Liu Bang foi o imperador fundador da Dinastia Han Oeste (206 a.C. - 220 d.C.) e um dos dois imperadores provenientes de camadas sociais mais baixas na história chinesa.

Liu Bang nasceu numa família camponesa. Era um pequeno mandarim na Dinastia Qin. (221 a.C. - 206 a.C.). Entretanto, não entendia de produção agrícola. Devido à liberação de alguns criminosos da prisão, foi perseguido e obrigado a exilar-se na região montanhosa de Man e Tang. Em 206 antes de Cristo, em sua terra natal, Liu Bang participou da rebelião camponesa dirigida por Cheng Sheng e Wu Guang. Posteriormente, Liu liderou o exército para ocupar Xianyang, capital da Dinastia Qin, encerrando o domínio Qin sobre o império. Ele aboliu as leis da Dinastia Qin e assumiu três compromissos com o povo de Guanzhong: “compensar o assassinato com a própria vida e sofrer punições por ferir ou roubar outras pessoas”. Dessa maneira, ganhou o apoio popular.

Posteriormente, Liu Bang dirigiu suas tropas na guerra de Chu – Han contra o exército da Dinastia Qin liderado por Xian Yu, por um período de 4 anos. Em 202, a.C., 300 mil soldados comandados por Liu cercaram o exército de Xian Yu, forçando-o a suicidar-se. Liu saiu-se vitorioso. Em 202 a.C., ele fundou a Dinastia Han em Shandong, tornando-se o imperador do novo reino.

Liu Bang sabia cooperar com os outros e era sábio para livrar-se de perigos em momentos críticos. Quando Liu Bang chegou à Hanzhong, presenciou inúmeras deserções, inclusive a de Han Xing. Sem tempo de informar a Liu Bang, um dos comandantes, Xiao He, perseguiu Han Xing e conseguiu apanha-lo. Em vez de castigá-lo, Xiao He propôs a promoção de Han Xing. Conforme a proposta, Liu Bang acabou promovendo Han Xing. Posteriormente, Han Xing tornou-se um dos generais que ajudaram Liu Bang a consolidar o seu poder.

Liu Bang havia participado de um banquete perigoso em Hongmen. Nesse período, o exército de Xiang Yu era mais poderoso que o exército de Liu Bang. Xiang Yu tentava matar Liu Bang para se tornar imperador. Em companhia do conselheiro, Zhang Lian, Liu Bang foi a Hongmen, sede da residência de Xiang Yu, a fim de se desculpar. O conselheiro de Xiang Yu, Fang Zeng, propôs matar Liu Bang em um banquete. Durante o banquete, com o pretexto de animar o ambiente, Xiang Zhuang, um general do exército de Xiang Yu, propôs uma dança típica de espadas na tentativa de matar Liu Bang. Percebendo a intenção, o conselheiro Zhang Lian ordenou que o guarda Fang Kuai protegesse Liu Bang. Fingindo ir ao banheiro, Liu Bang retornou ao seu exército por uma pequena estrada sob a proteção do seu guarda. Logo, o conselheiro Zhang Lin voltou ao banquete para despedir-se de Xiang Yu, oferecendo-lhe presentes e avisando que Liu Bang já havia ido embora. Essa história é conhecida como “o famoso banquete de Hongmen”. Depois de escapar, Liu Bang concentrou suas forças derrotando Xiang Yu. Posteriormente fundou a Dinastia Han do Oeste. 

Depois de assumir o poder, Liu Bang adotou uma série de medidas à recuperação e ao desenvolvimento da produção. Devido à redução das populações por consequência das inúmeras guerras durante vários anos, Liu Bang declarou anistia geral, libertando os escravos, permitindo que os soldados voltassem para os seus lares. Além disso, reduziu ou isentou serviços obrigatórios e aplicou o sistema de concessão de terras e casas conforme os feitos durante a guerra, à exemplo da Dinastia Qin. Ele eliminou os soberanos de outros reinos e premiou nove reis de mesmo sobrenome. Além disso, realizou a emigração forçada de 100 mil pessoas das grandes e famosas famílias dos antigos seis reinos que viviam em Guandong para Guanzhong, a fim de reforçar o seu regime.

Depois da ruína da Dinastia Qin, no início da Dinastia Han, os Xiaonus que eram guerreiros de uma etnia minoritária no norte do país, agrediam e saqueavam as zonas fronteiriças. Em 200 a.C., Liu Bang dirigiu seu exército para combater os Xiaonus, mas foi cercado por mais de 300 mil cavaleiros Xiaonus durante 7 dias em Baideng (nordeste da atual cidade de Datong na província de Shanxi.). Depois de escapar do cerco, Liu Bang foi obrigado a adotar uma política de convivência harmoniosa com os Xiaonus, através da abertura de alfândegas e mercados a fim de promover as relações bilaterais. 

Quando jovem Liu Bang era um homem descrente e menosprezava os intelectuais. Depois de tornar-se imperador, ele considerava que havia ganhado o poder com a guerra, e afirmava que os livros eram inúteis. O primeiro-ministro, Lu Jia, lhe disse: “Ganhou o poder com o cavalo, mas será que pode administra-lo em cima do cavalo?”. Depois de ouvir as palavras do primeiro-ministro, o imperador ordenou-o a escrever um livro para sintetizar as lições aprendidas com a ruína da Dinastia Qin.