
Considerado
como “Teto do Mundo”, o Planalto Qinghai - Tibet tem a
maior altura acima do nível do mar no mundo. A seu lado
norte, existem a Montanha Kunlun e a Montanha Qilian, e ao
sul, a mais alta cordilheira do mundo, o Himalaia, e ao
leste, a Cordilheira Hengduan, ao oeste, o Planalto Pamir. A
altura acima do nível do mar, por médio, do Planalto
Qinghai - Tibet, atinge superior a quatro mil metros, onde
se espalham uma série de montanhas altas, bem como vales e
bacias planos. Então, foi formada uma unidade geográfica
especial. O Planalto Qinghai - Tibet abrange a província de
Qinghai e a Região Autônoma do Tibet. Qinghai situa-se no
nordeste do Planalto Qinghai - Tibet. Por outro lado, na
parte oeste, existe uma seca bacia interior----Bacia Qaidam.
O resto do planalto fica na Região Autônoma do Tibet, onde
vivem, principalmente tibetanos. Pode dizer que o Planalto
Qinghai - Tibet é sua terra natal. No ambiente frio de neve,
os habitantes da nacionalidade tibetana mantêm seu próprio
modo de vida.
◆
Tecto do Mundo
O
levantamento do Planalto Qinghai - Tibet tem sido motivo de
preocupação por cientistas chineses e estrangeiros. Alguns
cientistas confirmaram que os estudos relativos ao processo
e o sistema de formação do planalto podem trazer uma
revolução ao desenvolvimento da ciência geológica.
Segundo os resultados de investigações, o Planalto Qinghai
- Tibet era um oceano. Mais de dois milhões de anos atrás,
ainda não tinha sido formado o planalto. Com o levantamento
da superfície terrestre posterior, formou-se esta terra
deserta e fria.
Segundo
a teoria de “Doutrina Placa” mais popular, a placa
indiana no sul deslocou-se ao norte, e depois, chocou-se com
placa européia e asiática no norte. Isso explicaria o
desaparecimento do oceano antigo no Planalto Qinghai - Tibet
e o levantamento da superfície terrestre, formando
continuamente o planalto. A fim de procurar as provas sobre
o choque entre as duas placas, as pessoas fizeram muitas
investigações no planalto. Eles descobriram que ao sul da
beira do planalto, ou seja, na cordilheira Himalaia, as
rochas contêm fósseis de seres oceânicos da Antigüidade
em grande quantidade. No vale do Rio Yarlung Zangbo, norte
da Cordilheira Himalaia, existem muitas rochas de tipo
especial, formadas por pressões da superfície terrestre. O
descobrimento serve como prova para as teorias e as deduções
de cientistas.
O
levantamento do Planalto Qinghai - Tibet traz grandes mudanças
ao ambiente mundial, especialmente, do leste asiático. A
partir de cerca de dez mil anos atrás até agora, devido ao
levantamento do planalto, seu clima transformou-se de úmido
e quente a mais frio e seco. Os lagos no planalto diminuem
continuamente, até desaparecerem inteiramente. O
levantamento do Planalto Qinghai - Tibet
causa as mudanças de corrente de ar circulante, o que
conduz o fortalecimento de monção do leste asiático, a
seca no oeste chinês, bem como, a monção no leste do País.
Até
agora, o Planalto Qinghai - Tibet continua sendo a zona com
mais ativo movimento da superfície terrestre. No interior
do planalto, podemos encontrar muitas fontes quentes com
alta temperatura. Devido à alta temperatura de algumas
termas, são formadas termas grandiosas. Na beira leste do
planalto, são freqüentes os terremotos. Nos anos 50 do século
passado, na faixa de Chayu, sudoeste tibetano, aconteceu um
grave terremoto. Cientistas ainda chegaram a conclusão de
que a Cordilheira do Himalaia está se elevando
continuamente, a uma velocidade de alguns milímetros por
ano.
◆
Paisagem do planalto
Possuindo
o clima típico de planalto, o Planalto Qinghai - Tibet
conta com as seguintes características: forte radiação
solar,
temperatura baixa, ar rarefeito, baixa proporção de oxigênio
no ar, etc.. Quando você chegar de avião e sair do
aeroporto de Lhasa, sua primeira sensação é sentir
vertigens e medo, por causa do ar rarefeito. Ao mesmo tempo,
você pode descobrir que o sol em Lhasa é mais brilhante
que em qualquer outro local do planeta. E o céu é o mais
azul. Tudo isso é a típica característica ambiental de
planalto.
Viajando
de carro de Qinghai para o Tibet, os passageiros deparam-se
com a imensa terra deserta. Ao longo de centenas de quilômetros,
vêem-se altas montanhas cobertas de neve e um imenso território
deserto. Além de alguns yacs comendo capins de baixa altura,
é difícil de encontrar-se com seres humanos.
Com ventos fortes, o clima muda bruscamente no Planalto
Qinghai-Tibet, de maneira que as condições naturais locais
são muito duras. Animais e plantas que vivem nesta região
adaptaram-se às condições geográficas e climáticas. As
plantas locais são baixas com curto período de crescimento,
cobertas de uma grossa camada de cútis ou epitélio plumoso
para resistir aos fortes raios solares, à baixa temperatura
e aos fortes ventos, enquanto as grandes raízes resistem à
estiagem por longo tempo. O coração e o pulmão dos
animais que vivem nos planaltos com baixo teor de oxigênio
são grandes, de maneira que a capacidade vital e a
hemoglobina no sangue são maiores que a dos animais da
mesma espécie que habitam as planícies.
Contemplando
de longe, as artemísias parecem um imenso tapete verde,
cobrindo quase todo o Planalto Qinghai-Tibet, servindo de
forragem nutritiva para rebanhos, principalmente yacs e antílopes
tibetanos. Os yacs são cordialmente chamados de "navio
do planalto" pelo povo local. Com estrutura física
grande e forte e pelos plumosos, os yacs são íntimos
amigos dos tibetanos na vida coditiana.
Muitos lagos com águas claras espalham-se no vasto Planalto
Qinghai-Tibet. Terrenos planos, água abundante e
temperatura relativamente alta em certos lugares banhados
pelos lagos favorecem ao crescimento de diversas plantas,
formando melhores pastagens. O vale do Rio Yarlung Zango,
geográficamente baixo e com alta temperatura, é ideal para
a produção de Qingke (cevada), trigo e legumes de
crescimento de um ano. Devido à forte iluminação solar, a
produção destes cultivos é muita alta. Por exemplo, uma
batata pode pesar mais de meio quilo e um nabo, entre
dois e três quilos.
O
governo presta muita atenção ao desenvolvimento agrícola
no Tibet. Centros de pesquisa agrícola em Lhasa, capital do
Tibet têm introduzido muitas variedades de plantas agrícolas
do interior do país, obtendo grandes êxitos na popularização
da produção de trigo.
O norte do Planalto Qinghai-Tibet é conhecido também como
"Qiangtan". É uma zona basicamente desabitada por
seres humanos devido ao rigoroso frio, poucas chuvas, péssimas
condições climáticas e poucas vegetais. Porém é um paraíso
para animais selvagens. As zonas economicamente
desenvolvidas do Tibet encontram-se no vale do Rio Yarlung
Zanbo. Com pequena altura geográfica, abundante caloria
solar satisfaz estas zonas voltadas para o sul são
produtoras de Qingke (cevada) e trigo. Pequenas planícies
às duas margens dos rios Lhasa, Nianchu e Nyang são
conhecidas como "depósitos de cereais" do Tibet.
Lhasa, capital do Tibet e Xigaze, a segunda cidade maior
local encontram-se às margens dos rios Lhasa e Nianchu,
respectivamente.
◆
A etnia tibetana
A etnia tibetana é a principal etnia no Planalto Qinghai-Tibet,
representando mais de 90% da população local, sobretudo no
Tibet, os tibetanos representam 96% dos habitantes locais.
As outras etnias que habitam na região são Han, Mongol,
Menba e Loba. Segundo registros históricos, a origem da
etnia tibetana está no vale do rio
Liuyalong,
um afluente do rio Yarlung Zanbo. No Século 6, o herói
tibetano, Songzain Gambo reunificou todo o Tibet e mandou
enviados especiais para visitar o imperador Tangdaizong em
Xian, capital da Dinastia Tang, com objetivo de intensificar
os laços entre as duas partes. Eles foram entusiasticamente
recebidos pelas autoridades. O imperador ainda autorizou o
casamento da princesa Wencheng com Songzain Gambo. A
princesa Wencheng levou hábitos culturais e avançada
tecnologia agrícola do centro da China para o Tibet,
impulsionando enorme desenvolvimento econômico e cultural
local.
No
Século 13, quando a etnia mongol dominava o centro da
China, Tibet foi incluído oficialmente no território chinês.
A Dinastia Yuan aplicou o regime de combinação da
administração com a religião ( exercício do poder por
cooperação entre aristocratas e monges de alto nível), e
este sistema político se prolongou até fins da década de
50 do século 20.
A
etnia tibetana confessa a seita mahayanista do budismo. O
budismo introduzido da Índia no Século 7 absorveu centros
conteúdos das religiões originais, formando o "Budismo
tibetano" de caracter da etnia tibetana que tem até
mais de mil anos de história. A partir do Século 13, como
os dominantes locais estimulavam o desenvolvimento religioso,
a prosperidade da religião originou a construção de
grande número de templos budistas e instalações sagradas
de diversas religiões em diversos lugares do Tibet. A maior
parte dos tibetanos professam a religião com profunda
fidelidade.
A língua tibetana é uma escritura alfabética com longa
história. A obra clássica do budismo "Cânon Tibetano",
a obra literatura folclórica " Diário de Milariba"
e outros documentários e livros sobre a medicina e calendário
tibetano e astronomia publicados em língua tibetana
constituem grandes contribuições dos tibetanos à cultura
da nação chinesa.
Os tibetanos forjaram a vida no planalto por longo tempo e são
física e espiritualmente fortes, otimistas e simples. Os
tibetanos usam túnicas e botas cumpridas enfeitadas com
variados tipos de objetos ornamentais. Carne e Zanba-farinha
da cevada (Qingke)
são os alimentos principais dos habitantes locais. Chá
preparado com manteiga e a aguardente preparada com Qingke são
indispensáveis no dia a dia. As casas dos tibetanos são de
dois a três andares construídas com pedras em forma de
atalaias com janelas nas paredes. Pastores tibetanos moram
em yurtas retangulares, diferentes as yurtas redondas dos
pastores mongóis.
Os tibetanos entusiasmados, liberais, generosos e
hospitaleiros gostam de cantar e dançar. As melodias das
canções tibetanas são líricas e ritmadas. As canções são
acompanhadas de diversas danças bonitas e elegantes,
destacando-se entre elas, a dança Tita, Guozhuan e Xuanzi.
As festas tibetanas são variadas, sendo
as mais importantes, a festa do novo ano do calendário
tibetano, a festa Xuedun, a festa Wanguo e a festa Muyu (banho).
A festa Xuedun conhecida também de "festa de iogurte"
é comemorada nas zonas pastoris, enquanto a festa Wanguo é
comemorada nas zonas agrícolas. A festa do ano novo do
calendário tibetano e a festa Muyu são comemoradas em toda
a região do Tibet. Os hábitos e costumes comemorativos da
festa do ano novo tibetano são semelhantes aos da festa da
primavera do calendário lunar, enquanto Muyu é uma festa típica.
Na festa Muyu comemorada nos primeiros 10 dias de julho do
calendário tibetano, homens, como mulheres, velhos e crianças
tomam banho nos rios, limpando os males do ano anterior e
desejando felicidade futura.
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Exploração da bacia de Chaidamu
No sentido amplo, a depressão de Chaidamu abrange a bacia
de Chaidamu e a bacia do Lago Qinghai.
A depressão localiza-se no norte do Planalto Qinghai-Tibet.
Em língua mongol, Chaidamu significa "pantanal salino"
com numerosas bacias de sal, charcos e pantanais. Antes da década
50 do Século passado, toda a região encontrava-se com
baixa ocupação demográfica.
Com ricos recursos naturais, Chaidamu é conhecida como
"Bacia de tesouro". Nos últimos mais de 40 anos,
o governo chinês tem destinado grande verba na prospecção
dos recursos naturais locais, criando fazendas em lugares
apropriados, explorando minas e instalando grandes indústrias
em zonas com ricas reservas de minérios diversos. Além
disso, o governo tem reforçado a construção de estradas,
formando uma rede rodoviária na região, enquanto as linhas
ferroviárias se estendem em cada dia. A depressão de
Chaidamu que era um lugar deserto no passado está
demonstrando sua importância na vida económica do país.
O Lago Qinghai salino é o maior da China. Em forma de rombo
irregular, o lago tem mais de 100 quilómetros do leste ao
oeste e mais de 60 quilómetros do sul ao norte, tendo uma
superfície total de 4.583 quilómetros quadrados.
Pequenas
planícies espalham-se nas beiras do lago rodeado por
montanhas. Bandos de carneiros brancos flutuam nas belas
pastagens, formando uma bela paisagem pastoril.
O lago recebeu o nome de Qinghai ( mar verde) por sua água
azul e verde. Na língua mongol, o lago é chamado de "Kukudar"
que significa lago verde. Existem duas ilhotas no lago, uma
chamada de montanha no centro do mar e a outra, de ilha dos
pássaros. Milhões de pássaros vivem nesta pequena ilha
conhecida como reino de aves. No verão, grande número de
marrecos, gaivotas, patos, garcetas e gruas de várias espécies
procedentes do sul imigram-se na ilha para procriação e
voltam às vésperas do inverno para seus lugares de origem.
Agora a ilha é considerada uma zona de protecção natural.
Nos últimos anos, o nível da água do Lago Qinghai tem
diminuído a cada dia. Antes da década de 70 do Século
passado, a ilhota dos passageiros estava cercada pela água.
Porém, depois de 1976, um banco de areia ligou a ilhota com
continente, tornando-se uma pequena península. Nestas
circunstâncias, a preservação da zona de protecção
natural da ilhota torna-se uma tarefa urgente.
Segundo dados, são muito ricas as reservas dos minérios de
sal, chumbo e zinco, petróleo e carvão na depressão de
Chaidamu. As reservas do minério de sal em vários lagos
salinos na depressão são calculadas em 60 bilhões de
toneladas, ficando em primeiro lugar do país. São altos os
teores de boro, lítio, magnésio e potássio no minério de
sal. A reserva de potássio localizada no tanque salino de
Chaerhan é estimada em 300 milhões de toneladas,
representando 70% da total do país. Atualmente, o sal no
tanque salino de Caka encontra-se em grande exploração,
enquanto a maior empresa de adubo de potássio com a
capacidade de produção anual de 200 mil toneladas encontra-se
nas proximidades do tanque salino de Chaerhan. As grandes
reservas de minérios de chumbo e zinco e alto teor
encontram-se na montanha Xikuan no nordeste da depressão de
Chaidamu. Uma empresa com a capacidade de extracção anual
de um milhão de toneladas já está em funcionamento.
O
petróleo nas proximidades do Lago Lenghu no oeste da
depressão de Chaidamu já está em exploração. A produção
da refinaria de petróleo em Golmud tem importante valor
estratégico no abastecimento de combustível no local e no
sul do Tibet.
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