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Na história
humana, não há provavelmente um
homem respeitado como Confúcio.
Por mais de 2000 anos, ele foi
venerado por chineses de geração
em geração.
Em 551 a. C.,
Confúcio nasceu em Zouyi do
Reino Lu, atual Qufu da
província do Shandong, quando a
China estava dividida por vários
reinos ou estados que lutavam um
contra outro incessantemente. A
população levava uma vida
difícil e a sociedade conhecia a
degeneração moral. Como se
criaria uma sociedade bem
organizada, harmoniosa e feliz?
Esta tornou-se uma questão
premente. A doutrina fundada por
Confúcio sustentava pela
aplicação dos códigos éticos e
rituais para orientar a
população na sua conduta e fazer
com que eles amassem uns aos
outros com o fim de restaurar a
ordem da sociedade e família
baseada no sistema hierárquico.
Os seguidores de Confúcio
desenvolveram ainda mais suas
idéias. Como resultado, o
confucionismo tornou-se a
ideologia principal da cultura
tradicional chinesa.
Confúcio
começou suas atividades
educacionais aos 30 anos. Antes
de Confúcio, a educação era um
privilégio para as crianças da
nobreza. Confúcio fundou escolas
privadas e teve 3 mil discípulos
em toda sua vida, ensinando-os
de acordo com a capacidade dos
alunos.
Aos 51 anos de
idade, Confúcio obteve um posto
oficial no Reino Lu. Mas, ele
demitiu-se do cargo poucos anos
depois, dizendo que não queria
confundir-se com aqueles cujas
idéias e conceitos de valor ele
não podia compartilhar. Assim,
ele começou a viajar por
diversos reinos, pretendendo
persuadir seus governadores a
aceitar suas idéias políticas.
No entanto, suas tentativas
fracassaram. Durante 14 anos,
ele viajou por 7 reinos e
reconheceu sorrindo que ele
parecia um cachorro sem canil.
Ao completar 68
anos , Confúcio voltou a sua
terra natal, Qufu, no Reino Lu,
onde ensinava seus estudantes,
coligia e ordenava os livros
clássicos até sua morte em 479
a. C., aos 73 anos.
Embora não
realizasse seu ideal, Confúcio
foi respeitado e venerado depois
de sua morte. Todos os respeitos
se refletiram no Templo de
Confúcio, Residência da Família
dos Kongs e Bosque de Confúcio
em Qufu.
No ano seguinte
de sua morte, a casa de Confúcio
foi transformada em um templo
exibindo suas roupas, chapéus,
harpa, carroça e seus livros. As
cerimônias de culto eram
realizadas regularmente no
Templo. Em todas as capitais
provinciais, municipais e
distritais da China, tinham os
templos de Confúcio. Até hoje em
dia, na Coréia, Japão, Vietnã,
Indonésia e Cingapura, vêem-se
as construções em homenagem a
Confúcio. O mais antigo e o
maior de todos os templos de
Confúcio no mundo é naturalmente
o templo em Qufu, sua terra
natal.
Antigamente,
prestar homenagem a Confúcio era
apenas um assunto familiar de
seus descendentes. Liu Bang,
fundador e o primeiro imperador
da dinastia Han (206 a. C a 220
d. C) prestou sua homenagem a
Confúcio quando passou por Qufu
durante uma viagem de inspeção
em 195 a. C, dando um exemplo
que foi seguido por todas as
dinastias posteriores. Sessenta
anos depois, o imperador Wudi da
dinastia Han proibiu todas as
escolas de pensamento não
confucionista e adotou o
confucionismo como a ideologia
ortodoxa do Estado, e desde este
período, o confucionismo se
tornou a filosofia da cultura
tradicional chinesa. Na
história, onze imperadores foram
pessoalmente a Qufu para prestar
homenagem a Confúcio.
O Templo de
Confúcio passou por várias
ampliações e reparações várias
vezes e na dinastia Ming (1368 a
1644), obteve a envergadura que
se vê hoje em dia. Em 1511, uma
rebelde camponesa entrou no
Templo. Os descendentes de
Confúcio fugiram e o conjunto
arquitetônico foi danificado.
Levando isso em consideração, o
imperador do então mandou mudar
a capital distrital de Qufu que
se situava a mais de vários
quilômetros, para a localidade
atual e construir uma nova
cidade tendo o Templo de
Confúcio como centro.
Na projeção, o
Templo de Confúcio imita o
Palácio Imperial em Beijing. Tem
cerca de 600 metros de
comprimento do norte ao sul e
mais de 140 metros do leste ao
oeste. Os nove pátios
encontram-se no eixo norte-sul.
Os primeiros três pátios servem
como parte orientadora para os
salões principais, por isso, são
pequenos na dimensão. O caminho
está ladeado de antigos
ciprestes e pinheiros. Ao entrar
no Templo, os visitantes nutrem,
naturalmente, um sentimento de
respeito. Nos pátios traseiros,
encontram-se a biblioteca e o
Pavilhão de Estela com Inscrição
Imperial, em que estão
registrados os títulos e as
honras conferidos a Confúcio por
imperadores e o processo da
construção do Templo. No Salão
dos Feitos do Sábio, estão as
estelas com inscrições mostrando
as atividades de Confúcio em
toda a sua vida.
O Salão Dacheng,
ou Salão de Confúcio, é a
construção principal e mais alta
do Templo, com muro vermelho e
telhas douradas. No centro do
salão, há uma estátua de
escultura colorida de Confúcio,
ladeada de estátuas de seus
discípulos. Na plataforma de
fronte do salão, é onde se
realizavam as cerimônias em
homenagem a Confúcio. Aos dois
lados do salão, há duas filas de
casas onde estão colocadas as
tabuletas memoriais de 156
famosos eruditos do
confucionismo em diversas
dinastias.
A leste do Templo
do Confúcio, está a Residência
dos Kongs, ou Residência de
Confúcio, composta por dezenas
de pátios grandes ou pequenos,
que servem as residências de
seus descendentes.
Em 195 a. C, o
primeiro título de honra foi
concedido pelo imperador a
descendente de Confúcio, o que
marcou o início da condecoração
de honras e títulos aos
descendetes do sábio. Em 1055, o
neto maior da 46ª geração de
Confúcio obteve o título de
"Duque de Yan". Este título
hereditário se transmitiu de
geração em geração até o neto
maior da 77ª geração de Confúcio
em 1935.
O Duque de Yan
tinha a responsabilidade pelo
culto ao Confúcio e pela
continuidade das linhas da
família dos Kongs além de dar
suas opiniões quanto aos
assuntos do distrito de Qufu. O
governador de Qufu tinha que
pertencer à família dos Kongs e
era recomendado pelo duque. Na
China, nenhuma família gozava de
tão especial tratamento como o
clã de Confúcio há mais de mil
anos.
De acordo com as
tradições familiares, os
descendentes de Confúcio em
linha reta tinham que viver na
Residência de Confúcio em
serviço e culto ao Grande
Mestre. No eixo da Residência
encontram-se nove pátios,
dividida em áreas
administrativas, áreas
residenciais e área de jardim.
São no total 463 cômodos. Os
pátios dianteiros servem para a
rotina cotidiana e o encontro
com os visitantes, e os
traseiros, as residências. As
duas partes são separadas por
uma porta. A Residência de
Confúcio abriga hoje em dia um
grande acervo sobre as relíquias
históricas, costumes, vestuários
e utensílios antigos.
O Bosque de
Confúcio é atualmente o
cemitério de Confúcio e seus
descendentes. Localiza-se a um
quilômetro ao norte de Qufu.
Segundo as estipulações
familiares, membros da família
nas seguintes categorias não
podiam ser sepultados após a
morte, no Bosque de Confúcio:
aqueles que morreram sem
completar os 18 anos; aqueles
que foram condenados à morte;
aquelas que eram casadas e
aqueles que se tornaram monges
budistas. No cemitério de dois
quilômetros quadrados, estão
enterrados mais de 100 mil
membros da família
dos Kongs. Trata-se do maior e
mais antigo cemitério familiar
no mundo. A área está coberta de
mais de 40 mil árvores, mais de
9 mil das quais tem a idade
superior a 100 anos.
A tumba de
Confúcio fica no centro do
cemitério. Rodeada de muros
vermelhos, a área se estende por
meio quilômetro. À direita da
tumba de Confúcio, é a tumba do
seu filho e em frente, a tumba
do neto de Confúcio.
Não muito
longe da tumba de Confúcio,
encontra-se uma casa pequena
de três quartos, onde um dos
discípulos de Confúcio, Zi
Gong, morava velando a tumba
do Mestre. Segundo registros
históricos, Zi Gong velava a
tumba por seis anos após a
morte de Confúcio, enquanto
outros discípulos, apenas
três anos.
Uma tumba no
Bosque de Confúcio merece
menções especiais. Trata-se da
tumba de Kong Shangren, neto
maior da 64ª geração de Confúcio
e autor da famosa obra de teatro
Leque com Flores de Pessegueiro,
uma das mais importantes obras
clássicas da literatura chinesa.
O Templo de
Confúcio, o Bosque de Confúcio e
a Residência de Confúcio são
símbolos do culto ao
confucionismo na antiguidade
chinesa. Os seus conjuntos
arquitetônicos e o acervo
documental são importantes
materiais para os estudos da
história, cultura e arte da
China. Em dezembro de 1994, o
Templo de Confúcio, a Residência
de Confúcio e o Bosque de
Confúcio foram tombados como
patrimônio cultural mundial pela
UNESCO.
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