Papel Recortado
中国国际广播电台
 

O papel recortado, uma das artes populares tradicionais da China, remonta-se a mais de dois mil anos atrás segundo as descobertas arqueológicas, e com a técnica cada dia mais desenvolvida, chegou a seu apogeu na dinastia Qing (1611-1911). Hoje em dia, o papel recortado representa um estilo nacional e tem características locais muitos fortes. Os trabalhos acabados são de papeis, às vezes unicolores e às vezes, multicolores, mas principalmente de cor vermelha, que significa boa sorte. Em geral, o artista faz primeiro um desenho-modelo, fixa este com alfinetes sobre os papeis e depois procede a recortar e pode produzir de uma vez, duas, ou três, até mais cópias. Como ferramenta, uma tesoura de pontas finas dá para o trabalho.

Antigamente no campo, um dos critérios com que o homem valorizava a mulher era ver se ela sabia ou não fazer papéis recortados. Mas, para as mulheres que viviam sob os ritos e a ética feudais, foi através do papel recortado, que expressavam seus sentimentos e desejos. Foram elas que criaram a arte e a rica linguagem artística do papel recortado.

Aproveitavam-se os materiais de espessura fina por exemplo folhas de cobre, ouro e prata para recortar as imagens, antes do surgimento do papel por volta do século 1, na dinastia Han do Leste e a arte de recortar o papel começou na dinastia Han, quando foi inventado o papel por Cai Lun. Pela facilidade de dominar sua técnica e pelo uso de ferramentas simples, uma tesoura e algumas folhas de papel, a arte do papel recortado se divulgava rapidamente entre o povo, transformando-se um dos folclores indispensáveis na vida popular tanto nas regiões centrais como nas regiões fronteiriças. Na dinastia Song(916-1267), a arte do papel recortado registrou grande desenvolvimento.

A criação do papel recortado baseia-se na integração da imaginação e reprodução de objetos concretos. Os temas são muito variados, alguns refletem aspectos reais da vida, como por exemplo, a figura de seres humanos, animais e plantas, a celebração de bodas e outros inspirados em contos ou lendas mitológicos. Outros são motivos que representam a felicidade, a longevidade ou a boa safra. Surgiram ainda muitos desenhos simbólicos. Qualquer imagem que se vê ou se ouve pode ser reproduzida em papel recortado, desde a comemoração da boa colheita, a aspiração pela boa sorte, pela saúde e pela longa vida além do amor, inclusive ainda paisagens, lendas e peças de teatro. A forma de expressão é ora delicada em linhas finas, ora simples em linhas rústicas e o tamanho do trabalho também depende do seu uso.

Os papeis recortados são muito usados. É um costume muito popular decorar a casa com figurinhas de cor vermelha quando se celebra o Festival da Primavera, a maior festa tradicional chinesa, ou melhor dizendo, o Ano Novo Lunar. São usados ainda em quase todas as atividades festivas, por exemplo, cerimônia de bodas, festas de aniversário, shows, espetáculos, inauguração de qualquer sociedade. Nas zonas rurais, vêem-se sempre os papéis recortados nas janelas e nas portas. Nas cidades, eles são usados até nos grandes supermercados na promoção comercial para atrair clientes. Apareceram também no design das construções, por exemplo, nas praças, nos jardins e parques. As figurinhas do papel recortado vêem-se ainda nos desenhos de confecções.

Além de servir como adorno, o papel recortado tem seu valor especial para a pesquisa histórica, porque muitas obras da arte descreveram em seu espaço limitado as cenas de vida e de trabalho nos tempos remotos.

Agora, nas escolas primárias, os alunos têm uma disciplina que se chama "trabalhos manuais", e recortar papeis é um dos trabalhos que os alunos vão aprender na sala de aula.