Comentário: “Eliminar a China” na cadeia global é apenas sonhar acordado
Nos últimos dias, alguns políticos norte-americanos voltaram a pregar o retorno das fábricas ou a transferência para os países do Sudeste Asiático, com objetivo de “eliminar a China” da cadeia de produção global, aproveitando o surto do novo coronavírus.
Na sombra da pandemia, muitos países recorrem à diversificação do plano de desenvolvimento para minimizar os riscos na cadeia de oferta. Tais contramedidas são razoáveis. Porém, o desenvolvimento diversificado não significa deixar a China. “Eliminar a China” é apenas uma fantasia para os sonhadores norte-americanos.
O golpe publicitário de “eliminar a China” visa interesse político, sobretudo nos Estados Unidos onde o erro na prevenção e controle do COVID-19 causa desemprego e agrava as contradições internas. Neste contexto, alguns políticos norte-americanos gritam a retirada da indústria da China, sendo obviamente um truque para desviar a atenção.
A posição da China na cadeia de produção global é determinada pela suas vantagens comparativas, que conta com um sistema industrial completo, infraestrutura prefeita e recursos humanos abundantes e de alta qualidade, graças aos esforços de muitas décadas. É também o resultado da escolha daquelas empresas transnacionais.
A atual cadeia industrial do mundo é altamente interconectada. Não é prático construir uma cadeia de produção independente e completa por conta própria.
Na mesa das empresas transnacionais, a primeira questão-chave para deixar a China é perder a competitividade. O aumento de custo de produção e falta de suprimentos também vão afetar diretamente os consumidores. Ou os norte-americanos querem comprar um iPhone por US$2000 ou um par de meias por US$25?
Por outro lado, a própria China é um gigante mercado consumidor. O motivo das empresas transnacionais de estabelecer fábricas no país é se aproximar dos consumidores. Em 2019, o consumo foi responsável por 60% do crescimento econômico nacional. Deixar a China é também deixar os consumidores.
Afinal de contas, a pandemia do COVID-19 é uma crise global, mas não é uma crise da globalização, resumiu o Financial Times. Tanto o controle do surto quanto o desenvolvimento da economia necessita mais de união e cooperação.
Tradução: Isabel Shi
Revisão: Diego Goulart