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O Templo
do Céu é o maior conjunto
arquitetônico do mundo
dedicado às orações e
ofertas ao céu.
Quais as
razões das oferendas ao céu?
Para os antepassados dos
chineses, o céu era a autoridade
suprema dos cosmos. Ele podia
tornar os indivíduos felizes ou
simplesmente impor o flagelo à
humanidade por intermédio de
guerras, calamidades climáticas
ou epidêmicas. Por isso, há 3
mil anos, as cerimônias
religiosas voltadas às ofertas e
orações se popularizaram na
China. Por este motivo, o
imperador foi designado como o
filho do céu. Ou seja, era um
enviado do céu para administrar
o estado. A criação de um templo
para a realização das cerimônias
era indispensável em todos os
reinos.
O Templo do
Céu, localizado no Sul de
Beijing, começou a ser
construído em 1420. Ele serviu
às cerimônias promovidas pelos
imperadores das Dinastias Ming
(1368-1644) e Qing (1644-1911).
Segundo a tradição,
inicialmente, o Templo do Céu se
destinava às oferendas ao céu e
à terra. Por isso, era chamado o
Templo do Céu e da Terra. Porém,
em 1530, o imperador Jiajing
preferiu construir outros
templos dedicados exclusivamente
a Terra, ao Sol e à Lua nas
regiões Norte, Leste e Oeste da
Capital. Além disso, o Templo do
Céu e da Terra foi
posteriormente reformado e
ampliado e passou a ser apenas o
Templo do Céu preservado até
hoje.
A planta do
Templo do Céu possui uma forma
quase quadrangular. O lado Sul
foi planejado em linhas retas e
o lado Norte em forma arqueada,
seguindo o conceito de um Céu
redondo e de uma Terra plana.
Com 2.730 mil metros quadrados,
sua área é quatro vezes maior do
que a do Palácio Imperial. Ele é
protegido por dois muros
circulares ? interior e exterior
? é mais arborizado e possui um
número menor de construções. O
muro exterior é com uma largura
e extensão respectivamente de
1650 e 1725 metros , enquanto o
muro interior, de 1046 e 1243
metros.
O conjunto
arquitetônico do Templo do Céu
encontra-se no eixo central
sentido norte-sul. O Altar do
Terraço Circular se localiza no
extremo sul e o Altar para Orar
por Boas Colheitas na
extremidade norte. O Altar do
Terraço é uma das principais
edificações do Templo do Céu,
pois foi especialmente concebido
para as orações dos imperadores.
Com três pavimentos, o Altar do
Terraço foi trabalhado em
mármore numa forma cilíndrica de
5 metros de altura. Como as
cerimônias se dedicavam às
orações ao Céu, ele é aberto. O
ponto central do terraço é uma
pedra redonda com um diâmetro
estimado em 1 metro. Por isso,
ela é chamada como o "coração do
Céu". Sua acústica é perfeita:
qualquer murmúrio se transforma
num grande eco.
O Altar do
Terraço é um ambiente solene e
tranqüilo. Quando se realizavam
as cerimônias religiosas, os
imperadores subiam ao terraço em
meio às melodias entoadas pela
corte e por entre nuvens de
incenso e lanternas vermelhas.
Um ambiente misterioso reinava
no local.
Ao norte do
Altar do Terraço, encontra-se o
Palácio Huang Qiongyu. Ali estão
colocadas as placas com os nomes
de todos os imperadores. Um muro
por volta do Palácio
Huangqiongyu - conhecido como a
parede do eco - por onde duas
pessoas podem conversar bem
distantes e com voz baixa, chama
a atenção de todos. O pavimento
do chão do Palácio é feito de
360 pedras em forma de leque,
irradiando nove círculos a
partir do ponto central.
Saindo do
Palácio Huangqiongyu, um
pavimento de tijolos com 360
metros de extensão e 29,4 metros
de largura coberto de tijolos
interliga o Altar do Terraço e o
Altar para Rogar por Boas
Colheitas. O pavimento se eleva
gradualmente no sentido sul ?
norte, simbolizando que aqueles
que queiram subir ao céu têm que
passar por um longo caminho. O
pavimento é divido em três
pistas: a central é dedicada aos
deuses; as duas pistas ao lado
se destinavam, respectivamente,
aos imperadores e seus
ministros.
O Altar para
Rogar por Boas Colheitas, no
extremo norte, era local onde o
imperador orava por boas
colheitas. O Templo do Céu, a
maior construção do conjunto,
com três níveis de balaustradas
de mármore e com 38 metros de
altura, com o telhado redondo e
esmaltado, se destaca por sua
bela e complexa arquitetura,
sendo uma obra prima em madeira
da China.
Além disso,
no Parque do Templo do Céu ainda
possui outras construções
secundárias como a residência do
imperador - onde ele hospedava
antes de realizar a cerimônia -,
os criadouros e os locais para o
sacrifício de animais que
serviam como oferendas, bem como
a concentração de músicos e
dançarinas.
Venerar o Céu
e rogar pelas boas colheitas
eram os objetivos do Templo do
Céu. Como os antepassados
consideravam o céu redondo e a
terra quadrangular, as
construções do Templo do Céu
seguiram tais estilos, quer
dizer, ou redondas ou
quadrangulares. Primeiro, na
planta do parque do Templo do
Céu, o norte possui forma
arqueada e o sul é todo em
linhas retas; segundo, as três
principais edificações - o Altar
do Terraço, o Altar para Rogar
por Boas Colheitas e o Templo do
Céu - são de formas redondas,
porém, os muros são em forma
quadrangular.
Os números
são muito simbolicamente usados
no Templo do Céu. Por exemplo, o
número 9 é o maior número impar,
por isso, o pavimento do Altar
do Terraço é feito com pedras
dispostas círculos. O primeiro
círculo possui nove pedras, o
segundo, 18. E assim é,
sucessivamente, até o nono
círculo, com 81 pedras. Suas
escadas também possuem 9 graus,
respectivamente. No Pavilhão do
Templo do Céu, os números são
mais ligados ao calendário
agrícola: por exemplo, 28
pilares divididos em três
círculos. O primeiro círculo
exterior possui 12 pilares,
significando as 12 horas em que
se dividem tradicionalmente o
dia, com os nomes das 12 Ramas
Terrestres; o segundo círculo
também possui 12 pilares,
simbolizando os 12 meses do ano,
enquanto juntando os 24 pilares,
dos dois círculos, significam os
24 períodos climáticos do ano.
Os 4 pilares, com imagens de
dragões dourados, do círculo
interior ou central, significam
as 4 estações do ano.
Das cores
empregadas nas edificações, a
amarela significa a terra, o
azul significa o céu, por isso,
a maioria das edificações do
Templo do Céu são azuis. O
Templo do Céu e o Templo
Huangqiongyu, com o telhado de
tijolos esmaltados em azul, até
as paredes e edifícios
secundários também são azul. No
parque do Templo do Céu, existem
mais de 60 mil pinheiros, dos
quais, mais de 4 mil possuem
mais de um século de existência.
Com as frondosas árvores e
pinheiros, com edificações em
azul e as balaustradas em
mármore branco, o céu azul, o
Templo do Céu oferecia uma
atmosfera mais solene, serena e
sagrada para cerimônias da
corte.
Em 1998, o
Templo do Céu foi incluído na
lista dos patrimônios mundiais.
A avaliação da UNESCO é a
seguinte: primeiro, a
arquitetura do Templo do Céu é
uma obra prima da história
arquitetônica da China; segundo,
há muitos séculos, a
distribuição e a planta
simbólica do Templo do Céu vem
exercendo grandes influências na
construção e projetos
arquitetônicos do Extremo
Oriente; terceiro, nos últimos
dois mil anos, a China
permaneceu sob um domínio
feudal, por isso, o estilo
arquitetônico do Templo do Céu é
um símbolo pleno da legitimidade
da corte imperial.
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