Noroeste


As zonas interiores do noroeste da China são a Província de Gansu, a Região Autônoma da Mongólia Interior, a Região Autônoma da Nacionalidade Hui e a Região Autônoma da Nacionalidade Uigur de Xinjiang. A média da precipitação pluvial aponta uma média de 200 milímetros anuais na linha equacional. Ao oeste desta linha há zonas  secas, ou seja, região interior do noroeste da China.

Secas , menos vegetações, vasto território e baixa concentração demográfica são as principais características das zonas que formam o interior do noroeste. Mas, os imensos desertos de Gobi, as vastas pradarias onde se espalham rebanhos de gados, fortes hábitos e costumes étnicos agradam aos turistas. A região do noroeste é o lar das etnias pecuaristas da China, que possuem uma longa história. Possuindo ainda abundantes recursos naturais, o noroeste é um tesouro de recursos chineses, tendo um grande potencial para seu desenvolvimento.

 

◆ Panorama do grande deserto

A área total dos desertos chineses é de um milhão e 280 mil quilômetros quadrados incluindo mais de 500 mil quilômetros quadrados do deserto de Gobi. Toda a área dos desertos representa 13% da superfície total terrestre nacional. A área dos desertos em regiões secas no noroeste ocupa de 70 a 80% do total nacional. Os principais são o deserto de Taklimakan, o deserto de Gurbantunggut situados em Xinjiang, os desertos de Badin Jaran e de Tenger da Mongólia Interior e o deserto de Kumtage, localizado entre a Região Autônoma da Nacionalidade Uigur de Xinjiang e a Província de Gansu.

Taklimakan é o maior deserto do país, e também é um dos maiores desertos do mundo. Situado na bacia de Tarim, sul de Xinjiang, a área do deserto de Taklimakan atinge cerca de 337 mil quilômetros quadrados, ocupando a metade da superfície total dos desertos nacionais. É o deserto mais seco da China, sua precipitação pluvial anual não chega a 50 milímetros. Além de uma cordilheira de montanhas baixas no oeste, quase todas as suas colinas são cobertas de areia. Sua topografia é diversificada, formando áreas que se parecem com meia-lua, pirâmides, leivas e ondas do mar. As condições naturais dos desertos são muito duras, quase não se encontra nenhuma planta ou animais em movimento. No verão, faz muito calor. No inverno e na primavera há grandes tempestades de areia. “Taklimakan” significa que “ninguém sairá vivo do deserto”, segundo o idioma uigur.

O deserto de Gurbantunggut situa-se na bacia de Junggar, norte de Xinjiang. Sua área ocupa o segundo lugar do País. Suas condições naturais são um pouco melhor que as do deserto de Taklimakan pois há grande dimensão de arbustos no deserto de Gurbantunggut.

A área dos desertos do Leste chinês não é grande, mas com boas condições naturais. Por exemplo, o deserto de Mu Us e o deserto de Tenger localizados na Mongólia Interior têm anualmente certa precipitação pluvial, favorecendo plantas resistentes à seca e arbustos. Em alguns lugares há fontes de água, recurso indispensável para os pastores.

Os desertos soterraram antigas cidades. No início do século passado, o sueco Sven Anders Hedin(1865-1952) afirmou que os principais objetivos de muitas expedições em Takliamakan eram buscar as antigas cidades soterradas pela areia amarelada e os seus preciosos objetos culturais. Graças ao clima seco nos desertos, acervos culturais das antigas cidades tais como as varetas de bambu usadas para escrever, folhas de papel, utensílios pessoais, bem como cemitérios estão bem preservados. Tais e preciosos materiais são de grande importância para conhecer a produção e a vida dos habitantes de então e estudar as mudanças do meio-ambiente em diversos períodos históricos.

O mais interessante é o lago de Luobu e a antiga cidade vizinha de Loulan, situados na margem oriental do deserto de Taklimakan. Um expedicionário russo havia encontrado, ali, um grande lago de água doce. Porém, poupo tempo depois, quando outros trabalhadores dessa área chegavam aí, esse grande lago desapareceu, pois, esse também é chamado o “lago móvel”. A antiga cidade de Loulan possui antigos registros na história chinesa. Mas, no século 11, tal cidade desapareceu subitamente. Além de despertar grande interesse dos eruditos chineses, isto também chama atenção dos cientistas estrangeiros.

Nos anos 50, os cientistas chineses descobriram em Karamay, situada na orla do deserto de Gurbantunggut, grande quantidade de petróleo. Posteriormente, descobriram no deserto de Taklimakan um campo de petróleo com reserva de mais de 10 bilhões de toneladas de ouro negro. Trata-se de uma importante fonte de petróleo da China para século 21. A prospecção e a exploração do petróleo no deserto de Taklimakan estão acelerados. Uma rodovia também foi construída.

A desertificação chinesa tem graves conseqüências. Na história, muitos campos agrícolas, cidades e vilas situados nas beiras de desertos foram enterrados pela areia. Além de Loulan, a cidade de Tongwan, antiga capital da Dinastia Xia do Oeste no Planalto de Eerduos também desapareceu. Antigamente, nas proximidades desta cidade havia uma pradaria fértil. Mas na dinastia Song, há mais de 1000 anos, transformou-se num deserto.

A desertificação causa muitos problemas ao desenvolvimento do Estado e à vida dos habitantes locais. Ferrovias e rodovias recém-construídas foram interrompidas por areia enquanto as terras cultiváveis deixam de produzir. Para prevenir a desertificação, cientistas fizeram numerosas investigações e pesquisas nos desertos, construindo centros de pesquisa científica. Por exemplo, a fim de resolver as calamidades arenosas na linha férrea Baotou—Lanzhou, cientistas faziam suas pesquisas por intermédio da fixação da areia durante um longo período em Shapotou, situada na margem do Rio Amarelo em Ningxia, construindo um sistema sintético de prevenção e fixação de areia, a fim de garantir o transporte sem obstáculos por essa ferrovia. Os excelentes resultados obtidos pelos cientistas chineses nas pesquisas foram elogiados tanto pelos setores científicos chineses como pelos estrangeiros.

 

◆ Hábitos e costumes das pradarias

No noroeste da China existem não apenas grandes desertos, mas também vastas pradarias no total de 300 milhões de hectares. A área da pradaria da Mongólia Interior representa 1/3 da total do país com boa qualidade de pastagens. Sua pecuária é desenvolvida, sendo principal base produtora de produtos pecuários do país.

Ao oeste e ao sul da encosta ocidental da cordilheira Daxinan, da cordilheira de Yinshan e do trecho da Grande muralha no norte da província de Shaanxi para o norte até a fronteira sino-mongol, além de encontrar algumas montanhas não altas, a maioria dessa região é de colinas onduladas e a planície. Quando olhar para baixo do avião, a vasta pradaria parece um mar verde ondulado onde se espalham rebanhos de gados. Há poema folclórico com mais de 1400 anos, cujos versos dizem: “La em cima, o céu cobre a montanha e o vale, em baixo, os gados se divertem ao sopro de brisas em pastagens”. Eis o verdadeiro retrato da grande pradaria da Mongólia Interior.

A pradaria de Hulun Bair e a pradaria de Xilin Gol, localizadas na grande pradaria da Mongólia Interior têm melhores pastagens e ricos recursos aquáticos. Aqui é a terra natal dos cavalos mongóis. Eles são fortes e robustos e capazes de galopar na pradaria à longa distância. Através de treinamento, esses cavalos podem ser usados no campo de batalha. A outra espécie de cavalos, Sanhe, vermelho escuro, resultado do cruzamento entre espécies de cavalos mongóis é mais alta e elegante. Esses dois tipos de cavalos são criados nas pradarias de Hulum Bair e Xilin Gol.

Os carneiros mongóis também são encontrados nas pradarias da Mongólia Interior. Sua lã e sua carne são totalmente aproveitadas. A criação mais destacada é a dos Wuzhumuxin. A produção de sua lã é alta enquanto a carne é fina e saborosa. É uma carne especialmente selecionada para o prato “carne a vapor”, típico de Beijing. O couro dos carneiros  Tan e de Sanbei são importantes produtos procurados pelos consumidores estransgeiros. A pradaria de Alxa situa-se no extremo oeste do planalto da Mongólia Interior. Seu clima é mais seco, suas condições naturais são ainda mais duras onde crescem poucos arbustos em geral com espinhos. Camelos que se adaptam a este ambiente constituem a principal manada local. Eles são principais meios de transporte dos habitantes da pradaria de Alxa.

Os mongóis são os principais habitantes das pradarias da Mongólia Interior. Na China há 3 milhões e 400 mil mongóis, dos quais, mais de metade moram na Mongólia Interior.

Os mongóis são uma das minorias nacionais relativamente antigas do país. Seu estilo valente e arrojado é famoso na história mundial. Entre o final do século 12 e o início do século 13, Temudjin, nascido numa família nobre mongol, venceu (entre 1162 e 1227) todas as tribos de outras pradarias, construindo um unificado Khanato Mongol. Ele foi conhecido como “Gegis Khan” . Posteriormente, o Khanato Mongol eliminou a dinastia Jin e a dinastia Song do sul, fundando o império mongol na China – a Dinastia Yuan (entre 1206 e 1308), cuja capital foi designada em Beijing.

A etnia mongol é uma minoria nacional com uma longa história e uma cultura brilhante. Da antiguidade para cá há muitos famosos cientistas e eruditos que escreveram muitas obras transmitidas de geração em geração. A “ História Secreta Mongol” foi publica nos meados do século 13, sendo uma obra representativa que registra a história da etnia mongol. A medicina mongol possui suas próprias características dos pastores nómades do norte. A terapêutica por alimentação e a de ferida e engessadura são famosas, ocupando uma importante posição na medicina chinesa. Os mongois são capazes de cantar e dançar.

Mongois têm seus próprios hábitos e costumes extraordinários. Tenda mongol é uma casa redonda construída com couro. Em geral, seu diâmetro é de 4 metros e sua altura é de 2 metros. Sendo feita de grades de madeira, a estrutura da Iurta é embrulhada com couro branco. Em seu teto foi aberta uma clarabóia, visando a ventilação e iluminação natural. No centro terrestre da Iurta há um fogão para cozinhar, ferver a água e aquecer-se. Como pastores vivendo dependendo a pastagens e de maneira nómade, por isso a montagem da Iurta mongol é fácil.

A festa tradicional da etnia mongol mais solene é o festival Nadam realizado em julho ou agosto a cada ano. No dialeto mongol “Nadam” significa o “divertimento” ou “jogos”. Neste evento, usando trajes folclóricos, levando velhos e crianças, pegando Iurtas e comidas, os pastores mongois participam do Nadam até com uma viagem de cerca de cem quilômetros de distância. Nesses dias, a pradaria é bem movimentada. As lutas entre fortes mongois atraem todo o público local. Além disso, a corrida de cavalos também é a outra modalidade de competição aplaudida pelos mongois.

A Mongolia Interior é a primeira região autónoma étnica estabelecida pela China. Após a proclamação da República Popular da China, a vida dos mongois tem melhorado muito. O modo de vida deles foi transformado de vida nómade para fixa. O Estado tem destinado verbas para ajudar pastores a melhorar pastagens e bons filhotes dos gados e elevar a produção dos produtos pecuários. Huhhot, capital da Mongolia Interior situada ao sópe da montanha Yin já se tornou uma nova cidade da pradaria bem próspera com muitos prédios altos através de vários anos de construção. 

Agricultura de oásis

 Devido à estiagem anual, as regiões do noroeste chinês têm um clima seco, espalhando-se pelo deserto de Gobi, que ocupa uma grande superfície, mas não são todas as regiões que são ermas. A natureza deu ao noroeste várias cordilheiras altas e grandes, por exemplo, Cordilheira Qilianshan, no território provincial de Gan Su, Cordilheira Tianshan, Kunlun, A´ertai, na Região Autônoma da Nacionalidade Uigur de Xinjiang. A altura acima do nível do mar das cordilheiras atinge, em média, dois mil metros. As montanhas são as barreiras naturais que separam as correntes úmidas das grandes alturas. Por isso, quase todas as montanhas no noroeste têm ricas chuvas, enquanto em algumas zonas montanhosas, a precipitação atinge entre 500 e 600 mm, equivalente ao nível do norte do País. Suas condições climáticas, tais como, a temperatura baixa, a baixa evaporação e a alta umidade do ar, são as responsáveis pela existência dos bosques e ervas. Por isso, as zonas montanhosas possuem florestas e pastagens frondosas. A tempetade de chuva nas montanhas surge freqüentemente com a de neve. A neve, acumulada durante centenas de anos, amontoa-se no pico das montanhas, formando geleiras gigantescas. Ao longo do vale, as geleiras movem-se devagar, formando os rios que passam como correntes contínuas quando chegam ao sope da cordilheira. Após sua saída das montanhas, no sopé da montanha e na beira do deserto, os rios deixam às suas margens uma faixa de oásis com centenas de quilômetros que se estende sem interrupção. São mais conhecidos como faixa de oásis, no norte do sopé da Cordilheira Qilianshan, as duas faixas de oásis norte e sul da Cordilheira Tianshan, bem como, a faixa de oásis, no sul do sopé da Cordilheira Kunlun. Apesar de enfrentarem adversas condições naturais, nestas zonas a densidade demográfica é grande, ao mesmo tempo já tem formado redes de rodovias.

Os habitantes de todas as nacionalidades que moram nos oásis, geração por geração, desenvolvem a horticultura com caraterísticas regionais, adotando medidas apropriadas às circunstâncias locais, além de cultivar trigo e outros cereais. Eles cultivam uva sem sementes, melão de Hami cheirosos e doces e outras boas espécies de frutas que têm grande prestígio na China e no mundo.

Partindo da província de Gansu e entrando na Região Autônoma da Nacionalidade Uigur de Xinjiang, logo depois, chegam à Bacia Turpan, conhecido em todo o mundo, pela abundância de uvas. Sendo o segundo mais baixo ponto da terra, a Bacia Turpan situa-se no lago Aiding, estando abaixo de 155 metros da linha do mar. Considerado como uma bacia sem litoral, ele é seco, enquanto sua precipitação pluviomética atinge menos de 10 mm. Além disso, no verão tórrido, a temperatura, em média, atinge 37 ou 38 graus. Por isso, a Bacia Turpan é considerada como um "continente de fogo". Mas, quem pode imaginar que existe também um oásis na beira da bacia com as péssimas condições naturais? A formação do Oásis Turpan é beneficiada pela neve perpétua no pico da Cordilheira Tianshan. Quando o verão chega, o gelo e a neve derretem e viram águas correntes, trazendo uma vitalidade exuberante à terra estéril.

Turpan é rico em frutas. Uva, melão de Hami e outras frutas são deliciosas e doces, com altas proporções de açúcar.Devido ao seu crescimento no deserto seco e quente, não há moléstias e insetos nocivos nas plantas. Por isso, as culturas de cereais não necessitam de inseticidas e são considerados como alimentos naturais, fazendo com que sejam muito procurados no mercado internacional.

A fim de aproveitar bem os limitados recursos aquáticos e reduzir a vaporização de água, os camponeses locais inventaram um método especial para conduzir a água, ou seja, "canais subterrâneos", sistema de irrigação com poços no deserto de Gobi conectados por canais subterrâneos que introduzem a água nos pomares e campos. Para facilitar a manutenção, com regular distância, cava-se um poço vertical, levando à superfície da terra. Descendo ao final do poço, o pessoal draga, anualmente, o canal, amontoando a terra cavada à beira do poço. Por isso, quando as pessoas observarem terras acumuladas no deserto de Gobi, podem concluir que lá abaixo, há um canal subterrâneo.

Em Turpan, há mais de um mil canais subterrâneos, com mais de três mil quilômetros de comprimento total. O volume de canalização da água, por ano, ultrapassa 600 milhões de metros cúbicos, enquanto 80% dos campos cultivados, em Turpan, poderão ser irrigados por canais subterrâneos.

Além do oásis Turpan, nas regiões do noroeste chinês, existe quatro oásis Zhangye,  Wuwei e Qiuquan, na província de Gansu, e cinco oásis Shihezi, Kuerle, Akesu, Kashi e Hetian, em Xinjiang.

Na grande família das nacionalidades chinesas, consideradas a terceira maior minoria étnica, seguida por etnia Zhuang e Hui, a nacionalidade Uigur tem uma população de seis milhões, dos quais, a maior parte reside em Xinjiang, especialmente, nos oásis localizados no sul da região. Sendo descendentes de Huihe da Antigüidade, quando as pessoas de Huihe viviam em Xinjiang, durante centenas de anos, eles harmonizam-se com os Hans locais e outras nacionalidades indígenas, formando a nacionalidade Uirgur. A etnia Uigur realiza a agricultura de irrigação, cujas culturas de cereais são trigo, arroz, milho, algodão e sésamo, bem como diversos tipos de frutas.

A nacionalidade Uigur tem facilidades inatas comerciais. Antigamente, a rota da seda, a única via entre o Oriente e o Ocidente passa por aquí. Muitos uigures são comerciantes, geração após geração, possuindo grandes experiências comerciais. Eles produzem os produtos agrícolas e vende-os no mercado, além de fabricar tapetes bonitos e outros produtos têxteis. Entre os quais, o chapéu com desenho decorativo e quatro arestas é chamado Kaba, considerado como um dos vestuários e adornos tradicionais dos uigures e sendo pretendido por turistas chineses e estrangeiros. Em Hetian, sopé da Cordilheira Kunlun, aproveitando a jade Hetian produzido no local, os uigures produzem as famosas esculturas de jade.

Com o desenvolvimento contínuo da reforma e abertura, as atividades comerciais dos uigures estão cada vez mais importantes. Situada no leste do planalto Pamir, a cidade Kashi é o mais importante centro comercial no sul de Xinjiang. Quando você entra a Bazar ( "mercado" em uigur), podem encontrar muitas bancas que vendem artesanatos tradicionais, frutas deliciosas e doces, além dos produtos mais comuns. Bazar já se tornou um encanto das mais importantes paisagens turísticas na cidade Kashi.

A nacionalidade Uigur tem sua própria língua e caráter. Transmitem-se várias histórias folclóricas magníficas, como por exemplo, a da figura "Afanti", que se propagam em toda a China e todo o mundo.

Além da nacionalidade Uigur, em Xinjiang, habitam a nacionalidade Han, Cazaque, Hui, Quirquiz e outras nacionalidades. Os cazaqueses são francos e abertos. Os homens, mulheres, velhos e crianças têm facilidade de montar cavalo, e gostam de lutas e jogos que envolvam os carneiros. A nacionalidade Quirquiz é muito hospitaleira. Quando os amigos visitam sua casa, o dono atende-os com seus melhores alimentos, especialmente, carne de cabeça de carneiro, o mais respeitado.

 

Rota da seda

A "Rota da Seda" era um famoso caminho comercial na antigamente, partindo de Chang´an (agora, Xi´an), atravessando o Leste da província de Gansu e o corredor no Oeste do Rio Amarelo, passando os passos Yumen e Yang e depois Xinjiang, entrando no Centro, Oeste Asiático e Europa. O caminho comercial da seda e de outros produtos e tecidos da China são conhecidos como "Rota da Seda". Na evolução histórica, a rota sofreu mudanças. Não existia nenhum caminho que servia apenas para o transporte da seda. De fato, isso é considerado um nome geral do transporte terrestre da China para o ocidente. Sendo o laço de intercâmbios econômicos e culturais entre a China e o ocidente, a rota conta com a importante posição na história da civilização mundial.

A Rota da Seda possui três áreas no território chinês: De Chang´an a Wuwei da província de Gansu, como o pedaço do leste; a galeria no Oeste do Rio Amarelo como o pedaço central; e no território de Xinjiang como o pedaço do Oeste. A Rota da Seda teve seu início na Dinastia Xihan, dois mil anos atrás. O grande turista, Zhang Qian, foi, muitas vezes, às regiões do Oeste como o enviado, de forma que finalmente, vários reinos pequenos no Oeste incorporaram-se ao grande império da Dinastia Han. Por isso, o caminho comercial entre a Ásia e a Europa não encontrava nenhum obstáculo. Na dinastia Tang, a Rota da Seda era muito próspera. O nascimento da Rota da Seda promovia o desenvolvimento econômico, onde muitas cidades e vilas eram criadas, tais como, Wuwei, Zhangye, Jiuquan, Dunhuang, nas regiões do corredor ao Oeste do Rio Amarelo, província de Gansu, e outras cidades com um mercado concorrido e uma população densa. A Rota da Seda desempenha o importante papel nos intercâmbios culturais e econômicos entre a China e o Ocidente. Através do caminho, foram introduzidos no ocidente, a seda, objetos de jade e ferro, e vários artesanatos, o plantio de pêssegos, ameixas, damascos e outras frutas, bem como, a criação do bicho-de-seda, a fundição de ferro, produção de papel e outras avançadas técnicas produtivas. Ao mesmo tempo, o algodão, uva, luzerna, romã, nogueira, sésamo, melancia e outras culturas, bem como, vidro e têxteis de lã, foram introduzidos na China. O budismo da Índia também foi introduzido na China através da Rota da Seda, o que influenciou o desenvolvimento cultural do País.

A partir da Dinastia Han do Oeste, a Rota da Seda continuou por mais de mil anos. As nacionalidades chinesas e ocidentais criaram uma cultura brilhante nesta terra extensa. Hoje em dia, inúmeras relíquias históricas preservadas ao longo do caminho recordam e retratam a prosperidade antiga.

 As grutas  constituem a mais destacada relíquia cultural na Rota da Seda. No território chinês, existem a Gruta Mogao, em Dunhuang, a Gruta do Templo Bingling, em Yongjing, a Gruta na Montanha Maijishan, em Tianshui, na província de Gansu, assim como, a Gruta Kezi´er, em Baicheng de Xinjiang. Dos quais, a Gruta Mogao, em Dunhuang, é considerada a mais famosa entre as quatro maiores grutas chinesas (outras três são a Gruta Yungang, em Datong, a Gruta Longmen, em Luoyang, e a Gruta na Montanha Maiji, em Tianshui, província Gansu). Situada no sopé da montanha Mingsha que dista 25 quilômetros do sueste de Dunhuang, a Gruta Mogao tem dois quilômetros de comprimento, do sul ao norte, 492 grutas, mais de 45 mil metros quadrados de afrescos, mais de 2400 esculturas coloridas de Buda. No final do século 19, numa gruta fechada, foram descobertos livros e desenhos antigos com bastante valor cultural. Os cientistas fizeram os estudos e formaram uma nova ciência internacional----ciência de Dunhuang. É pena que a maior parte das relíquias culturais tenham sido destruídas e alguns preciosos objetos vendidos aos estrangeiros.

Atravessando os continentes asiático e europeu, a Rota da Seda entrou em decadência após a Dinastia Tang. Pois, o centro da economia chinesa começou a mudar para o sul, enquanto o transporte marítimo estava em ascensão. Tudo isso fez com que a economia e a cultura da Ásia Central declinassem. A partir daí, a Rota da Seda foi abandonada continuamente.

A Rota da Seda antiga já se tornou história. Porém, a região onde ela passava registrou grandes mudanças. A estrada e as vias férreas entre Lanzhou e Xinjiang, partindo de Xi´an, passando Lanzhou, até Urumqi, em Xinjiang, como um laço, ligando todas as famosas cidades históricas, ao longo da rota antiga. Lá, os oásis ampliaram-se continuamente, enquanto tornaram-se suficientes os alimentos e frutas lá produzidas foram exportadas a outras regiões chinesas. Situada no caminho da seda, a capital provincial de Gansu, Lanzhou é a maior importante cidade industrial, nó de transporte e centro cultural no noroeste chinês. Perto da antiga cidade Jiuquan, existe a maior siderúrgica no noroeste do País. Em Jinchang, quase no deserto de Gobi, foi criada a maior base de extração e fundição de níquel. Perto do passo Yumen, nó de transporte antigo, os campos petrolíferos de Yumen são a primeira base de produção na China.

As paisagens do deserto e as inúmeras relíquias históricas preservadas na Rota da Seda constituem ricas atrações para o turismo. A viagem ao longo do caminho atrai turistas chineses e estrangeiros. A via férrea Lanxin, entre Lanzhou e Urumqi, que abriu seu tráfego em 1996, fortaleceu a capacidade de transporte nas regiões do noroeste chinês. No ano 1992, iniciou-se o funcionamento da nova ponte continental asiática e européia, no leste, partindo da cidade portuária da China, Lianyungang, província de Jiangsu, e chegando ao primeiro maior porto no mundo, Roterdã, capital holandesa. As mercadorias das regiões asiáticas do Pacífico que são transportadas à Europa, Oriente Médio e os países da Federação Russa, chegam, por via marítima, ao Lianyungang, caminhando ao longo das duas artérias de vias férreas Longhai (de Lanzhou a Lianyungang) e Xinlan, na boca da montanha Alashan, estação fronteiriça do Oeste chinês. Finalmente, através das cinco linhas, as mercadorias chinesas são transportadas para a Europa e os países da Ásia central e ocidental. Tais mercadorias também podem ser transportadas através desta ponte, do Ocidente ao Oriente. Atualmente, a nova ponte continental entre a Ásia e a Europa já se tornou a mais econômica e rápida linha de transporte internacional que liga os continentes asiático e europeu.

 

 

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