Comentário: Quais são as intenções dos EUA de culpar a OMS?

Os líderes estadunidenses criticaram a Organização Mundial da Saúde (OMS) em várias ocasiões recentes por dar sugestões erradas de prevenção contra a pandemia, e até ameaçaram parar o apoio financeiro à entidade. O jornal britânico informou na quarta-feira (8) que o governo dos EUA negou repetidamente que é responsável pela disseminação da pandemia e agora considera a OMS um "bode expiatório".

Como uma importante entidade multilateral na área de saúde pública global, a OMS tem mantido uma comunicação estreita com a China desde o início da pandemia. A Organização recebeu oportunamente a sequência de genes do vírus e enviou especialistas para inspecionar Wuhan. Em 30 de janeiro, a OMS declarou a epidemia do novo coronavírus como “incidente de saúde pública urgente de preocupação internacional”, dando alarme de prevenção a todo o mundo.

No entanto, esse alarme não chamou atenção dos EUA e de alguns outros países. A Casa Branca só declarou o estado de emergência do país em 13 de março, 43 dias depois que a OMS lançou o alarme mundial. Queremos saber o que os EUA estavam fazendo nesses dias. Qual é a base para considerar que a OMS orientou erroneamente a resposta dos EUA?

Além de culpar outros, os EUA também querem fugir das suas responsabilidades internacionais.

Em fevereiro deste ano, o governo chinês propôs, em seu relatório de orçamento para o ano fiscal de 2021 apresentado ao Congresso, reduzir os fundos à OMS de US$123 milhões para 58 milhões. Houve pessoas da oposição nos EUA dizendo que não era apropriado fazer isso quando o mundo estava enfrentando o risco de uma epidemia.

Segundo dados da OMS, até 29 de fevereiro, os EUA ainda não pagaram 70% da taxa da OMS de 2019. E o pais não pagou toda a taxa de 2020 de US$120 milhões que deviam ser pagado antes do dia primeiro de janeiro. Os EUA estariam culpando a OMS e usando isso como uma desculpa para não pagar suas dívidas?

Deve-se enfatizar que o apoio dos EUA à OMS não é de forma alguma caridade ou favor, mas é seu dever internacional como o maior país desenvolvido do mundo. A ameaça com "suspensão de fundos" e a imposição de pressão política à OMS são essencialmente colocar os interesses estadunidenses acima dos interesses públicos globais, o que é outro reflexo do chamado "prioridade dos EUA".

Hoje, os EUA já se tornaram o novo “epicentro” da pandemia. Os casos confirmados de infecção ultrapassaram 420 mil e os mortos excederam 14 mil. Tal como disse os líderes estadunidenses, “o vírus é um inimigo invisível” e “esta é uma guerra dura”. Na guerra contra o novo coronavírus, quem lutar sozinho estará fadado ao fracasso. Os sucessivos erros cometidos pela liderança dos EUA já fizeram seu povo pagar um preço muito alto. Eles ainda querem continuar com seus erros?

Tradução: Florbela Guo

Revisão: Diego Goulart