Comentário: A prisão de Guantanamo é a grande ironia sobre os “direitos humanos ao estilo estadunidense”
No dia 11 de janeiro de 2002, as forças militares dos EUA criaram uma prisão na sua base militar em Guantanamo, Cuba, para aprisionar os suspeitos terroristas envolvidos no ataque de “onze de setembro”. Ao longo das duas décadas, o governo norte-americano nunca relevou informações de quem foram mantidos lá, quais suas penas ou tempo de detenção.
Em dezembro de 2019, o jornal norte-americano The New York Times divulgou os desenhos de um prisioneiro de Guantanamo, revelando os detalhares de algumas punições que ele sofreu no local. Apenas uma punição com água totalizou 83 vezes.
O grupo de especialistas do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas criticou recentemente a Casa Branca de deter e aplicar mal tratados aos prisioneiros que não passaram ainda pelo processo de julgamento, o que é inaceitável para qualquer governo, sobretudo um que alegue proteger os direitos humanos.
A base de Guantanamo, no entanto, é apenas uma parte visível do iceberg. Segundo uma reportagem do The Washington Post em 2005, a Agência Central de Inteligência estabeleceu uma rede secreta de prisões na Ásia e na Europa Oriental com o envolvimento de vários países como a Tailândia e o Afeganistão.
Passados 20 anos, o mundo não vê o aperfeiçoamento da “prisão clandestina” dos EUA nos direitos humanos. Pelo contrário, mais prisões dessa espécie foram estabelecidas pelos EUA em colaboração com outros países. Por exemplo, na Lituânia, as autoridades dos EUA compraram um terreno através de uma empresa e estabeleceram lá uma escola de equitação que abriga uma prisão clandestina de estrutura de concreto.
Ao longo de 20 anos, as prisões clandestinas já se tornaram um sinal da violação da lei e dos direitos humanos dos EUA, revelando a hipocrisia e a maldade dos “direitos humanos ao estilo estadunidense”.