Jornalista do CRI Português lança livro sobre as melhores seleções brasileiras da história
Faltando poucos dias para o início da Copa do Mundo na Rússia, o nosso jornalista, Luís Zhao, um apaixonado pelo futebol brasileiro, acaba de lançar na China o livro “Kung-fu de Samba - As Melhores Seleções Brasileiras”. A obra traz detalhes daqueles que são considerados pela crônica esportiva mundial os melhores esquadrões a vestirem a amarelinha. Ou seja, as cinco equipes campeãs (de 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002) e a seleção de 1982, que não venceu o Mundial da Espanha, mas é reverenciada pelo estilo que encantou o mundo.
Esse é o segundo livro de Zhao dedicado ao futebol do país sul-americano. O primeiro, de 2013, conta a história dos campeonatos brasileiros de 1959 a 2012. Com esses dois volumes da série Kung-fu de Samba, o jornalista diz que realizou seu sonho. “Eu queria introduzir aos chineses o futebol do Brasil, contar pelo menos o básico dessa grande história. Sinto que cumpri minha missão”, afirma o jornalista.
Sua paixão pelo futebol brasileiro começou em 1994, quando acompanhou uma Copa do Mundo pela primeira vez. Como os jogos na China geralmente são transmitidos de madrugada, as crianças têm poucas oportunidades de assistir às partidas ao vivo. Aos 14 anos de idade, Zhao testemunhou sua primeira Copa, justamente quando o Brasil conquistou o tetracampeonato. E assim foi selada sua paixão pelo escrete canarinho.
Para Luís Zhao, esse encontro com o futebol brasileiro fazia parte do seu destino. “Em 1998, quando entrei na universidade para estudar português, o Brasil disputou a final com a França. Foi o momento em que conheci a derrota e a tristeza no esporte. Em 2002, ano que me graduei e comecei a trabalhar na Rádio Internacional da China, a seleção brasileira conquistou o penta. Foram anos fantásticos para o futebol brasileiro, e coincidiram com minha formação pessoal e profissional”, conta.
Quanto ao atual momento da seleção, o jornalista vê uma evolução dos comandados por Tite. Segundo ele, o time é coeso, mas a seleção não tem mais tantas estrelas como em equipes do passado. “Sempre que o Brasil foi campeão, tinha muitos craques, como Pelé, Garrincha e Vavá em 1958, Rivelino, Tostão e Pelé em 1970. Em 2002, os três ‘R’, Ronaldinho, Ronaldo e Rivaldo, além de Kaká, estavam entre os melhores do mundo”, diz. Para ele, Tite é um bom técnico e o Brasil sempre aparecerá como um dos favoritos na competição.
Mínimos detalhes
Luís Zhao passou dois anos pesquisando e escrevendo cada um dos seus dois livros sobre o futebol brasileiro. No total, portanto, foram quatro anos de dedicação. O resultado são livros ricos tanto em conteúdo quanto nos detalhes.
Em um bate-papo, é fácil verificar que o jornalista chinês conhece mais do futebol brasileiro que muitos nativos do Brasil. Sobre a conquista de 1958, por exemplo, ele cita o importante papel desempenhado por Paulo Machado de Carvalho, o chefe da delegação no primeiro mundial conquistado pelo Brasil. “O Brasil tinha Pelé, Garrincha, Didi e um técnico competente, o Vicente Feola. Além disso, fora de campo, Carvalho introduziu a organização e os trabalhos necessários para o Brasil ser um vencedor de Copas”, diz Zhao.
Luís Zhao é o nome em português adotado pelo jornalista e tradutor chinês Zhao Heng Zhi. Além do trabalho desenvolvido na Rádio Internacional da China, ele atua como comentarista no canal de esportes da CCTV e no portal QQ Sports, os mais populares da China. Embora conheça profundamente o futebol brasileiro e latino-americano, ele diz que o futebol do Brasil é grandioso demais para caber em um livro. “Só a história do Campeonato Paulista dá uma enciclopédia”, brinca Luís Zhao, ele mesmo uma minienciclopédia do esporte.