Exposição “Tarsila do Amaral e a Arte Moderna Brasileira” em Beijing

Fonte: CRI Published: 2022-03-08 16:45:41
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Em celebração ao aniversário de 100 anos da “Semana de Arte Moderna de 1922”, movimento que deu o pontapé inicial para a institucionalização do modernismo nas artes brasileiras, a Embaixada do Brasil em Beijing traz para a China, pela primeira vez, reproduções de obras de Tarsila do Amaral, uma das maiores pintoras brasileiras do século XX.

A partir de 08/03/22, a fachada e os muros da Embaixada do Brasil na Av. Guanghua Lu serão cobertos por banners de até 9,0 metros de altura com 11 obras da pintora, incluindo o “Abaporu”, quadro símbolo da busca por uma identidade nacional brasileira no campo das artes e que nunca foi visto antes na China.

“Tarsila do Amaral é conhecida como “a pintora do Brasil”. Expor reproduções de algumas de suas principais obras pela primeira vez na China é uma forma de celebrar os 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922 e também o aniversário de 200 anos da independência do Brasil”, disse o Embaixador Paulo Estivallet de Mesquita.

Primeiros Anos

Tarsila do Amaral nasceu em 1886, no interior do Estado de São Paulo, e estudou escultura e pintura com alguns dos principais nomes do Brasil e da Europa, onde estavam acontecendo movimentos de vanguarda como o futurismo, o cubismo e o expressionismo. Ao saber da realização da “Semana de Arte Moderna” em fevereiro de 1922 no Teatro Municipal de São Paulo, Tarsila retorna ao Brasil e integra o grupo dos artistas que idealizaram o evento tido como catalizador dos diversos movimentos de modernização das artes brasileiras no início do século XX. Já no chamado grupo dos cinco, formado por Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti Del Picchia, Tarsila viajou pelo interior do Brasil e participou de reuniões, festas e conferências voltadas desenvolvimento de manifestações artísticas genuinamente nacionais.

Nasce a pintora do Brasil

Foi nesse contexto de debates sobre uma arte e identidade nacionais e a invenção ou construção de uma brasilidade que Tarsila iniciou sua trajetória como pintora e se dedicou a temas e cores que refletiam suas memórias de infância, bem como elementos da cultura popular brasileira. Em Tarsila, o popular se manifesta através das paisagens do interior e do subúrbio, da fazenda e da favela, povoadas por indígenas e negros, personagens de lendas e mitos, repletas de animais e plantas, reais ou fantásticos.

Fases

Seu trabalho é dividido em fases, entre as quais “Pau Brasil”, “Antropofagia”, “Social” e “Neo Pau Brasil”. A primeira é caracterizada por técnicas do cubismo, cores fortes e temáticas brasileiras, com destaque para paisagens rurais e urbanas. São dessas fases as obras “Feira I”; “Morro de Favela”; “Palmeiras” e “E.F.C.B”.

A Fase “Antropofagia” inicia-se com o quadro conhecido como o “Abaporu”. O nome significa “homem que come carne humana, o antropófago” e foi dado por Oswald de Andrade, com quem Tarsila se casou em 1926. A partir desse quadro, Oswald escreveu o Manifesto Antropofágico e fundou movimento que tinha por objetivo engolir os cânones da cultura europeia e transformá-los em algo bem brasileiro, valorizando as raízes e a cultura popular nacional.

Após viagem a Moscou em 1930, Tarsila pintou quadros com temática social, entre os quais a tela “Operários”. Entre 1930 e 1950, a artista dedicou-se a temas mais oníricos sem deixar de evocar a fase antropofágica, a exemplo da tela “Primavera”. A partir de 1950, Tarsila retorna às paisagens e cores brasileiras na fase classificada como “Neo Pau Brasil”, das quais são exemplos os quadros “Porto I” e o “O batizado de Macunaíma”. As obras citadas acima poderão ser apreciadas, juntamente com outras, na fachada da Embaixada do Brasil em Pequim.

Legado

Tarsila participou da I Bienal de São Paulo em 1951, teve sala especial na VII Bienal em 1963, e participou da Bienal de Veneza em 1964. A artista faleceu em janeiro de 1973 e tem obras distribuídas em acervos de diversos museus e coleções particulares no Brasil e no exterior, incluindo Argentina, Estados Unidos, França, Espanha e Rússia. Na última década, a obra de Tarsila do Amaral tem sido objeto de exposições, como “Tarsila do Amaral, inventing modern art in Brazil”, realizada no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMa) em 2018; “Tarsila Popular”, realizada pelo Museu de Arte de São Paulo (MASP) em 2019; e “Tarsila para crianças”, idealizada pela família da artista em 2021 com o objetivo de apresentar o universo de seres, cores e formas da obra da pintora sob a ótica do universo infantil. Além disso, a obra de Tarsila foi tema de coleções de marcas brasileiras como “Osklen”, “Água de Coco” e “Havaianas”. Este mês entra em cartaz no Brasil a animação “Tarsilinha”, que teve uma de suas pré-estreias no Festival Internacional de Cinema de Xangai em 2021.

(Fonte: Embaixada do Brasil em Beijing )

Exposição: “Tarsila do Amaral e a Arte Moderna Brasileira”

Local: fachada da Embaixada do Brasil em Pequim, Av. Guang Hua Lu, n. 27, Chaoyang

Duração: 8/03/22 a 31/08/2022

Realização: Embaixada do Brasil em Beijing

Apoio: Tarsila do Amaral Licenciamento e Empreendimentos LTDA

Patrocínio: Huawei, JBS, BRF, CTG, Suzano, CRRC e 99

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