中国国际广播电台
As festas
procedem dos mitos, ou
vice-versa, os mitos geram as
festas. Isto ocorre em todos os
países. A China não é uma
excepção.
Num país de
civilização milenar como a
China, todas as festas,
sobretudo as tradicionais, têm
origem em tradições
antiquíssimas ou lendas belas e
comoventes.
As festas
tradicionais chinesas são
geralmente determinadas segundo
o calendário lunar. Hoje é a
Festa do Meio Outono neste país,
e vou falar um pouco sobre a
Festa.
Numa civilização
milenar da Nação Chinesa, as
festas tradicionais têm uma
simbologia rica e poderosa.
Dia 15 de Agosto,
Festa do Meio Outono
No dia 15 de
Agosto segundo o calendário
lunar, os chineses comemoram a
Festa do Meio Outono que tem
origem numa belíssima lenda:
Chang E voa para a Lua.
Na noite desse
dia, quando a lua cheia
levanta-se no horizonte , os
velhos, junto com seus filhos e
netos, sentam-se ao redor de uma
mesa no pátio e contemplam a
Lua, comendo melancia, maçã, uva
e outras frutas, assim como
yuebing, um tipo de bolo
especialmente para esta festa.
Nestas ocasiões,
os velhos costumam contar a
história de Chang E, que voou
para a Lua.
Segundo uma
tradição, Chang E, sobrinha do
Imperador Celestial, casou-se
com Hou Yi, outra divindade do
céu, e o casal levava uma vida
feliz. Naquele tempo, havia dez
sóis no Céu. E na terra, as
plantas, queimadas, murcharam,
reinavam as feras e os bichos
venenosos.
O imperador
celestial decidiu enviar Hou Yi
para ajudar a humanidade a
remover nove dos dez sóis do céu
e aniquilar as feras e bichos
venenosos na superfície da
terra. E Chang E acompanhou seu
marido. Ao chegar à terra, Hou
Yi acomodou sua esposa numa
gruta da montanha e foi combater
os sóis com arco e flecha e
aniquilar as feras e os bichos
com sua espada.
Sozinha na gruta,
Chang E sentia-se muito
solitária. Um dia, ela percebeu
que só restara um sol no céu e
concluiu que, cumprida a missão
dada pelo imperador celestial,
Hou Yi voltaria logo. Sem conter
a alegria, começou a dançar,
queria voar, pois quando vivia
no céu, ela viajava entre as
nuvens. Mas ali não podia. Ficou
aflita.
Quando voltou à
gruta, Hou Yi viu que sua mulher
chorava e perguntou o que lhe
acontecera. Chang E contou o
motivo. O marido consolou-a
dizendo: "Não fique triste. A
imperatriz-mãe do Oeste tem
remédio de imortalidade. Vou
pedir-lhe tal remédio para nós.
Viver no mundo como imortais é
muito melhor que levar uma vida
solitária no céu."
Chang
E concordou e parou de chorar.
Superando mil e
uma dificuldades, Hou Yi chegou
ao Palácio da Imperatriz-mãe do
Oeste, situado em cima da
Cordilheira Kun Lun.
Inteirada do
caso, ela disse: "Quem toma uma
pílula do meu remédio, fica
imortal; quem toma duas, pode
voar para o céu e tornar-se
divindade."
Como havia
decidido ficar na terra para
continuar a ajudar a humanidade,
Hou Yi pediu duas pílulas, uma
para ele próprio, e a outra,
para sua mulher Chang E.
Depois de uma
viagem de alguns meses, Hou Yi
retornou à gruta, levando as
duas pílulas.
A Chang E ficou
muito contente e queria tomar o
remédio imediatamente, mas o
marido a impediu, dizendo:
"Paciência. Tomremos amanhã, dia
15 de Agosto, com a Lua mais
cheia e brilhante."
Alta noite, a
Chang E não conseguia dormir.
Pensava: uma pílula para ser
imortal, e duas para voltar ao
céu e levar uma vida de
divindade. Por um impulso do
momento, ela tomou as duas
pílulas e saiu da gruta. A Lua
estava lá no céu, redonda e
brilhante, como um prato de
prata. Chang E sentia-se leve, e
começou a voar para o céu.
Inteirado do
retorno de Chang E, o imperador
celestial baixou uma ordem,
dizendo que por ter voltado ao
céu sem autorização, Chang E é
condenada ao exilo na Lua de
onde jamais poderia sair.
Sem se atrever a
contrariar a ordem do imperador
celestial, Chang E foi morar na
Lua onde passou a levar uma vida
triste, solitária, mordida de
remorsos, acompanhada por um
coelho branco que pila ervas
medicinais, um sapo e um grande
loureiro.
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