中国国际广播电台
Na 31ª Conferência da UNESCO realizada em outubro do ano passado em
Paris, França, a comemoração da
epopéia tibetana Gesar foi
colocada pela UNESCO nos seus
programas entre 2002-2003. Dia
17 de junho deste ano, os
especialistas, eruditos e mídia
que participam do primeiro fórum
academico “Encontro na terra
natal de Gesar” visitaram o
Tibete. A famosa história
tibetana de “Gesar” é a epopéia
mais comprida do mundo conhecida
como a “Ilíada” do oriente,
gozando da fama nos setores
acadêmicos internacionais.
Alguns capítulos e trechos da
epopéia “Gesar” foram traduzidos
para inglês, francês, alemão,
russo, japonês e finlandês, pois
a pesquisa de “Gesar” tornou-se
uma disciplina internacional.
Durante 15 dias de inspecção, os
especialistas investigaram a
antiga sede do rei Gesar.
Agora, uma série de atividades a
respeito está se realizando
neste país.
A epopéia Mahabharata foi considerada a mais comprida do mundo. Mas, a
grandiosa epopéia tibetana Gesar,
com cerca de um milhão de
versos, é cinco vezes maior. Ela
se baseou nas proezas heróicas
do líder tribal chamado Gesar,
quem segundo se diz, viveu por
volta do século II a.C e século
VI d.C na área de Amdo próximo à
junção das atuais províncias de
Qinghai e Sichuan e das regiões
autônomas do Tibete e da
Mongolia Interior. Por muitos
séculos correram lendas em torno
de Gesar, atribuindo-lhe poderes
mágicos que eram usados para
proteger o povo contra monstros
e malfeitores.
Através de relatos orais, e mais tarde em versão escrita, Gesar
espalhou-se entre as minorias
nacionais das regiões
fronteiriças do norte, sul,
oeste e centro da China,
Mongólia, Índia, Turquia, Sikkim
e Butão. Partes desta epopéia
foram traduzidas para inglês,
francês, alemão, russo, hindu,
mongol e latim. No Ocidente,
Gesar é tão popularmente
conhecido quanto às epopéias
grega, escandinava ou hindu,
além de ser considerada uma
obra-prima da literatura
universal.
Envolvendo inúmeros aspectos da tradição religiosa do Tibete e da sua
fascinante mitologia, Gesar é
descrito como filho de um deus
que lhe reencarnou numa família
de escravos para ajudar o povo
comum. Tal qual os heróis de
Ilíada e Odisséia, epopéias de
Homero da Grécia antiga, Gesar é
protegido e guiado por deuses e
possui habilidades super-humanas
de transformar-se em diferentes
formas. Suas flechas mágicas
podem tomar vinho, a espada
obedece às suas ordens e o
cavalo voa no ar. Os pássaros
falam na língua humana. O
enquadramento da épica reflete a
sociedade. Gesar, nascido no
meio da gente comum, atendeu aos
anseios do povo por um herói
capaz de salvá-lo da miséria e
sofrimento.
A épica Gesar é uma enciclopédia principalmente sobre a antiguidade do
Tibete, uma excitante história
de aventura, de estilo soberbo,
além de ser uma preciosa fonte
que informa sobre a linguagem,
história, religião, estratégia
militar, economia, costumes
sociais e tecnologia do Tebete.
Aqueles que estudaram as versões manuscritas e impressas da épica estão
convencidos de que Gesar não foi
escrita por um único autor, nem
num mesmo período. No decurso de
vários séculos, os contadores de
história, sem dúvida, criaram e
popularizaram várias partes
desta história. Os manuscritos
provavelmente foram recopiados
inúmeras vezes, impossibilitando
determinar a época exata em que
vários volumes saíram.
Em 1716, sete capítulos do volume único na língua mongol foram
publicados em Beijing. Desde
aquela época, os acadêmicos
estrangeiros perceberam o valor
dessa obra e traduziram-na para
outras línguas. Em 1776, um
tradutor russo, chamado Pallas,
publicou um artigo sobre Gesar
em Petersburgo e em 1836, outro
russo Schmidt, imprimiu aversão
mongol de sete capítulos. Alguns
anos depois ele traduziu e
publicou a versão alemã.
Em 1900, Ptanin, também russo, descobriu uma cópia manuscrita na área de
Amdo, que hoje está exposta no
museu de Petersburgo. A senhora
Alexandre David Neel, uma
francessa e o lama Jongden
deSikkim em 1920 selecionaram
alguns materiais, que mais tarde
foram traduzidos para francês.
Os acadêmicos da Alemanha,
Grã-Bretanha, Ex-União Soviética
e Índia também fizeram
contributos valiosos para a
pesquisa e o estudo da épica.
Embora muitos acadêmicos chineses tenham se dedicados à investigação de
Gesar no início do século 18, o
estudo sistemático realizou-se
só após a fundação da Nova
China. Desde 1950, os
pesquisadores chineses têm
percorrido regularmente por
áreas onde a épica é popular, a
fim de coletar os materiais
referentes a Gesar, além dos
dados culturais. Até agora, 75
volumes de materiais traduzidos
em língua Han (chinês) foram
imprimidos.
A epopéia Gesar é uma grandiosa obra de varias etnias chineses. Ele teve
origem por entre os tibetanos
representando o máximo êxito da
cultura antiga tibetana, mas a
sua grande parte em versões
orais tem sido transmitidas de
geração e geração não só entre
os tibetanos, como ainda entre a
população mongol, que chama a
epopéia de Geser. Durante anos e
anos, a epopéia transcorreu
ainda nas regiões habitadas pela
etnia yugu, tu e naxi, por isso
ela é um patrimônio de todas as
nacionalidades chinesas e do
mundo inteiro.
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