Comentário: políticos estadunidenses fascinados com sanções unilaterais contraem muitas dívidas em termos de direitos humanos
Nos últimos dias, um “confronto severo” acerca das questões dos direitos humanos ocorreu na reunião da terceira comissão da 75ª Assembleia Geral da ONU. Os Estados Unidos e alguns outros países difamaram a situação dos direitos humanos na China, o que foi severamente refutado pelo país asiático. Quase 70 países expressaram seu apoio à China, acabando mais uma vez com a tentativa dos Estados Unidos e de outros países de interferir nos assuntos internos da China sob o pretexto dos direitos humanos. O representante permanente da China nas Nações Unidas, Zhang Jun, discursou em nome de 26 países, incluindo a China, no debate geral da terceira comissão da Assembleia Geral, criticando os EUA por violações dos direitos humanos. Ele enfatizou que as medidas coercivas unilaterais devem ser imediata e completamente abolidas, além de expressar fortes preocupações com a discriminação racial sistêmica existente nos Estados Unidos.
Foi mais um golpe poderoso ao unilateralismo no palco das Nações Unidas, mostrando que o ato de alguns políticos norte-americanos usarem como pretexto os direitos humanos para criar desastres humanitários é repudiado por toda a comunidade internacional.
Políticos estadunidenses costumam adotar duplo critério nas relações internacionais, considerando-se como “professores” de direitos humanos. Eles usam como pretexto que “os direitos humanos estão acima da soberania”, e recorrem frequentemente à força ou impõem sanções unilaterais contra outros países, prejudicando gravemente a capacidade do país-alvo de desenvolver sua economia e melhorar a vida da sua população. Isso constitui, na realidade, uma violação contínua e sistemática dos direitos humanos. Perante esta pandemia sem precedentes nos últimos cem anos, eles não apenas negligenciam seus deveres na prevenção de epidemias domésticas, fazendo com que mais de 200 mil norte-americanos percam suas vidas em apenas alguns meses, como também criam obstáculos repetidamente à cooperação antiepidêmica internacional, piorando a situação de prevenção global. Do roubo de suprimentos de outros países ao expulso de refugiados, da saída da Organização Mundial de Saúde à interferência aberta em assuntos internos alheios, esses políticos estadunidenses egoístas se tornaram os maiores sabotadores da cooperação global para prevenção da pandemia, contraindo muitas dívidas aos povos do mundo.
É uma vergonha que alguns políticos dos EUA aproveitem a pandemia para exercer extrema pressão e sanções aos chamados “países hostis”. Como todos sabemos, alguns países subdesenvolvidos, especialmente aqueles que veem sendo sujeitos a sanções ocidentais há muito tempo, enfrentam uma enorme pressão na prevenção de epidemias e precisam urgentemente do apoio da comunidade internacional. No entanto, esses políticos norte-americanos não possuem a menor simpatia, e em vez de prestar ajuda, politizam a epidemia e anunciam mais sanções para intensificar a agitação social nesses países, incitar o ódio e o confronto e até subverter seus regimes. Tais atos demonstram a crueldade e a hegemonia norte-americana, além da extrema hipocrisia dos chamados “democracia, direitos humanos e liberdade” defendidos pelos políticos do país.
Demos uma olhada no que os EUA fizeram. No final de março, o Departamento de Justiça do país processou o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pela suspeita de envolvimento no “tráfico de drogas”. Desde então, o Departamento de Estado dos EUA tem procurado estabelecer um “governo interino” no país usando como isca o levantamento gradual das sanções econômicas contra a Venezuela. Ainda em março, o Departamento de Estado dos EUA anunciou sanções contra altos funcionários do governo sírio sob o argumento de “criarem violência e crises humanitárias”. Após o surto da epidemia, o Irã, um “prego no olho” dos EUA no Oriente Médio, vem sofrendo a escalada das sanções impostas pelos EUA. No final de setembro, o governo estadunidense, que já havia se retirado do acordo nuclear iraniano, anunciou unilateralmente que retomaria as sanções contra o país de acordo com o mecanismo de “restauração rápida de sanções”, que consta na Resolução 2.231 do Conselho de Segurança da ONU.
O unilateralismo e o comportamento hegemônico dos Estados Unidos violam os princípios humanitários e, sem dúvida, custarão um alto preço a dezenas de milhões de pessoas inocentes em todo o mundo. Na 45ª reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU realizada recentemente, representantes da Síria, Iraque, Botswana, Zimbábue e outros países afirmaram que as medidas coercivas unilaterais prejudicam os direitos à vida e à saúde da população dos países sancionados. Mulheres, crianças e portadores de deficiência são os mais prejudicados.
Como disse o representante permanente da China nas Nações Unidas em nome de 26 países, a solidariedade global e a cooperação internacional são as armas mais poderosas na luta para derrotar a pandemia do novo coronavírus. As medidas coercivas unilaterais devem ser imediata e completamente abolidas para garantir que todos os membros da comunidade internacional sejam abrangentes, eficazes e eficientes ao responder à epidemia.
Tradução: Inês Zhu
Revisão: Erasto Santos Cruz