中国国际广播电台
No 5º dia do 5º mês do
calendário lunar chinês,
transcorre a Festa Duan Wu,
conhecida também de Festa do
Barco-Dragão. Neste dia, tanto
no norte como no sul, nas
cidades e no campo, o prato
preferido em todas as casas é a
pamonha de arroz, por isso, ela
é chamada também de Festa da
Pamonha. “Duan” significa
início. Antigamente, o 5º dia de
cada mês chamava-se Duan Wu. Com
o passar de tempo, esta festa
fixou-se no 5º dia do 5º mês.
A Festa Duan Wu tem origem numa
antiga festa do dragão, totem de
várias etnias chinesas. As
regatas de barco-dragão e as
pamonhas são legados culturais
da festa do dragão.
As pamonhas de arroz são uma
comida tradicional nesta data.
Como variam os costumes,
conforme o lugar, o recheio, a
forma e o sabor das pamonhas são
diferentes.
Na Festa da Pamonha do ano 277
antes de Cristo, ao informar-se
de que a capital de seu país – o
Reino Chu — fora ocupada pelas
tropas do Reino Qin, o poeta Qu
Yuan, não suportando a tristeza
de ver sua nação ocupada,
atirou-se no rio Mi Luo. Desde
então, esta data converteu-se
numa festa em memória do grande
poeta e grande patriota.
De 2000 anos para cá, Qu Yuan
sempre viveu no coração do povo
chinês.
Qu Yuan inovou a criação
literária com o estilo “Sao Ti”
e é a principal expressão do
período “Chu Ci” na história da
literatura chinesa. Seus poemas
são impregnados de nobres ideais
e de profundo significado
artístico. O patriotismo e a
poesia de Qu Yuan têm influído
nos escritores e poetas chineses
por gerações e gerações.
Na época de Qu Yuan, esta imensa
região asiática estava dividida
em vários reinos. No Norte, o
Reino Qin e o Reino Qi e, no
Sul, o Reino Chu, o mais
extenso. Sendo ele membro da
aristocracia Chu, a vida de Qu
Yuan estava intimamente ligada
aos destinos de seu país.
Qu Yuan nasceu no ano 340 antes
de nossa era, em Le Ping Li,
distrito de Zi Gui, Oeste da
província de Hubei, na margem
ocidental das Três Gargantas do
rio Yangtzé.
Durante estes milénios, o povo
sempre apreciou sua poesia. O
poema “Ode à laranjeira” é
especialmente apreciado. A terra
natal de Qu Yuan é uma zona
produtora de laranjas. Na “Ode à
laranjeira”, ele se compara a
essa nobre fruteira que deita
raízes no solo, mostra-se
exuberante e prodigaliza frutos
saborosos. O jovem poeta
enaltece a sempre verde
folhagem, o reto tronco e a doce
fruta da laranjeira.
Anualmente, na Festa Duan Wu, o
povo comemora a data com
cerimónias e regatas. Neste dia
têm lugar as corridas dos
barcos-dragão e comem-se as
pamonhas feitas de arroz
glutinoso embrulhado em folhas
de bananeiras. Segundo os
registros históricos, o povo,
sabendo que Qu Yuan morrera
afogado e receando que os peixes
comessem o seu cadáver,
percorreu o rio Mi Luo em
barcos, enquanto lançava à água
o arroz, para que os peixes
saciassem assim a sua fome e não
comessem o corpo de Qu Yuan.
Hoje em dia, pelas façanhas de
que foi capaz, pelos sofrimentos
que passou, QuYuan é símbolo do
espírito e da cultura da nação
chinesa. Come-se pamonha e
lembra-se do grande poeta Qu
Yuan. Seu nome se perpetuará no
coração da gente, geração após
geração.
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