Templo Famen
中国国际广播电台

       No outono de 1981, uma violenta tempestade varreu a planície Guanzhong da Província do Shaanxi, destruindo um pagode budista. Os monges ficaram espantados com a cena. Porém ninguém imaginava que o pagode derrubado deu uma pista para descobrir um segredo milenar.

Situada no Noroeste da China, Xi´an era capital de 11 dinastias na história chinesa. Hoje em dia, espalham-se nos arredores da cidade numerosas tumbas imperiais e ruínas de palácios dos tempos antigos, inclusive as figuras de terracotas de soldados e cavalos mundialmente conhecidas.

       O Templo Famen é uma relíquia antiga que fica no Distrito Fufeng a 110 quilômetros ao oeste da cidade. A primeira descrição sobre este templo budista apareceu no século V da disnastia Wei do Norte. Entretanto, diz-se que sua existência teve nício nos primeiros tempos da introdução do budismo na China.

       O budismo nasceu na Índia antiga. Seu fundador Sakyamuni foi um príncipe daquele tempo. Aos 29 anos, ele abandonou a vida luxuosa para tornar-se monge. E fundou o budismo depois que compreendeu o verdadeiro significado da vida ao pé de uma árvore bodhi. No ano 486, Sakyamuni morreu aos 80 anos numa floresta do norte da Índia. Seu corpo foi cremado e seus restos de cristal, conhecidos como os Sariras, foram preservados como objetos sagrados do budismo.

       250 anos depois da morte de Sakyamuni, o grande rei indiano, Rei Asoka, unificou a Índia que se encontrava em conflitos intermináveis tribais. Ele reformou o budismo nos últimos anos da vida. Para divulgá-lo, ele juntou os Sariras de Sakyamuni e distribuiu-os para várias regiões do mundo. Alguns deles foram trazidos para a China. A partir daí, foram construídos pagodes budistas em toda a China para preservar os sagrados Sariras. O Pagode Famen foi um deles.

Quando removeram as pedrinhas, apareceu uma cova.

 Ninguém sabia o que era debaixo da cova. Porém, todos perceberam que encontrariam um grande descobrimento arqueológico. Cientistas descobriram depois a entrada do palácio subterrâneo na parte sul dos alicerces do pagode.

 Quando escavaram 19 degraus de pedra, apareceu uma porta de pedra, onde se viam misteriosos símbolos. Aparentemente, eles não são sânscritos da antiga Índia e nem carácteres compreensíveis para o ser humano. E até hoje, ninguém consegue desifrá-los. Provavelmente, são uma mágica maldição contra os invasores.

 Os arqueólogos não deixaram de trabalhar mesmo com tal maldição. Eles conseguiram abrir habilmente a fechadura enferrujada. Mais tarde, ficaram sabendo que ela estava alí durante 1113 anos.

 Atrás da primeira porta de pedra, via-se um longo corredor, coberto de moedas, num total cerca de 20 mil peças, inclusive 13 moedas comemorativas de casca de tartaruga. Trata-se do primeiro descobrimento arqueológico de moedas da China. 

Havia mais uma porta de pedra no fundo do corredor. Em sua frente erguiam-se duas lápides inscritas com carácteres chineses.

Esta lápide recorda as cerimônias em que o Rei Asoka distribuiu os Sariras para o Templo Famen e a imperadores de várias dinastias especialmente de Tang. A outra registra a lista detalhada de ofertas ao buda, a quantidade e os nomes de contribuintes.

As duas lápides confirmam que existiam os misteriosos Sariras do buda e inumeros outros tesouros.

O teto e o chão do palácio subterrâneo foram danificados devido às enormes pressões do pagode, aos terremotos e à erosão nos longos tempos. Entretanto os objetos aqui existentes estavam bem conservados. Uma peça de artesanato feita há mais de mil anos continuava brilhante. Os eruditos reconheceram logo que era uma miniatura do pagode de mármore em homenagem ao rei Asola. Viam-se as figurinhas de Bodhisattva esculpidas nos quatro lados do pagode. As saias vermelhas escuras e os cintos verdes vivos das figurinhas pareciam ser recem-pintadas.

       Os arqueólogos encontraram todos os objetos registrados na lista da lápide. Isto levou-os a confirmar que estes objetos eram da corte da dinastia Tang. Entre eles, a “Saia Bordada da Imperatriz Wu” era de Wu Zetian, a única imperatriz na história chinesa. Trata-se do único objeto por ela usado, descoberto até hoje.

Entre as sedas carbonizadas, descobriram 5 peças de fios de ouro intactas. Como é que elas conseguiram resistir à erosão milenar?

Com a ajuda do microscópio, podemos ver que estes fios foram feitos com ouro esticado. Eles têm apenas 0,1 mm de diámetro em média e os mais finos, 0,06 mm, mais finos do que os cabelos de ser humano. Não é fácil fazer isto mesmo com a tecnologia moderna. E estes fios de ouro são ótimos para a proteção da seda contra a erosão e possibilitam-nos apreciar a maravilha da seda da Dinasta Tang depois de mais de mil anos.

O corredor e a câmara dianteira indicavam que esta cova ficava no fundo do palácio subterrâneo. Quando os arqueólogos abriram a cobertura de granito quabrada e entraram pelo teto, encontraram grande número de tesouros, inclusive 121 peças de ouro e prata e mais de 400 peças de pedras preciosas. Os registros históricos fizeram a seguinte descrição para os tesouros do palácio subterrâneo: “o mais sublime no mundo e o mais esplendido na terra”. Esta descrição não é exagerada.

 Diz-se qeu Sakyamuni usava uma vara em sua viagem para expulsar serpentes e insertos nocivos. Mais tarde, a vara como bastão tornou-se o símbolo da autoridade budista. Este bastão de 1,96 metros de comprimento com 12 aros, considerado como o “Rei dos Bastões de estanho do Mundo”, foi manufaturado por um artesão chamado An. Ele consumiu 3,1 quilos de ouro e 2,9 quilos de prata. Estão escupidos na cabeça 12 aros com flores douradasno meio dos aros, um trono sagrado de flor de lotu, em cima do qual se vê uma pérola preciosa. A quem pertencia este elegante e enorme bastão, único do mundo?

Provavelmente, a resposta estava atrás desta porta de pedra, decorada com soldados de armadura. No mundo do budismo, eles são guardas da religião. Então, o que eles protegem aqui?