Comentário: O que os EUA temem ao estorvarem a candidatura chinesa na OMPI?
A eleição para o diretor-geral da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) terá lugar em Genebra, Suíça, na próxima semana. Vários países, incluindo a China, propuseram candidatos para concorrer ao cargo. Contudo, na véspera desta eleição, alguns estadunidenses começaram com mais uma farsa política.
A equipe do secretário de Estado, Mike Pompeo, caluniou a China por ter “roubado propriedade intelectual”, declarando que “será um absurdo caso a China seja colocada na liderança desta instituição onde são estipuladas as políticas transfronteiriças da propriedade intelectual”. O chefe do Conselho Nacional do Comércio da Casa Branca, Peter Navarro, afirmou no jornal The Financional Times que “não devem deixar a China controlar a OMPI”. Até mesmo o ex-conselheiro de segurança nacional, John Bolton, já afastado da Casa Branca, tentou relacionar a prevenção e controle da COVID-19 com a candidatura e atacar o país oriental.
O que os Estados Unidos temem ao impedir a candidatura chinesa sem poupar o mínimo de esforço?
A OMPI tem como função defender a propriedade intelectual de todos os países. O chefe da organização tem um mandato de seis anos e o cargo está aberto a profissionais de todos os países membros. Desde sua adesão em 1980, a China tem reforçado a proteção da propriedade intelectual e a cooperação internacional. Especialmente a partir da implementação do Esboço da Estratégia Nacional da Propriedade Intelectual em 2008, o país tem promovido a revisão de uma série de leis e regras relativas à patente, marca e direito autoral. Também estabeleceu tribunais especializados em propriedade internacional e aumentou de forma acentuada o custo de violação da mesma. O poderio abrangente e o grau de proteção da propriedade intelectual na China contaram com aumentos notáveis.
O atual diretor-geral da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), Francis Gurry, afirmou que a China participa ativamente de todas as conferências do órgão, assim como a criação de projetos e sistemas, constituindo um enorme apoio ao sistema de proteção da propriedade intelectual. A voz da China está se tornando uma das mais importantes no sistema político global. Segundo ele, a proposição da candidata chinesa demonstra a vontade do país de contribuir para a colaboração e desenvolvimento da propriedade intelectual internacional.
A candidata chinesa, Wang Binying, é a atual vice-diretora-geral da OMPI. Trabalhando com o órgão há aproximadamente 30 anos, ela é considerada um dos mais competentes e experientes profissionais ao cargo.
Porém, os Estados Unidos chegaram ao ponto de ameaçarem cortar a ajuda a alguns países para que eles deixem de apoiar a candidata chinesa. Tencionam levar seu jogo de dinheiro e poder à plataforma internacional. No fim das contas, são a mentalidade da Guerra Fria e a ideia de jogo de soma zero, inveterado na cabeça de alguns políticos estadunidenses, que estão criando distúrbios. Eles simplesmente não conseguem aceitar o desenvolvimento da China.
Tradução: Joaquina Hou
Revisão: Erasto Santos Cruz