas responsabilidades por ele.
O jornal Washington Post publicou recentemente um artigo na primeira página, recordando os alarmes emitidos pela China sobre a epidemia desde o dia 3 de janeiro. Nos 70 dias até que o presidente Donald Trump decretou estado de emergência no país, o governo norte-americano mostrou negação, procrastinação e incompetência.
Trump só discutiu a situação epidêmica com autoridades de saúde pela primeira vez em 18 de janeiro. Em sua conversa por telefone com o secretário de Saúde e Serviços Humanos, Alex Azar, Trump o considerou preocupado demais. No final de janeiro, as autoridades de saúde norte-americanas e o departamento orçamental da Casa Branca entraram em disputa sobre as verbas em resposta ao COVID-19. Até o dia 6 de março, o líder norte-americano assinou a lei sobre a canalização de capital, uma resposta bastante tardia.
Além disso, os EUA também apresentaram falta de materiais ao combate antiepidêmico, assim como falhas na detecção do novo coronavírus. O governo norte-americano não pode escapar de suas responsabilidades não importando como os políticos do país tentaram culpar os outros países. O público do país está bastante ciente da situação, pois cada dia mais veículos de imprensa vêm fazendo reflexões sobre o ocorrido.
O jornal The Chicago Tribune emitiu em 30 de março um editorial, analisando os “erros” do governo norte-americano ao lidar com o surto, incluindo a falta de ações a tempo, o batismo do “vírus chinês”, a falta de promoção de cooperações internacionais e a recusa de propostas de especialistas e métodos de teste recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O texto considera que muitos pesares e mortes deveriam ter sido evitados, mas as decisões desastrosas da Casa Branca resultaram na realidade na qual o país mais rico do mundo deve passar por um período extremamente difícil.
“Nações, assim como indivíduos, revelam-se em tempos difíceis”, escreveu em um artigo Nick Bryant, correspondente da rede de notícias britânica BBC em Nova York. O vírus não distingue país e raça. Culpar outros não pode trazer de volta o tempo perdido. Só a união e a cooperação podem ajudar a combater a epidemia.
Tradução: Paula Chen
Revisão: Gabriela Nascimento