Comentário: o mundo quer ver a sinceridade dos EUA
“A China e os EUA devem não só guiar suas relações a avançar no caminho certo, mas também assumir sua parte de responsabilidades internacionais e trabalhar pela paz e tranquilidade mundiais”, tal afirmação do presidente chinês, Xi Jinping, na videoconferência com seu homólogo estadunidense, Joe Biden, na sexta-feira (18), mostra a sabedoria política e o senso de responsabilidade do líder de um grande país.
Foi a segunda conversa virtual entre os dois dirigentes depois da última videoconferência realizada em novembro de 2021. Nos últimos quatro meses, a situação internacional passou por novas e grandes mudanças. A contradição entre Ucrânia e Rússia tem se agravado passo a passo, sob a provocação da OTAN com os EUA como chefe, e levou por fim a um conflito militar. Os EUA, autor da crise ucraniana, não só negligenciaram sua responsabilidade, como também inventaram informações falsas sobre a China e a pressionam, tentando desviar o conflito e procurar interesses próprios. Isso trouxe mais desafios às relações China-EUA e mais fatores inestáveis para a paz mundial.
Neste momento crucial, a conversa entre chefes de Estado da China e dos EUA, na qual trocaram opiniões de maneira profunda e sincera, é de importante significado para os dois países e o mundo.
Na videoconferência, o presidente Biden reiterou sua promessa de que os EUA não buscam ter uma nova Guerra Fria com a China, não visam mudar o sistema da China, nem revitalizam as alianças contra a China; além de não apoiarem a "independência de Taiwan" nem têm intenção de buscar um conflito com a China. Xi Jinping disse que ele toma essas observações muito seriamente, apontando que o motivo direto do predicamento atual das relações sino-estadunidenses é que algumas pessoas no lado dos EUA não seguiram o importante entendimento comum atingido pelos dois presidentes nem agiram com as palavras positivas do presidente Biden, e que os EUA perceberam e calcularam mal a intenção estratégica da China.
A observação direta de Xi Jinping indica o porquê de os EUA não terem cumprido sua promessa, sendo uma análise precisa sobre o dilema das relações bilaterais.
A questão de Taiwan é a mais complexa e sensível na relação China-EUA. O governo dos EUA prometiu várias vezes a adesão à política de “Uma Só China”, porém, sua conduta violou a promessa, prejudicando gravemente a paz do Estreito de Taiwan e agravando a tensão do relacionamento bilateral. Xi Jinping afirmou que manejar mal a questão de Taiwan terá um impacto disruptivo nos laços bilaterais. É mais uma advertência séria do líder chinês aos EUA nesta questão. A parte estadunidense deve prestar plena atenção, mantendo palavras e comportamentos prudentes para não causar problemas para si próprio.
Quanto à crise da Ucrânia, Xi Jinping disse que como líderes de principais países, nós precisamos pensar em como lidar adequadamente com os assuntos mundiais de destaque e, mais importante, manter em mente a estabilidade global e o trabalho e a vida de bilhões das pessoas, acrescentando que a prioridade urgente é manter o diálogo e a negociação, evitar baixas civis, prevenir uma crise humanitária e cessar hostilidades o mais breve possível. Segundo ele, uma solução duradoura seria os principais países respeitarem uns aos outros, rejeitarem a mentalidade da Guerra Fria, evitarem confronto de bloco, e construírem passo a passo uma arquitetura de segurança equilibrada, efetiva e sustentável para a região e para o mundo.
A China forneceu uma solução geral para aliviar a crise ucraniana, incluindo sua postura, princípio e canais concretos. Essas ideias refletem a sabedoria chinesa e uma profunda compaixão sobre a vida do povo, sendo os novos esforços da China para o alívio da crise.
Na conversa, o presidente Biden manifestou a disponibilidade para comunicação com a China, a fim de prevenir a situação de que esta se torne exacerbada. Esperamos que os EUA façam como prometido, ao invés de procurar o apoio da China por um lado, e difamá-la, ameaçá-la e exercer sanções contra a China por outro.
Os dois dirigentes chegaram ao consenso de que a videoconferência é construtiva. Esperamos que os EUA não decepcionem novamente a China e o mundo, quer na promoção do desenvolvimento da relação bilateral, quer na solução adequada da crise ucraniana.
Tradução: Florbela Guo
Revisão: Gabriela Nascimento