Xi Jinping realiza sincera e profunda troca de opiniões com Biden
O presidente chinês, Xi Jinping, realizou nesta sexta-feira uma chamada de vídeo com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a pedido deste último. Os dois presidentes tiveram uma sincera e profunda troca de opiniões sobre as relações China-EUA, a situação na Ucrânia e outras questões de interesse comum.
O presidente Biden disse que há 50 anos, os Estados Unidos e a China fizeram a importante escolha de emitir o Comunicado de Shanghai. Cinquenta anos depois, a relação EUA-China se encontra de novo em um momento crítico. Como se desenvolve esta relação formará o mundo no século 21.
Ele reiterou que os Estados Unidos não buscam uma nova Guerra Fria com a China; não visam mudar o sistema da China; a revitalização de suas alianças não é direcionada à China; os Estados Unidos não apoiam a "independência de Taiwan"; nem têm nenhuma intenção de buscar um conflito com a China.
"Os Estados Unidos estão prontos para ter diálogo sincero e cooperação mais estreita com a China, permanecer comprometidos com a política de Uma Só China, e manejar eficazmente a competição e as discordâncias para garantir o crescimento estável da relação", disse o presidente Biden.
Ele também expressou a prontidão para manter contato estreito com o presidente chinês para estabelecer a direção para a relação EUA-China.
Observando que o cenário internacional tem experimentado novos grandes desenvolvimentos desde a primeira reunião virtual deles, em novembro do ano passado, Xi Jinping disse que a tendência prevalecente de paz e desenvolvimento está enfrentando sérios desafios e que o mundo não está tranquilo nem estável.
Como membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas e as duas principais economias do mundo, a China e os Estados Unidos devem não só guiar suas relações a avançar no caminho certo, mas também assumir sua parte de responsabilidades internacionais e trabalhar pela paz e tranquilidade mundiais, disse Xi Jinping.
Xi Jinping enfatizou que ele e o presidente Biden compartilham a opinião de que a China e os Estados Unidos precisam respeitar um ao outro, coexistir em paz e evitar confronto, e que os dois lados devem aumentar a comunicação e o diálogo em todos os níveis e em todas as áreas.
O presidente Biden acabou de reiterar que os Estados Unidos não buscam ter uma nova Guerra Fria com a China, não visam mudar o sistema da China, nem revitalizam as alianças contra a China; e os Estados Unidos não apoiam a "independência de Taiwan" nem têm intenção de buscar um conflito com a China, disse Xi Jinping. "Eu tomo essas observações muito seriamente."
Xi Jinping assinalou que a relação China-EUA, em vez de sair do predicamento criado pela anterior administração dos Estados Unidos, encontrou um número crescente de desafios. O que vale observar em particular é que algumas pessoas nos Estados Unidos enviaram um sinal errôneo às forças de "independência de Taiwan", disse o líder chinês, acrescentando que "isso é muito perigoso".
Manejar mal a questão de Taiwan terá um impacto disruptivo nos laços bilaterais, disse Xi Jinping. "A China espera que os Estados Unidos deem atenção devida a esta questão."
A causa direta para a atual situação na relação China-EUA é que algumas pessoas no lado dos Estados Unidos não seguiram o importante entendimento comum atingido pelos dois presidentes nem agiram com as palavras positivas do presidente Biden. Os Estados Unidos perceberam e calcularam mal a intenção estratégica da China, disse Xi Jinping.
Xi Jinping sublinhou que há e continuará a haver diferenças entre a China e os Estados Unidos. "O importante é manter essas diferenças sob controle. Uma relação estavelmente crescente é de interesse de ambos os lados", acrescentou.
As duas partes trocaram opiniões sobre a situação na Ucrânia.
O presidente Biden apresentou a posição dos Estados Unidos, expressando a prontidão para comunicação com a China para prevenir a situação de se exacerbar.
"A China não quer ver a situação na Ucrânia chegar a isso. A China apoia a paz e se opõe à guerra. Isto é embutido na história e cultura da China", disse Xi Jinping.
A China tira uma conclusão independentemente baseada nos méritos de cada assunto, defende seguir o direito internacional e as normas universalmente reconhecidas governando as relações internacionais, e adere à Carta da ONU e promove a visão de segurança comum, abrangente, cooperativa e sustentável. Estes são os principais princípios que sustentam a abordagem da China para a crise ucraniana, disse o presidente chinês.
Observando que a China apresentou uma iniciativa de seis pontos sobre a situação humanitária na Ucrânia, Xi Jinping disse que a China está disposta a fornecer mais assistência humanitária para a Ucrânia e outros países afetados.
"Todos os lados precisam apoiar conjuntamente a Rússia e a Ucrânia a realizar diálogo e negociação que produzirão resultados e conduzirão à paz", disse Xi Jinping, acrescentando que os Estados Unidos e a OTAN também devem ter diálogo com a Rússia para abordar o ponto crucial da crise ucraniana e aliviar as preocupações de segurança tanto da Rússia quanto da Ucrânia.
Xi Jinping enfatizou que, com a necessidade de combater a COVID-19 por um lado e proteger a economia e os meios de vida da população por outro, as coisas já são muito difíceis para os países do mundo.
"Como líderes de principais países, nós precisamos pensar em como lidar adequadamente com os assuntos mundiais de destaque e, mais importante, manter em mente a estabilidade global e o trabalho e a vida de bilhões das pessoas", indicou Xi Jinping.
As sanções extensas e indiscriminadas só farão as pessoas sofrerem. Se mais agravadas, podem causar crises sérias na economia global e comércio, finanças, energia, alimento, e cadeias industriais e de fornecimento, enfraquecendo a economia mundial já fraca e causando perdas irrevogáveis, acrescentou.
"Quanto mais complexa a situação, maior a necessidade de manter a mente sóbria e racional", disse Xi Jinping, acrescentando que quaisquer que sejam as circunstâncias, há sempre uma necessidade para a coragem política para criar espaço para a paz e deixar espaço para a solução política.
"Como dizem dois ditados chineses, 'são necessárias duas mãos para bater palmas' e 'quem amarrou o sino ao tigre deve desamarrá-lo'. É imperativo que as partes envolvidas demonstrem vontade política e encontrem uma solução adequada devido às necessidades imediatas e de longo prazo", disse Xi Jinping.
Xi Jinping disse que as outras partes podem e devem criar condições para esse objetivo. A prioridade urgente é manter o diálogo e a negociação, evitar baixas civis, prevenir uma crise humanitária e cessar hostilidades o mais breve possível.
Ele disse que uma solução duradoura seria os principais países respeitarem uns aos outros, rejeitarem a mentalidade da Guerra Fria, evitarem confronto de bloco, e construírem passo a passo uma arquitetura de segurança equilibrada, efetiva e sustentável para a região e para o mundo.
"A China tem feito seu melhor para a paz e continuará a desempenhar um papel construtivo", disse Xi Jinping.
Concordando que esta chamada de vídeo é construtiva, os dois presidentes guiaram suas equipes a seguir prontamente e tomar ações concretas para pôr as relações China-EUA de volta no trilho de desenvolvimento estável e a fazer esforços respectivos para a solução adequada da crise da Ucrânia.