中国国际广播电台
A
dinastia Ming empregou
tijolos, blocos de pedras ou
taipa de pilão em sua
construção. Nos segmentos de
Beijing, Hebei, Shanxi e
Gansu, ela mede 8 metros por
4 metros de largura, em
média. O muro exterior, com
cerca de 2 metros de altura,
está ponteado de janelas de
vigia e troneiras. Além
disso, possui plataformas
sobressalentes em
determinadas distâncias, a
fim de atacar os inimigos
que se aproximavam do muro.
Havia ainda as almenaras
construídas em dois andares.
No geral, o andar superior
se destinava à torre de
vigia e o inferior servia de
depósito de munições,
alimentos ou alojamentos aos
militares.
Cerca de mil
fortalezas foram construídas ao
longo da Grande Muralha durante
a dinastia Ming, particularmente
nas áreas estratégicas de
comunicações, gargantas de
montanhas e nas junções entre o
mar e as montanhas. As mais
famosas se encontram nos Passos
Shanhai, Juyong e Jiayu.
Pequenos fortes também foram
construídos ao redor de
gigantescos passos. Nos passos
de segurança máxima, foram
dispostas várias linhas de
frente de defesa como, por
exemplo, em Badaling, a mais
importante linha de defesa do
Passo Juyong.
As torres de
almenara também foram
construídas em toda sua extensão.
Edificadas em determinadas
distâncias, destinavam-se a
transmitir informações militares
através de sinais de fumaça
durante o dia e com fogueiras à
noite. Durante a dinastia Ming
também foram sistematizados os
códigos e normas de segurança.
Segundo as quais, o sinal de
alarme deveria ser emitido com
uma salva de tiros de canhões e
com um pilar de fumaça no caso
dos invasores contarem com até
100 inimigos. Caso os atacantes
empregassem mais de 500 homens,
o alarme deveria ser soado com
duas salvas de canhões e dois
pilares de fumaça etc.
A Grande
Muralha, portanto, era um
complexo sistema de defesa
militar que integrava passos,
torres de vigia, fortalezas e
almenaras. A idéia de que era
uma simples barreira isolada é
obsoleta. Também durante a
dinastia Ming, adotou-se um
sistema de defesa em seções que
a dividiu em nove zonas
militares e empregou uma
guarnição com cerca de um milhão
de efetivos.
Considerando
a questão do apoio logístico, os
governantes das diversas
dinastias incentivavam a
imigração e o desenvolvimento
econômico. Ao mesmo tempo, as
tropas empregadas em sua defesa
dedicavam-se à produção agrícola.
Desta forma, surgiram cidades e
vilas nas antigas regiões
desertas. Afinal de contas, os
períodos de guerra eram
temporários. Em tempos de paz,
os portões dos passos costumavam
ficar abertos e os campos de
batalha se transformavam em
feiras populares. Os
comerciantes estrangeiros
entravam com seus cavalos e
rebanhos de ovelhas, trazendo
couro. Quando saíam, levavam
suprimentos, chá e tecidos que
necessitavam. O intercâmbio
comercial, tanto o informal
quanto o oficial, influenciava a
produção, a cultura e os hábitos
e costumes populares,
estreitando as relações entre os
nômades e as regiões agrícolas.

Durante
mais de dois milênios, a
Grande Muralha atendeu à
mesma necessidade
estratégica: manter a guerra
fora do país. Não se sabe
com exatidão quantos homens
participaram da sua
construção. Entretanto, das
pedras e tijolos desta
gigantesca obra, se
transmitia o mesmo clamor de
gerações em gerações: a Paz.
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