中国国际广播电台
A
montanha Emei situa-se na
fronteira sudoeste da bacia
de Sichuan e tem mais de 200
quilômetros de extensão. Sua
formação geológica começou
há 800 milhões de anos,
quando toda aquela região
formava um grande mar. De
acordo com as análises dos
fósseis e outros tipos de
vestígios paleontológicos,
este maciço rochoso se
formou a partir de uma
erupção vulcânica,
submergindo e emergindo duas
vezes num período de 550
milhões de anos.
Salta aos
olhos dos pássaros a brusca
emersão da montanha Emei com uma
diferença de 2600 metros entre o
pico, de 3099 metros de
altitude, e o sopé. O Cume
Dourado, o ponto mais alto da
montanha, aponta imponentemente
para o céu. Ali, qualquer pessoa
que o alcançar, poderá sentir a
grandeza da natureza e da
humanidade e se sentir humilde
ao contemplar as montanhas e as
nuvens movimentando-se ao redor.
Um sinuoso
caminho de 60 quilômetros
interliga o sopé ao cume da
montanha. Ao subir a montanha, o
visitante poderá experimentar a
sensação de estar vivendo as
quatro estações do ano. No sopé,
o clima é igual ao das
planícies, ou seja, subtropical.
Mais para cima, o clima é
temperado; depois, subglacial e,
por fim, glacial. No Cume
Dourado, o ar, de tão rarefeito,
torna difícil cozinhar o arroz
ou a sobrevivência de animais e
plantas, excetuando-se algumas
espécies de pinheiros.
Mas, com sua
singular topografia, diferenças
climáticas e solos de complexa
composição, a montanha Emei
tornou-se um paraíso para a
biodiversidade. Sua fauna e
flora são formadas por mais de
3.200 espécies de plantas, um
décimo do total da China.
Destas, mais de 100 espécies são
nativas da região. A fauna conta
com mais de 2300 espécies. Cerca
de 157 espécies são extremamente
raras na China e na própria
região. A lista é encabeçada por
borboletas, ursos pandas e
macacos. Os macacos não se
assustam com o contato com os
seres humanos, pois até brincam
conosco.
Entre
montanhas da China, a montanha
Emei é conhecida como a número
um do mundo. Por um lado, isto
se deve ao seu perfil estendido,
como se fosse sobrancelha da
mulher. Por outro, dotada de
abundantes florestas, a montanha
é coberta de verde e possui uma
incomparável beleza.
No Cume
Dourado, pode-se contemplar o
nascer do sol, o mar de nuvens,
auréolas e "luzes sagradas".
Quando as luzes sagradas
aparecem, a montanha é submersa
no mar de luzes chamejantes. Na
realidade, segundo os
cientistas, as "luzes sagradas"
são fenômenos de fosforescência.
Mas na antiguidade, os
religiosos as sacralizavam, pois
acreditavam que eram
transmitidas por budas. Um outro
fenômeno é a auréola budista.
Geralmente elas se formam depois
das chuvas e refletem a imagem
de quem as observa a partir do
Cume Dourado. Segundo se
informa, mesmo quando mil
pessoas a observam ao mesmo
tempo, cada qual vê sua própria
imagem.
Anualmente, o
fenômeno natural pode ser
observado cerca de 80 vezes.
Muito embora não seja o único
ponto da China aonde possa ser
verificado, são os de maior
duração. Segundo as análises
científicas, a aurora forma
reflexos de luz solar sobre as
nuvens. Mas, as condições
climáticas no sopé, o sol forte
no topo e o fato de que o
observador se encontra na mesma
linha reta entre o sol e a
sombra são fatores principais
para tal fenônome. Porém, na
antiguidade, tal fenômeno era
considerado como um aparecimento
do Buda Samantabhadra (discípulo
de Sakyamuni) para os seres
humanos.
Segundo se
diz, Samantahadra foi mandado
pelo Sakyiamuni no século 3 para
pregoar o budismo na montanha
Emei. Depois, foi qualificado
como local sagrado budista de
Samantabhadra.
Porém, os
taoístas haviam chegado às
montanhas antes que os budistas.
No ano 143 de nossa era, Zhang
Ling formou uma escola de
taoísmo em Qingcheng, próxima à
montanha Emei. Ela se propagou
logo depois. Com isso, o taoísmo
e budismo conviveram por cerca
de mil anos. Mas, com a expansão
do budismo, o taoísmo se
enfraqueceu e se retirou da
montanha Emei no século 18.
No período de
maior prosperidade do budismo,
mais de 170 templos foram
construídos na montanha. Havia
quase um templo para cada monte.
Porém, apenas 29 foram
preservados. Entre os quais,
estão os Templos Baoguo e
Wannian, os mais famosos. O
Templo Baoguo é o maior da
montanha e seu principal cartão
postal, onde se encontra a
estátua do Buda Samantabhadra,
construído em 980. O Buda
aparece elegante e imponente com
uma coroa dourada e kasaya,
montado num elefante com seus
pés sustentados por flores de
loto. Com 7,38 metros de altura
e 62 toneladas de peso, a
estátua não mostra sinais de
soldadura, sendo por isso
considerada obra prima da área.
Mesmo não
possuindo a tranqüilidade do
passado, os budistas, vestidos
de amarelo, continuam suas
atividades religiosas como se
estivessem em outro mundo e
transmitindo assim o budismo
para as gerações posteriores.
O Grande
Buda Leshan, situado na
montanha Lingyun, a leste da
Emei, constitui mais um
precioso patrimônio
histórico. O buda ergue-se
numa encosta da montanha
Lingyun na região onde os
Rios Ming, Dadu e Qingyi
correm um ao lado do outro.
Segundo os registros, a
construção do buda visavam
aproveitar a força sagrada
budista para controlar as
inundações desses rios. O
monge Haitong foi o pioneiro
da obra que desenvolveu por
20 anos obteve os primeiros
recursos para o projeto. A
construção do buda começou
em 713 de nossa era e
terminou 90 anos depois.
O Buda é tão
grande que pode contemplar de
longe de vários quilômetros. Sua
cabeça mede 14,7 metros e sua
largura 10 metros; a orelha
possui 7 metros de altura,
enquanto o de nariz e
sobrancelhas, respectivamente,
possuem 5,6 metros; os olhos
medem 3,3 metros; os ombros, com
24 metros. O pé é de 8,5 metros
de largura, onde podem ficar
mais de cem pessoas de uma vez.
Perante este Grande Buda,
ninguém pode deixar de admirar:
o Buda é a montanha, a montanha
é o buda.
Além de sua
grandeza, a escultura é uma obra
nítida com traços muito vivos.
Tecnologicamente, existe um
sistema de drenagem de água na
obra, bem projetado e invisível
incrustado nos franzidos dos
vestuários, em braços e costas,
de modo a drenar águas
oportunamente e facilitar a
ventilação a fim de prevenir
desgastes naturais.
Depois de sua
construção, foi construído um
quiosque de 13 pisos para o
proteger. Porém, foi destruído
numa guerra, deixando apenas
alguns vestígios nas encostas e
no corpo do buda.
Por mais de
mil anos, o Grande Buda Leshan,
sentado nas encostas e voltado
para o Rio, vem testemunhando a
evolução da natureza e da
humanidade. Segundo a avaliação
de especialistas da UNESCO, o
Grande Buda Leshan pode ser
comparado igualmente com Sphinx
e Pedra de Rosetta do Delta do
Nilo.
Em 1996, a
motanha Emei e o Grande Buda
Leshan foram incluídos na lista
de patrimônios cultural e
natural do mundo.
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